BNDES espera aval do governo para financiar construção de armazéns

Até agora, só Banco do Brasil começou a avaliar propostas de candidatos.

O Governo Federal estima que ainda na última semana o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES, esteja habilitado a também operacionalizar a linha de crédito especial para financiar a construção de armazéns privados no Brasil. O início da atividade está condicionado à publicação de uma portaria de equalização do Tesouro Nacional, já sob análise do Ministério da Fazenda. Ela vai definir qual será a fonte dos recursos.

A linha especial compõe o rol de investimentos anunciados no Plano Agropecuário 2013/14, prevendo R$ 25 bilhões pelos próximos cinco anos para construir unidades armazenadoras. No primeiro serão R$ 5 bilhões. Mas ela começa a funcionar quase dois meses após ser anunciada oficialmente pelo governo.

“O Banco do Brasil já recebe as cartas consultas. Já o BNDES poderá financiar projetos grandes e repassar para os bancos privados", disse ao Agrodebate o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller.

A aposta do governo é que a oferta de crédito com juros e condições de pagamento diferenciados, 3,5% ao mês e 15 anos, respectivamente, seja estímulo ao setor produtivo. De acordo com o Mapa, o país registra um déficit de armazenagem de 62 milhões de toneladas, considerado a atual produção de grãos, avaliada em mais de 186 milhões de toneladas.

"Este programa [armazenagem] foi feito a partir de discussões com o setor, com estudos. Em cinco anos prevemos a construção de 73 milhões de toneladas com os R$ 25 bilhões para suprir o déficit e para acompanhar o crescimento da produção brasileira de grãos", afirma ainda Neri Geller.

No maior produtor brasileiro de grãos – Mato Grosso – o milho colhido na safra 2012/13 é estocado a céu aberto, por falta de espaço nos armazéns. A capacidade estática do Estado é de 29 milhões de toneladas. Mas apenas a soma das safras de soja e milho supera as 43 milhões de toneladas.

A linha especial, de acordo com os agentes financiadores.

PCA – Programa para Construção e Ampliação de Armazéns

BANCO DO BRASIL

BENEFICIÁRIOS: Produtores rurais, pessoas físicas ou jurídicas(PRODUÇÃO
PRÓPRIA)
Cooperativas de produtores rurais.

LIMITE FINANCIÁVEL: Até 100% do valor do projeto.

ENCARGOS FINANCEIROS: Taxa efetiva de juros de 3,5% a.a.

PRAZO: Até 15 anos, incluídos até 3 anos de carência.

FORMA DE PAGAMENTO

Principal: Parcelas semestrais ou anuais, de acordo com o fluxo de receitas do beneficiário, sendo a data base (pagamento) sempre no dia 15.

Encargos: Durante o período de carência, não é exigido o pagamento dos juros. Durante a fase de amortização são exigidos na mesma periodicidade de pagamento do principal.

PROJETO: Obrigatória a apresentação de projeto técnico específico, elaborado por profissional habilitado, além dos demais documentos exigidos nas operações de crédito rural. (Pode seguir o mesmo modelo de investimento do FCO).

PARA PESSOA JURÍDICA – PELO BNDES

Subprograma Cerealistas (Res. 4.238)
As operações do Subprograma Cerealistas estão sujeitas às seguintes condições específicas: (Re 4.238 art 1º) (*)

BENEFICIÁRIOS: sociedades empresárias cerealistas, com sede e administração no Brasil, que exerçam cumulativamente as atividades de secar, limpar, padronizar, armazenar e comercializar produtos in natura de origem vegetal;

ITENS FINANCIÁVEIS: investimentos fixos e semifixos, de forma conjunta ou isolada, relacionado à armazenagem de grãos;

LIMITE DE RECURSOS: até R$1.000.000.000,00 (um bilhão de reais);

TAXA DE JUROS AO BENEFICIÁRIO FINAL: 3,5% (três inteiros e cinco décimos por cento) ao ano, em operações contratadas a partir de 1º/7/2013 até 31/12/2013;

PRAZO DE REEMBOLSO: até 180 (cento e oitenta) meses, incluído o prazo de carência de até 36 (trinta e seis) meses para o principal.

 

5 Comentários

  • Para os que reclamam que não tem silos, esta aí a oportunidade para tê-los, vamos ver quem vai aproveitar, depois não adianta vir aqui chorar e dizer que a INDÚSTRIA e o GOVERNO são culpados pela baixa remuneração do arroz, que os produtores capitalizados ganham dinheiro por que tem silos nas lavouras, as oportunidades estão aí, capacidade para aproveitar são poucos que tem, que os chorões aproveitem essa oportunidade e não inventem desculpas. OLHO VIVO PESSOAL.

  • Quem lê a notícia acima e não entende como se dá a operacionalização do crédito acaba acreditando que tudo é muito fácil… Que basta ir ao banco e pedir o dinheiro e sair construindo… Os produtores sabem muito bem como é demorado liberar esses recursos via BNDES… Pela burocracia e exigência de várias garantias…Então se alguém está planejando construir galpões, silos e secadores é bom se apressar porque muito provavelmente só irão utilizá-los na outra safra… Sempre defendi que o produtor precisa ter seu produto em casa… Para poder barganhar melhores preços e evitar o arroz à depósito na safra… Eis ai uma excelente oportunidade para melhorarem suas infra-estruturas… É uma pena que muita gente que está endividada ficará com medo de contrair mais dívidas… O bom disso tudo é que senão quisermos estocar arroz poderemos guardar a SOJA nesses depósitos!!!

  • Bom Sr. Flavio, já escrevi várias vezes aqui uma máxima da administração que diz assim: “O COMPETENTE ARRUMA SOLUÇÕES E O INCOMPETENTE ARRUMA DESCULPAS”, traduzindo isso, se o crédito é burocrático, se quem tá individado tem medo e não vê uma luz no fim do túnel, se o preço do arroz não reage por que tá na mão da indústria e do governo segundo os próprios produtores, lhe pergunto, se nada serve e tudo é dificil, se os produtores enchergam uma única saída, que é subir preço na gôndula, lhes dou a dica, esses que pensam dessa forma a curto prazo vão desaparecer, dando lugar aos que tem uma visão um pouco mais ampla e profissionalisada do negócio e não terão mais espaço aqueles que são bairristas e conservadores, que acham que o arroz plantado aqui no sul é mais bonito que o arroz plantado na argentina, uruguai, paraguai e até mesmo em outros paises. OLHO VIVO.

  • Sr. Alexandre Dutra as dificuldades para esse credito existe e são reais por problemas asima citados pelo colega Flavio Evandro , no meu caso tenho secador silos, mas no que se refere vão desaparecere dando lugar a outros talvez não vai ser suficiente essa substituição e vai faltar produto ai eu quero ver arroz dos ermanos a C$34,00 ou outro países, é o caso do trigo hoje a C$45,00 até C$50,00 poeque eles não tao mandando o trigo a C$25,00 como noano passado, talvez o Sr vai ter que pagar o que eles querem 40,00 50,00 ou mais como vai ficar na gondula o preço do arroz .
    O sr sobrevivera com os preços que a sua indústria vende ou rejutara os peços a varegista OLHO VIVO

  • Acho que o Sr. está enganado Sr. Alexandre… As pequenas e médias indústrias e os produtores descapitalizados é quem irão sucumbir… As grandes estão investindo e se estruturando dentro e fora do Brasil… As pequenas e médias não terão margem para competir e acabarão fechando as portas… Qual a solução para isso??? Não sei… Sinceramente não sei… Apenas defendo a idéia de que a bomba não pode mais estourar na mão do produtor… O que sempre tem acontecido!!! Muitas vezes competitividade está aliada a capacidade de endividamento e pagamento!!! Numa coisa o Sr. está com a razão… Sem força de classe e modernização ninguém irá para a frente… Um abraço.

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