Iraque vai adquirir 30 mil toneladas de arroz por licitação

Em julho Argentina e Uruguai venceram uma licitação para exportarem 35 mil toneladas para o Irã.

O Iraque anunciou uma nova licitação para adquirir pelo menos 30 mil toneladas de arroz através de licitação, que poderão ser provenientes dos Estados Unidos, Uruguai, Argentina, Tailândia e Vietnã. A informação foi dada pelo Ministério do Comércio do país a agências internacionais.
O consumo anual do país gira em torno de 1,5 milhão de toneladas, que são adquiridas em grande parte pelo governo local, para abastecer os programas nacionais de alimentação.

3 Comentários

  • Qual a importância dessa notícia para o mercado brasileiro??? Aliás porque nós brasileiros não estamos cotados como possíveis vendedores nesse Processo Licitatório??? Nosso arroz não é bom??? Tá muito caro??? Porque não estamos conseguindo exportar??? Falta o quê??? Comprador e Vendedor existem…Porto existe… Porque não estão atraindo esses compradores para cá já que temos o excedente do Mercosul entrando no RS???

  • Caro Flávio. O Brasil não se habilita a vender arroz para o Iraque principalmente pela exigência de entrega do produto nos países do Oriente Médio (ensacado), o que exigira uma operação que encareceria o custo e retiraria qualquer competitividade do produto nacional.

    Para você ter idéia, o custo para carregar ensacado na Argentina e no Uruguai, em média, é de 12 dólares/tonelada. No Brasil, entre 30 e 40 dólares/t. Isso deixa as empresas brasileiras fora do mercado.

    A notícia (como creio que todas aqui publicadas) interessa à cadeia produtiva porque pode viabilizar um negócio significativo para Uruguai e Argentina, reduzindo a disponibilidade de produto nestes países para serem internalizadas pelo Brasil, o que afeta ao mercado interno. Como você deve saber, o mercado internacional há anos interfere nos preços nacionais, uns anos mais, outros menos.
    Sem dúvida, você deve acreditar que é melhor Uruguai e Argentina enviarem 30 mil toneladas para o Iraque do que para o Brasil, não é?

    Por outro lado, o Brasil não está conseguindo exportar por dois motivos básicos: no primeiro semestre foi preço (não conseguimos concorrer nem mesmo com a alta do dólar) pois nossos preços internos estavam acima dos patamares do mercado internacional e os países concorrentes conseguiram absorver nossos mercados. Neste segundo semestre, caiu a demanda (o Brasil é notoriamente um grande exportador no primeiro semestre) e a partir de setembro entra a safra estadunidense para concorrer em nossos mercados (com a força do subsídio da Casa Branca). Fora isso, os terminais privados do porto de Rio Grande priorizam a armazenagem e embarque de soja e milho.

    Além disso, a estrutura da CESA é direcionada à exportação de arroz beneficiado, e alguns negócios em casca não foram viabilizados porque não havia disponibilidade de terminais.

    Na última reunião da Câmara Setorial do Arroz, em Esteio (RS), durante a Expointer, as tradings reclamaram da falta de estrutura do Porto para exportar, informaram que estão perdendo negócios e tendo prejuízos (inclusive pela contaminação de cargas de arroz beneficiado por soja e trigo), que o canal de acesso ao terminal da CESA não tem profundidade (calado) para comportar navios de maior porte, todas as amostragens são manuais (com os fiscais subindo no caminhão), o transbordo é manual (descarregamento de pá) e que não há espaço suficiente para o arroz nos pátios de carga. Isso entre muitos outros problemas.

    Segundo as tradings, foi montada uma estrutura provisória que se tornou definitiva, e que precisa de pesados investimentos do Estado. E o uso dos terminais privados (Bianchini, Termasa, Tergrasa, etc…) só é possível mediante uma quebra das safras de milho e soja. Anunciaram também que para o próximo ano, toda a área do porto onde está o terminal destinado à exportacão de arroz será reformada e há risco de inviabilizar totalmente as exportações.

    Espero ter respondido, ao menos em parte, suas perguntas.

  • Parabéns senhor Moderador. É com explicações lógicas e racionais, que sempre queremos contar, para podermos estar bem informados. Isso faz a credibilidade de um veículo de informação.
    Saudações.

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