Federarroz já vive a 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz

 Federarroz já vive a 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz

Francisco Schardong, Damiana Beling, Liliana Medeiros, Brenda Predebon e Henrique Dornelles: lançamento

Coletiva de imprensa e convites às autoridades na Capital marcam a quarta-feira.

A Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul – Federarroz já vive o clima da 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, que acontecerá de 20 a 22 de fevereiro em Mostardas (RS). Nesta quarta-feira, visitas às autoridades estaduais e setoriais em Porto Alegre marcaram a mobilização pela máxima participação da cadeia produtiva no evento. Uma entrevista coletiva do presidente da Federarroz, Henrique Osório Dornelles, na Federação da Agricultura e Pecuária do Rio Grande do Sul – Farsul e para mais de 30 jornalistas dos principais órgãos de imprensa da capital, seguido de um almoço, apresentou a 24ª edição ao segmento de comunicação.

Das visitas participaram também o prefeito de Mostardas (RS), Alexandre Galdino, o presidente da Câmara Municipal, vereador Jeder Silva, e o presidente da Associação de Arrozeiros de Mostardas e Tavares, Alexandre Velho, além da rainha Liliana Temp Medeiros e as princesas Brenda Predebon e Damiana Beling. Foram convidados oficialmente o superintendente do Banco do Brasil, Tarcisio Hubner, o presidente da Assembleia Legislativa, Gilmar Sossela, o presidente da Comissão de Agricultura, Pecuária e Cooperativismo do Legislativo gaúcho, Edson Brum, o presidente do Instituto Rio Grandense do Arroz – Irga Cláudio Pereira, o secretário estadual de Agricultura, Pecuária e Agronegócio Luiz Fernando Mainardi, o presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz, Francisco Schardong, e o presidente da Farsul, Carlos Sperotto. Todos confirmaram presença.

COLETIVA

Na coletiva de imprensa, Henrique Osório Dornelles abordou a programação e os preparativos para a 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, e fez uma análise sobre a safra de arroz 2013/14, a ineficiência da distribuição de energia elétrica em algumas regiões que prejudicam os produtores irrigantes, expectativa de comercialização e preços, as intervenções do governo federal, os mecanismos que ampliaram o benefício do crédito presumido do ICMS das indústrias arrozeiras – e por consequência a demanda pelo arroz gaúcho, a qualidade do arroz sul-rio-grandense e a expansão dos clientes no mercado externo. Abaixo, um resumo do que disse o dirigente arrozeiro:

Abertura da Colheita em Mostardas – O presidente da Federarroz destaca o apoio da comunidade e seus representantes e a participação dos produtores com sugestões de temas a serem abordados na programação, que tem foco na sustentabilidade da lavoura e abordará temas de “dentro da porteira”, em busca de eficiência produtiva e competitividade, e “fora da porteira”, em questões conjunturais, setoriais, econômicas e políticas que envolvem a cadeia produtiva e organismos oficiais.

Ele enfatiza a estrutura que está sendo montada para receber 10 mil arrozeiros no Parque Zé Terra, do Sindicato Rural de Mostardas, o trabalho desenvolvido pelo Irga na lavoura que será o palco da solenidade de abertura e nas áreas com culturas alternativas , como soja e milho irrigados, safrinha de cebola e integração lavoura-pecuária em campo nativo diferido, e o trabalho desempenhado pelas nove empresas e instituições de pesquisas e insumos que irão apresentar na Vitrine Tecnológica bases científicas para uma lavoura ainda mais eficiente. “É um evento fundamental para apresentar a agenda do setor, mostrar a grandeza da orizicultura gaúcha e o nosso compromisso com o desenvolvimento do setor, das regiões produtoras e com o consumidor, afinal nossa vocação e o nosso talento é produzir alimentos”, resume.

Safra– Sobre a safra 2013/14, HenriqueOsório Dornelles destacou que o Rio Grande do Sul, com 18 mil produtores,representará praticamente 70% da produção nacional de arroz, com área cultivadade 1,1 milhão de hectares, produtividade de 7,5 mil quilos por hectare eprojeção de colher entre 8,2 e 8,3 milhões de toneladas. “Se fevereiro e marçoforem marcados por boa radiação solar e luminosidade, podemos superar estamarca, assim como poderá ser menor se houver pouca radiação solar e algum friono momento da floração”, explica.

Energia
– O presidente da Federarroz disse lamentar os problemas que os arrozeiros enfrentam com as distribuidoras de energia, especialmente na Fronteira Oeste gaúcha, seja pela oscilação de carga ou pelas interrupções de abastecimento. Isso vem causando prejuízos aos irrigantes, e o tema é alvo de uma agenda setorial com os órgãos competente. A busca por uma solução é prioritária para o agronegócio gaúcho em 2014.

Comercialização e preços
– Henrique Osório Dornelles acredita que pelos estoques públicos em queda, o dólar valorizado, a safra ajustada à demanda nacional, mesmo com os ingressos do Mercosul, e as vendas internacionais – com a abertura de novos mercados – a tendência é de que em 2014 se mantenham firmes os preços, com rentabilidade ao produtor ao longo do ano. Mas, ressalta que lembrar que em 2013 os preços evoluíram principalmente a partir do segundo semestre, quando uma parte significativa dos produtores já havia comercializado a safra e não obteve os mesmos resultados de comercialização de quem a vendeu depois. Lembra que os 300 mil hectares de soja cultivados em área de arroz também ajudam a reduzir a oferta imediata do cereal na safra. Ele considera que os preços ao consumidor tendem a ser muito levemente maiores, por uma questão de mercado, mas ainda abaixo dos patamares máximos alcançados em 2010, por exemplo.

Intervenções do governo federal – O presidente da Federarroz considera que o governo federal pela primeira vez estabeleceu regras claras para comercializar arroz dos estoques públicos e dialogou francamente sobre isso com a cadeia produtiva. E que, quando promoveu as vendas, aceitou sugestões do setor para dinamizar os processos. Embora sob o argumento de combate à inflação, a oferta da Companhia Nacional de Abastecimento -Conab não alterou o perfil do mercado nem os preços ao produtor de forma significativa.

Crédito Presumido
– O dirigente arrozeiro salienta a importância da ampliação dos benefícios, em crédito presumido do ICMS, oferecido pelo Governo do RS para as indústrias que priorizam a compra de até 90% de arroz gaúcho para processamento. Segundo ele, este mecanismo estabeleceu competitividade com o arroz do Mercosul e reduziu o impacto das importações. “Não houve prejuízos ao governo e há grandes vantagens para a cadeia produtiva”, destaca.

Qualidade do arroz – O arroz gaúcho está entre os de maior qualidade do Brasil, segundo Henrique Osório Dornelles. E há vários indicadores para isso: além da preferência do consumidor nacional e internacional, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa divulgou recentemente que não havia resíduo de agrotóxicos no arroz gaúcho coletado para exames nos dois últimos anos (desde que o teste ganhou notoriedade). Também explicou que colocará em discussão na Abertura Oficial da Colheita do Arroz, em Mostardas, a criação de um selo de qualidade que identifique o arroz do Estado. “A dona de casa sabe qual é o arroz de baixo impacto ambiental, seguro, que é saboroso e fica soltinho na panela. Como cadeia produtiva, precisamos valorizar isso”, avalia. Mas, antecipa que o assunto, por ora, apenas será colocado em debate para futuras ações.

Mercado externo – Após um início de ano de baixa comercialização externa, prejudicado pelo câmbio pouco atrativo e a perda de alguns clientes importantes por questões internas destes países, como a Nigéria, o Brasil recuperou fôlego nas exportações no segundo semestre, com uma mudança de perfil. “Além de exportar para a África, estamos conquistando dois mercados muito importantes: o da América do Sul e o da América Central, compensando algumas perdas por questões políticas locais”, esclarece. De acordo com o dirigente, há um esforço do setor, da indústria, exportadores e do próprio governo federal neste sentido, tanto que o Brasil superou barreiras sanitárias e recebeu sinal verde para vender ao México e ao Iraque. “Hoje nosso grande desafio neste sentido é evoluir na qualidade logística, mas também reconquistar nosso mercado na Nigéria e consolidá-lo no Iraque”, revela. Segundo Henrique Osório Dornelles, uma das razões para a aceitação é a qualidade do arroz gaúcho, superior aos concorrentes, além de preço e do próprio sistema de produção. “Mas, ainda podemos avançar em logística e queda da tributação”, frisa.

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