Estoques elevados podem pressionar preços mundiais

Os estoques mundiais de arroz estão em seu maior nível em 12 anos, resultado de uma produção recorde.

Os estoques mundiais de arroz estão em seu maior nível em 12 anos, resultado de uma produção recorde. O Departamento da Agricultura dos EUA (USDA) estima que as reservas do produto vão crescer pela sétima safra seguida em 2013/2014, em 2,7%, para 108,6 milhões de toneladas (beneficiadas). A produção deverá crescer 1,9%, para 479,2 milhões de toneladas, 2,8 milhões de toneladas acima da demanda.

O preço da tonelada do arroz branco tailandês 5% (Thai 100%B), referência na Ásia, tende a cair até dezembro, para até US$ 455 a tonelada, contra os atuais US$ 540 a tonelada FOB. Os preços do arroz beneficiado tailandês já caíram 13,2% desde o início de 2013 até essa semana de julho. A produção mundial conjunta de arroz, milho, soja e trigo deverá bater um novo recorde, sobretudo por conta das recuperações observadas nos Estados Unidos e na Europa depois das quebras provocadas por severas estiagens na safra 2012/2013.

Os preços médios de trigo, milho e soja já estão em baixa e contribuíram para dois meses consecutivos de queda nos custos globais dos alimentos monitorados pela FAO, braço das Nações Unidas.

Os estoques de arroz, alimento básico em metade do planeta, estão agora equivalentes a quase 3 anos de comercialização. Há um inegável excesso mundial de oferta. As safras estão muito boas em todas as regiões. Os aumentos de produção e estoques de arroz significam que demanda por importações deverá ser menor. Segundo a FAO, cairá para 37,6 milhões de toneladas em 2013/2014, no primeiro recuo em quatro anos.

Os estoques globais aumentaram 44% desde a safra 2006/2007, de acordo com dados do USDA. Subsídios governamentais estão encorajando a produção tailandesa, mesmo com a queda dos preços e o aumento dos estoques. A Tailândia, que já foi o maior exportador do mundo, gastou US$ 18,9 bilhões para estocar 27 milhões de toneladas de arroz beneficiado desde outubro de 2011, sob uma política que paga aos agricultores até 50% mais que os preços do mercado doméstico.

A produção da Tailândia deverá crescer 4,5% em 2013/2014, para 21,1 milhões de toneladas. A Tailândia perdeu US$ 4,4 bilhões com seu programa de compras na última safra, segundo estimativas do governo, e a agência Moodys Investors Service informou, em junho, que essa política está minando os esforços para equilibrar o orçamento tailandês até 2017.

O governo manteve o preço de compra e disse que continuará vendendo arroz de seus estoques. A Exporters Association India, maior exportadora mundial do produto no ano passado, aumentou o preço mínimo que paga aos agricultores para um nível recorde. Mas prevê uma queda de 6% nos embarques, para 9,5 milhões de toneladas nos 12 meses até 31 de março, segundo a All India Rice Exporters Association. A produção indiana aumentará 3,8%, para o recorde de 108,0 milhões de toneladas.

O aumento da produção asiática será em parte compensado por uma oferta menor nos Estados Unidos, o quarto maior exportador mundial, cuja produção deverá cair 4,7%, para 6,04 milhões de toneladas, menor nível em dois anos. A queda reduzirá os estoques norte-americanos para o menor nível desde 2009. A China, maior país consumidor e importador do mundo, deverá importar um recorde de 3 milhões de toneladas. O país está importando mais porque os preços estão menores que os domésticos. A descoberta de cádmio, um metal tóxico, em arroz produzido no sul da China também serviu para elevar a demanda do país por importações.

Mas as importações globais estão encolhendo, segundo a FAO. As compras da Nigéria, que liderou as importações em 2012, deverão cair 10%, para 2,7 milhões de toneladas. Já as importações da Indonésia, que ocupa o terceiro lugar nesse ranking, tendem a cair 28%. A produção mundial de trigo em 2013/2014, por sua vez, será a segunda maior já registrada, com aumento de 6,1% sobre 2012/2013, para 696 milhões de toneladas. E os agricultores também vão colher as maiores safras de soja e milho da história. A produção combinada dessas três culturas, mais o arroz, vai crescer 7,7% para 2,42 bilhões de toneladas.

Nos Estados Unidos, maior produtor agrícolas do mundo, os produtores cultivaram nesta safra a maior área de milho desde 1936. Já a área plantada com trigo é a maior em quatro anos, e a de soja bateu recorde. Nesse contexto, o índice de preços globais de alimentos da FAO caiu 0,9% em junho, e o indicador dos cereais caiu pela oitava vez em nove meses.

8 Comentários

  • Conforme noticia acima ao governo Tailandês subsidiam aos produtores 50% acima do preço minimo e entende-se estão com estoques além do consumo ( e qual é esse preço minimo ) baseado pelo nosso 58×10 de inteiro 25,80 x 50% = 38,70 reais , 61 x 9 esta entorno de 27,00 x 50% = 40,50 reais
    Ò lideranças do setor, Deputados Ruralistas vão dar uma pressão muito forte nesse governo e nós Produtores vamos junto as estradas ou mesmo a Brasilia exigir um subsidio igual, com a nossa competividade não precisaria mais renegociações

  • ESTOU CONTIGO AUGUSTO REIS, FOI UMA AFRONTA PARA NÓS, O PREÇO MINIMO DO ARROZ. ACORDA ARROZEIROS.

  • Estoques elevados no Brasil, a CONAB ta com o menor dos últimos anos e ameaçou lançar mão estes dias pra tentar baixar o preço do arroz e quando viu que ia ser tiro no pé pois o preço do arroz esta muito defasado (não podería estar menos de 40) se deu conta e segurou pois seus estoques nem cócegas vão fazer no mercado e como é arroz velho e de baixa qualidade as tradings que estão comprando muito arroz iam vir babando.
    Segurem pessoal que tem arroz, sentem em cima, exijam que a classificacao seja a da CONAB para seu arroz, arroz bom e na mão do produtor é muito pouco e quem tiver vai vender muito bem, e quem quiser comprar que compre agora pois corre o risco de ter que comprar arroz velho da CONAB ou importar arroz quebrado e contaminado, OLHO VIVO pessoal da industria suba logo o preço que o navio vem aí .
    SOJA NA VÁRZEA NELES!!!

  • Nós aqui na região estamos comprando muito pouco, pois não tem oferta de arroz ao preço que precisamos, para efetuar a venda do fardo que não esta boa, pois o atacado e o varejo ainda não aceitaram nenhum tipo de aumento, a maioria das indústrias esta sem venda ou vendendo bem abaixo de sua capacidade, salvo as grandes marcas que tem uma margem melhor e podem ir abrindo concessões e mesclando com exportações, por isso o mercado tá travado, não pagamos mais, por que não conseguimos repassar no beneficiado, se a ponta aceitar o aumento, automáticamente iremos pagar mais sem problemas, por isso eu digo Sr. Diego Silva, uma coisa é o senhor sonhar em arroz a R$ 40,00 outra coisa é senhor vender, salvo para alguma exportação, por que para o mercado interno eu dúvido. OLHO VIVO PESSOAL E FAÇO DAS PALAVRAS DO SR. DIEGO SILVA AS MINHAS, “SOJA NA VARZEA NELES”. POR QUE ARROZ A R$ 40,00 SÓ A BRANCA DE NEVE E OS SETE ANÕES VENDEM DAS LAVOURAS DELES.

  • Entendo a sua preocupação Sr. Alexandre, as grandes redes atacadistas querem fazer com o Sr. o que as grandes industrias fazem com os produtores, relutam em aumentar o preço pois querem altos lucros nas gondolas as suas custas, a solução que estamos encontrando é diversificar com a SOJA NA VÁRZEA e exportar arroz para fugir do CARTEL, daqui a pouco as industrias vão ter que ser mais eficientes e diversificar também (quem sabe beneficiar soja) além de exportar porque não pode os cara de fora virem aqui comprar nosso arroz 40,00 e ganhar dinheiro e as industrias daqui não conseguirem.
    OLHO VIVO ao industrial que não conseguir viver com arroz a 40,00…
    SOJA NA VÁRZEA NELES!!!

  • Segundo informações recentemente divulgadas pela imprensa, somente neste ano o Brasil importou mais de 400 mil toneladas de arroz oriundas do PARAGUAI… A maioria dos importadores está localizada no centro e norte do País… Pergunto ao Srs. Experts desse semanário: – De que forma esse arroz está sendo internacionalizado se o PARAGUAI desde o ano passado foi excluído do MERCOSUL e recentemente em reunião em Montevidéo disse que não quer mais retornar??? Esse arroz está sendo importado ainda com as mesmas regalias dadas aos demais membros do MERCOSUL com isenção de TEC e outras taxas??? Bom Sr. Henrique Dornelles está lançada a dúvida e espero que a FEDERARROZ se manifeste a respeito, pois este assunto atinge diretamente os produtores aqui do Sul… Espero que entidades como FARSUL e IRGA também se manifestem sobre o assunto… Já falei aqui que quem tumultua o mercado brasileiro não é mais a Argentina e o Uruguai, mas sim o arroz que vem do Paraguai… OLHO VIVO… Temos que trancar a porteira…Vamos cobrar o posicionamento das nossas representações… Querem que plantemos mais, pois que nos deem garantias que teremos preços justos!!!

  • Texto extraído do Google…

    Capriles elogia novo presidente paraguaio por rejeitar Mercosul

    AFP – Agence France-Presse
    Publicação: 16/07/2013 19:34 Atualização:
    O líder da oposição venezuelana, Henrique Capriles, parabenizou o presidente eleito do Paraguai, Horacio Cartes, nesta terça-feira, por não retornar ao Mercosul sob a presidência rotativa da Venezuela, iniciada na última sexta.
    “No tema do Mercosul, devo fazer um reconhecimento a Cartes, o presidente eleito do Paraguai, que não cedeu frente ao interesse econômico”, disse Capriles em seu programa semanal pela Internet “Venezuela somos todos”.
    Mesmo depois que os membros do Mercosul deram sinal verde para a reintegração do Paraguai – depois da posse de Cartes em 15 de agosto -, o governo rejeitou a oferta na sexta-feira. Cartes alega que o ingresso da Venezuela no bloco e sua presidência rotativa não cumprem as “normas legais” da união comercial.
    O Paraguai foi suspenso do Mercosul em junho de 2012 após a destituição do então presidente paraguaio, Fernando Lugo. Na época, o Congresso do Paraguai não havia aprovado a entrada da Venezuela e resistia a fazê-lo por motivos políticos.
    Na sexta passada, o presidente venezuelano, Nicolás Maduro, assumiu a presidência do Mercosul, bloco formado ainda por Brasil, Argentina e Uruguai.
    “Cartes podia ter ficado tranquilo, ter dado uma de louco, e acho que teve uma postura constitucional, legal, sobre o tema, de não reconhecer o ‘espúrio'”, declarou Capriles, referindo-se a Maduro.
    Maduro saiu vitorioso das urnas, na eleição de 14 de abril, e Capriles ainda não o reconheceu como presidente.
    O novo presidente paraguaio também pediu que – “como um gesto de boa vontade” – lhe fosse destinada a presidência rotativa do bloco, manifestando sua oposição a que fosse assumida pela Venezuela.
    Durante a cúpula de Montevidéu, Maduro afirmou que a presidência pró-tempore venezuelana tem como tarefa “imediata” a reincorporação do Paraguai e disse ter “a melhor vontade” para superar os problemas com Assunção.
    Venezuela e Paraguai permanecem sem embaixadores desde junho de 2012 em meio à crise política deflagrada após a destituição de Lugo.

  • SUSPENSÃO DO PARAGUAI E VENDAS AO MERCOSUL

    Nos cinco meses seguintes à sua suspensão do MERCOSUL, o Paraguai exportou para o Brasil, 42% a mais do que no mesmo período do ano anterior, quando ainda fazia parte do grupo.

    Entre julho e novembro de 2012, as exportações para Brasil, Argentina e Uruguai somaram US$ 626 milhões. Em 2011 valor havia sido de US$ 485 milhões. Os dados são do Ministério da Indústria e Comércio do Paraguai. Nas contas do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio brasileiro, o aumento registrado foi de 35%. A diferença se explica pelos diferentes métodos usados pelos governos para calcular o fluxo comercial.

    Para o governo brasileiro, os dados são uma prova de que a suspensão do Paraguai tem apenas caráter político e não implicou em sanções comerciais, o que torna a decisão mais insensata ainda.

    Segundo empresários paraguaios o aumento decorreu da necessidade por parte do Brasil de produtos como trigo e milho e a exportação só não foi maior devido às “operações padrão” na fronteira realizadas pela Receita Federal brasileira. As exportações de grãos aumentaram em 61% e a de carne 246%.

    Já as exportações paraguaias para Argentina e Uruguai caíram 20% após a suspensão do país no bloco. As exportações para a Venezuela caíram de US$ 60 milhões entre julho e novembro de 2011 para US$ 3 milhões no mesmo período de 2012.

    O Paraguai vendeu para a China 53,5% a mais em 2012. Cerca de 26% das vendas do Paraguai ainda são para o MERCOSUL. (F S P, 5.1.2013, p. A-12).

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