RS: soja seguirá crescendo em áreas de arroz

O crescimento da soja é muito forte em toda a região produtora de arroz e a discussão agora é onde colocar a pecuária porque há competição de área com a soja.

Ao mesmo tempo em que trouxeram ao solo a umidade necessária para o plantio da soja, as chuvas intensas no Rio Grande do Sul dificultaram a entrada das máquinas no campo em outubro. Mesmo com alguns dias de sol na última semana do mês, uma parcela muito pequena da área que será destinada à oleaginosa no Estado foi semeada e os trabalhos devem ganhar ritmo somente em novembro. A área deve crescer 6,0% em 2013/2014, para 4,895 milhões de hectares, De acordo com a Somar Meteorologia, a passagem de uma frente fria provocou chuvas fortes no fim de semana, mas depois o clima voltará a ficar mais seco. Apesar do lento início do cultivo no Estado, os agricultores gaúchos estão otimistas quanto à temporada 2013/2014. Pode até haver algum atraso, mas não é nada que comprometa a produtividade, segundo a Federação de Agricultura do Estado do Rio Grande do Sul (Farsul), lembrando que os produtores têm até meados de dezembro para concluir a semeadura.

Sem sinal da lagarta Helicoverpa nas lavouras gaúchas, a única preocupação neste momento é com a possibilidade de uma estiagem entre janeiro e fevereiro, período em que as plantações da soja precisam de umidade para floração e enchimento de grão. Como não há previsão de nenhum dos fenômenos – El Niño ou La Niña – no Estado, há o risco de um déficit hídrico no começo do ano, segundo avaliação da Emater/RS. Por ora, os mapas climáticos sinalizam condições dentro da normalidade. Se este for o caso, a produtividade média da oleaginosa no Rio Grande do Sul ficará entre 2.600 quilos por hectare e 2.850 quilos por hectare no ciclo atual, ante 2.698 quilos por hectare em 2012/2013, 1.430 quilos por hectare em 2011/2012 e o recorde de 2.845 quilos por hectare em 2010/2011. Motivados pelos preços mais remuneradores da commodity nos mercados doméstico e internacional, muitos agricultores gaúchos estão ampliando a área de soja, principalmente no sudoeste rio-grandense, seja por meio da diminuição dos hectares ocupados com milho, da conversão de pastagens ou da rotação com o arroz. Há uma disputa de área entre as culturas no Estado e há um quadro bem favorável para soja.

O crescimento da soja é muito forte em toda a região produtora de arroz e a discussão agora é onde colocar a pecuária porque há competição de área com a soja. Segundo a Emater/RS, a demanda pela soja transgênica de segunda geração da Monsanto foi menor do que se esperava em 2013/2014 porque ainda há dúvidas quanto à cobrança dos royalties. Toda aquela disputa judicial criou um desconforto e isso naturalmente pesou na decisão dos produtores. A deficiência da infraestrutura logística brasileira preocupa os agricultores do Rio Grande do Sul, embora os entraves tenham sido sentidos com menor intensidade que no Centro-Oeste em 2012/2013. O Estado tem capacidade de armazenagem de 28 milhões de toneladas e o Porto de Rio Grande para escoamento da produção agrícola. Esse foi o único porto que não precisou de agendamento este ano. A entrada da safra gaúcha de verão não coincide com a de outros Estados e um escoamento possivelmente mais rápido da produção de trigo nesta temporada em virtude dos problemas na Argentina abrirá espaço nos armazéns para estocagem do milho e da soja.

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