Lavoura de arroz do Rio Grande do Sul comemora estabilidade

 Lavoura de arroz do Rio Grande do Sul comemora estabilidade

Colheita foi aberta neste sábado, em Mostardas (RS)

Em seu primeiro discurso como presidente da Federarroz na cerimônia de Abertura da Colheita, Henrique Dornelles, saudou os produtores pelo momento de favorável vivido pela lavoura do RS, mas destacou que os preços, apesar melhores em comparação às safras anteriores, ainda permanecem abaixo da expectativa do setor.

A 24ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz, encerrou neste sábado, dia 22 de fevereiro, reunindo mais de 5 mil produtores sob o lonão montado no Parque Zé Terra, do Sindicato Rural de Mostardas (RS). Na mesa oficial destinada as autoridades estavam presentes o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles; o secretário da Agricultura da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi; o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller; o secretário de Desenvolvimento Agropecuário e Cooperativismo do Mapa, Caio Rocha, o presidente da Câmara Setorial do Arroz, Francisco Schardong; o presidente da Federação da Agricultura do RS (Farsul), Carlos Sperotto; o superintendente do Porto de Rio Grande, Dirceu Lopes, e o superintendente estadual do Banco do Brasil (BB), Tarcísio Hübner, o vice-presidente da Federação dos Trabalhadores da Agricultura (Fetag), Carlos Joel da Silva, entre outras autoridades.

Em seu primeiro discurso como presidente da Federarroz na cerimônia de Abertura da Colheita, Henrique Dornelles, saudou os produtores pelo momento de favorável vivido pela lavoura do RS, mas destacou que os preços, apesar melhores em comparação às safras anteriores, ainda permanecem abaixo da expectativa do setor. Dornelles também cobrou dos representantes do Mapa mais agilidade na revisão do preço mínimo do arroz. “Temos o nossos preços vigiados pelo governo federal, mas não os custos de produção. Esta talvez seja a maior reivindicação de todo o agronegócio”, ressaltou.

Neri Geller, do Mapa, cotado para substituir o ministro Antônio Andrade que se desliga do cargo para concorrer nas eleições gerais deste ano, reconheceu que em 2013 não foi possível reajustar o preço mínimo, mas garantiu que a demanda será atendida: “Estamos trabalhando na proposta de ajuste”, explicou. O novo preço mínimo deve ser anunciado até o Plano Safra 2014/15. A cadeia produtiva pede um valor adequado ao custo de produção, que gira entre R$ 28,30 e R$ 29,30, segundo o Irga, a Farsul, o Cepea/Esalq e a própria Conab. A resistência à proposta estaria no Ministério da Fazenda. Segundo as lideranças setoriais, o reajuste do valor, congelado no Rio Grande do Sul e Santa Catarina desde janeiro de 2009 em R$ 25,80, é válido como segurança para o setor diante de uma política agrícola ainda frágil, em termos de comercialização.

Mas, há outros fatores julgados importantes, como a limitação da capacidade de pagamento dos arrozeiros na contratação de financiamentos oficiais – calculados pelo preço mínimo – e de seguro agrícola. Além disso, a majoração do valor referencial, também majoraria o Preço de Liberação de Estoques utilizado pela Conab para promover os leilões de oferta de arroz, atualmente em R$ 33,28.

O presidente do Irga, Cláudio Pereira, lembrou que esta é a segunda maior safra dos últimos anos, mas com o diferencial de que os preços estão mais altos. “Conseguimos recuperar os preços do arroz e queremos mantê-los elevados neste primeiro semestre. Isso foi possível graças a um esforço conjunto entre os governos estadual e federal. Também investimos muito em tecnologia. A rotação de culturas, como é o caso do cultivo da soja e do milho em áreas de arroz, é outro avanço importante”, afirmou.

O secretário estadual da Agricultura, Luiz Fernando Mainardi, destacou que o governo, aliado ao setor produtivo, conseguiu encontrar a equação da estabilidade para a lavoura arrozeira do RS. “Foi o compromisso que assumimos no início do governo Tarso Genro, além da garantia que demos aos produtores, a de que não faltariam recursos”, disse.

Ainda que nesta edição do evento não tenha sido anunciado oficialmente nenhum aporte de recursos para a orizicultura, o superintendente estadual do Banco do Brasil, Tarcísio Hübner, informou que a instituição já está começando a liberar recursos para a próxima safra, na forma de pré-custeio, e a comercialização: “São R$ 600 milhões de EGFs para este primeiro semestre e outros R$ 600 milhões de custeio antecipado. Uma das operações que assinamos aqui é de custeio de arroz, que vence em julho de 2015, ou seja, estamos liberando os recursos antes mesmo de anunciar o Plano Safra”, explicou.

2 Comentários

  • Leiam o link abaixo e olhem se não é a mesma retórica do governo federal e estadual na colheita aqui do arroz:

    http://www.estadao.com.br/noticias/impresso,oportunismo-agropolitico,1129413,0.htm

  • Como que o presidente do irga afirma esta ser a segunda maior safra, se a recem comecou a colheita. Deve estar se referindo a Mostardas. Reconheco o esforco dos governos no requisito de investimentos em tecnologia como novas variedades de soja adaptadas para varzea. Mas no quisito comercializacao o governo tem sido um algoz . E o esforco maior e dos produtores que apostaram soja na varzea pra limpar as terras e tambem pra nao ficar refem do arroz na hora de pagar as contas.

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