Conab põe em leilão dois lotes de arroz que somam 45,1 mil toneladas em casca

Última oferta de arroz dos estoques governamentais até a safra vai a pregão na próxima sexta-feira.

Conforme já havia sido antecipado por Planeta Arroz na última semana, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) voltará a ofertar grão dos estoques públicos na semana corrente. Os avisos 019 e 020/14 ofertarão 45,1 mil toneladas de arroz em casca, de armazéns novos, sendo um lote oriundo de Aquisições do Governo Federal (AGFs) e outro de Contratos de Opção. No primeiro lote serão 28,4 mil toneladas de grão. No segundo, mais 16,5 mil. O produto está armazenado no Rio Grande do Sul.

Alguns fatores devem ser analisados, já que este será o último leilão de produto até a safra. O atraso na emissão das notas fiscais, prazos de recursos e a retirada de arroz, deverá fazer com que este produto só seja liberado pela Conab às indústrias na última semana de fevereiro, em meio ao grosso da colheita. Como trata-se de arroz de boa qualidade de safra mais antiga, a procura deve ser significativa, pois boa parte do cereal que está sendo colhido ainda está verde e precisa de algumas semanas no armazém para alcançar o melhor ponto de beneficiamento e cocção.

Por outro lado, a liberação do cereal pela Conab aproveita um momento de preços mais altos, no qual a oferta de arroz não altera de maneira importante o comportamento dos preços. Além disso, mais armazéns estão sendo liberados para a nova safra, que deve passar de  8,2 milhões de toneladas, e a Conab deve permanecer com algo em torno de 600 mil toneladas de arroz em seus estoques, o menor volume da década. A política governamental com outros grãos e fibras tem sido essa, a de permitir que o mercado se autoregule. Algumas pessoas defendem que a Conab deveria manter um estoque constante em torno de um milhão de toneladas, o que não é corroborado pela maioria dos produtores.

Por outro lado, afora os embarques já contratados, as exportações brasileiras vivem uma leve retração neste momento. Entre outros problemas, existe a limitação de uso da estrutura portuária e de armazenagem, especialmente nos terminais privados, que já preparam-se para o ingresso da grande safra de soja. Até mesmo o frete começa a preocupar pela concorrência com a soja.

Nas duas últimas semanas o que está preocupando a cadeia produtiva é o segundo embarque de arroz para o Iraque, referente à vitória em uma concorrência pública. Na primeira oportunidade, houve problemas porque o Iraque não aceitava as condições do fornecedor. Agora, a cadeia produtiva está alerta porque surgiram boatos de que a empresa operadora local não estava conseguindo o volume e, especialmente, a qualidade necessária para embarcar. As entidades setoriais chegaram a buscar contato com os responsáveis para oferecer auxílio. A expectativa é de que mesmo após a pressão, o embarque dê certo.

A posição da cadeia produtiva, no entanto, é unânime de que se algo negativo ocorrer neste carregamento, será muito difícil recuperar a imagem perante ao Iraque, que é um grande comprador mundial. Para o leiilão, a expectativa é de preços similares aos alcançados nos últimos pregões, em torno de R$ 34,00 de referência.

11 Comentários

  • Eu penso que a CONAB deve se envolver o mínimo possível no mercado e deixar com que o próprio mercado de arroz se autorregule, como hoje já acontece no feijão, soja e trigo.

  • e as vendas ..uma tristeza..depois vem gente defendendo mais aumento de preços.
    Será que o Governo está tão aerrado assim de intervir nos preços? Quanto pagariamos no mercado um pacote de arroz: 13,14,15 reais?
    A renda do brasileiro não suporta isso; mas como tem gente que não pisa em mercado não tem como observar estas reações do consumidor, consumidor é quem move o negócio, ele é o objetivo final.

  • o pobre nem come mais arroz por ser barato demais.

  • O pobre nem consome mais arroz por ser um produto barato demais .

  • Senhor Anderson provavelmente o senhor é um atravessador ou melhor um vendedor de arroz beneficiado mas vi que o senhor está preocupado com o consumidor final,o senhor já pensou em diminuir sua margem de lucro ao envez de querer Sempre tirar do produtor

  • A teta secou pros mamadores… agora só vai ganhar dinheiro com o arroz quem trabalhar, produzir, industrializar e comercializar. Os picaretas que vão trabalhar com outros produtos… Tentem a soja talvez…. Ou procurar ouro no Suriname… Se o povão não tiver dinheiro para comer arroz, para tomar cachaça é que não vai ter… Vamos parar com essa choradeira que o consumidor não aceita o aumento no arroz na prateleira… O feijão subiu horrores no últimos anos e o pessoal não deixou de comer feijão… Vão dizer: o feijão não tem substituto… tem sim: lentilha, grão de bico, fava, etc…É só o governo parar de interferir no mercado que a lei da oferta e da procura vai regular ele… Desde que não se produza acima de 12 milhões de toneladas… Dai acontece de novo o que ocorreu há três anos atrás… O arroz cai prá 17 pila e temos que vender pro governo… Quanto aos produtos alternativos (etanol, biscoito, pão, etc…) que tanto é proposto aqui, tenho para mim que é uma ideia importante para o setor industrial e comercial… Nós produtores temos é que brigar pro preços justos e redução tributária… Uruguay e Argentina vão colher mal uma barbaridade… Dólar nas alturas… No mais é tudo conversa fiada de chapeuzinho vermelho, vovozinha e LOBO MAU…

  • Aproveitando o gancho de Flavio, dos contos de fadas, esse ano a bruxa estava solta na lavoura e no palácio. Do planalto. A bruxa da lavoura sobe os custos e a bruxa do palácio desce os preços atráves da maça envenenada da CONAB. A maça é saborosa para uns, por alguns momentos, mas depois causa intoxicação. Muitas pancadas de chuvas, enxurradas, plantios tardios, Sol de rachar a moringa, e o cereal não pode subri de R$ 36,00 em pleno final da entresafra.
    Sobre o mercado consumidor, concordo em termos com o colega Anderson, pois a venda caiu mesmo, mas caiu por não sabermos “levar” o mercado. O consumidor acostumou com o preço de um produto de bom para mediano abaixo de R$ 10,00, por saber que a qq momento ira baixar de novo, numa gangorra impresível e danosa trazendo incerteza. O 10 assusta porque o 9 sempre vem mostrar a cara…
    Se cair o consumo, caiu. O que não da é quebrarmos o produtor nacional só pra servir um governo populista. Sou representante de arroz e sei que eu dependo dos produtores gauchos ( principalmente) e quanto mais o setor estiver forte, menos arroz de fora vem…

  • Boa noite a todos!
    Primeiro quero dizer ao Sr. Anderson que sou produtor de arroz e vou seguido ao super mercado nos dias de grande movimento e vejo o seguinte: realmente os consumidores escolhem bastante: a cerveja, o shampoo, o sabonete, o detergente, o refrigerante, um repelente para mosquitos, um pote de sorvete, um conjunto de xícaras novas, uma garrafa térmica com cabo diferente e muitos outros produtos que não são alimentos. Mas pegam sem olhar preço e sim pela marca: o cigarro, a erva mate, o feijão, a massa, a bolacha ,o ARROZ e qualquer outro produto que seja alimento! O que está errado? É nós, produtores de arroz, produzirmos e ofertarmos demais. Outro erro nosso é quando produzimos demais, ir a Brasília com o chapéu na mão pedir para o governo comprar. O “coice” veio agora, com o governo segurando o preço. Arroz a R$50,00 seria normal numa condição de livre mercado. Vejam o exemplo do feijão: com preço normal de R$120,00 já foi comercializado a R$300,00. E ninguém deixou de comer feijão.
    Segundo: aos colegas produtores que estão apostando na soja, meus parabéns. Se colhe na seca e na chuvarada! e se coloca dinheiro no bolso. E para finalizar este comentário, quero dizer que a planta do arroz é um ser vivo e tem o seu conforto produtivo entre 20°C e 30°C. As condições climáticas que estamos vivendo não estão sendo consideradas, mais uma vez, pela CONAB, que vende, vende, vende e os seus estoques nunca baixam de 600.000T.
    Abraço

  • 1)Mesmo não tendo procuração de ninguém, devo confessar que não entendi o emprego da palavra”mamadores”. Se foi dirigida aos agentes de comércio, como os representantes comerciais, corretores ou compradores em geral, entendo que foi muito mal empregada, pois tais agentes cumprem um papel que os produtores não estão fazendo. Entendo que produzir bem e não vender, não adianta nada.
    2)O consumo de feijão caiu sim, assim como o de arroz também, é só consultar a Pesquisa de Orçamentos Familiares – POF do IBGE. Portanto, temos que sair da lavoura e visitar os supermercados para ver o que o “rei consumidor” (como outro já disse aqui), está consumindo, o que está querendo comprar..
    3)Há outra grande contradição quando é dito “… É só o governo parar de interferir no mercado…” e, duas linhas abaixo há a firmação “que temos que vender para o governo”. O governo não foi feito para comprar arroz, que compra é o mercado (o engenho, o supermercado, os atacadistas, o consumidor), os agentes que foram atacados pejorativamente.
    4) Foram citados os produtos alternativos (etanol, biscoitos etc), como sendo preocupação apenas do setor industrial. Tenho certeza que não deve ser, pois o arroz somente terá um valor mais alto quando for usado como ingrediente de outros produtos. Dessa forma o consumidor poderá pagar mais e o produtor será melhor remunerado.
    5) No final o comentarista reclama por preços e redução tributária. Como irá ocorrer o preço justo (que também defendo), se o consumidor só quer pagar 10,00 ou 12,00 pelo saquinho de 5kg (o mesmo de 50 anos atrás)? Como reduzir tributos para depois subsidiar a compra do arroz pelo governo como defende, ou a estocagem por longo período ou a sua doação para outros países? Devemos ser mais propositivos do que apenas soltar o verbo, sem compromisso nenhum!

  • Colocação muito oportuna Sr. José Nei, o respeito aos agentes que intermediam as compras e vendas de arroz se faz necessário pois eles também fazem parte da cadeia do arroz e desempenham uma função de ligação entre produção/comércio. Quanto a queda de consumo, pode nos trazer dados numéricos a este espaço ?

  • Boa noite, Sr. Carlos Nelson! Somos vizinhos, Camaquã-Pelotas, mas não nos conhecemos, apenas através deste magnífico espaço que este site nos proporciona – que, aliás, quero que faça uma reportagem sobre o consumo de arroz, mudanças dos hábitos alimentares, novos produtos, biocombustível etc – A Revista Planeta Arroz já publicou um encarte do Engº de Alimentos José Luiz Viana de Carvalho da Embrapa, lá no seu número 3 ou 4, que tenho guardado com muito zêlo. mas, está na hora de atualizar o tema.
    Quanto aos comerciantes, realmente desempenham uma função importante na cadeia de produção, mas que não está fechada a ninguém, entendo que o produtor pode também entrar no comércio, associar-se ao comerciante, organizar-se em grupos de venda etc. – assim como os demais elos, até este nosso de comentarista!
    Quanto ao consumo tenhos dois endereços que pode ser acessado na própria internet.
    1) Artigo publicado neste no site Planeta Arroz: http://www.planetaarroz.com.br/site/artigos_detalhe.php?idArtigo=105

    2) Artigo publicado pelo Dr. Alcido Wander da Embrapa Arroz e Feijão: http://www.alice.cnptia.embrapa.br/bitstream/doc/899190/1/se775.pdf

    Tenho outros textos no endereço: http://www.josenei.blogspot.com

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