Em alta, cultivo de soja avança cada vez mais na Fronteira Oeste do RS

Em alta, cultivo de soja avança cada vez mais na Fronteira Oeste do RS.

O preço da soja tem impulsionado a produção do grão na Fronteira Oeste do Rio Grande do Sul, uma das principais regiões produtoras de arroz e de carne do país. Mesmo ocupando áreas destas culturas, arrozeiros e pecuaristas garantem que o cultivo da soja não compromete a produção, como mostra a reportagem do RBS Notícias (veja o vídeo).

Um dos produtores que se preparam para colher o grão é Leo Durlo, em propriedades em Alegrete e Manoel Viana. Ele diz que dos motivos que o incentivou a plantar soja foi o preço pago ao produtor.

“A soja é uma planta que tu colhes e é cheque quente. Tu colhes em um dia e no outro já está vendendo. É um comércio muito seguro. E o preço também está muito bom, enquanto outros culturas como o arroz não está. O custo do saco do arroz, por exemplo, é de R$ 28, Nós tiramos R$ 32, R$ 33. Então, não fecha as contas”, explica o produtor.
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Segundo dados divulgados pela Emater, o saco de soja custa em média R$ 75. E o custo de produção é mais barato do que o do arroz. Mas o engenheiro florestal Carlos Eduardo Suertegaray lembra que o solo da Fronteira Oeste não é próprio para soja e por isso requer mais cuidados.

“O risco é que áreas que eram aptas para pecuária e arroz estão trabalhadas para a produção de soja em função da remuneração maior da soja. Em Alegrete, temos muitas áreas suscetíveis à erosão e à arenização. O produtor tem que ter cuidado, porque solos expostos à chuva e ao vento, sem proteção, pode causar um processo erosivo. Também sabemos que temos ciclicamente períodos de seca”, alerta o técnico da Emater.

Apesar da pouca representatividade no Estado, a área cultivada na Fronteira Oeste tem aumentado ao longo dos anos. Segundo a Emater, somente em 2014 plantados cerca de 480 mil hectares de soja na região, o equivalente a 9 % a mais que o ano passado.

Produtores de arroz dizem que o avanço da soja não compromete a produção. Pelo contrário, ajuda a recuperar o solo e contribui para a produtividade das lavouras.

“Como é uma área produtora de arroz, a gente está fazendo algumas práticas para melhorar a produção. Uma das alternativas é a rotação com a soja. Assim a gente consegue eliminar o arroz vermelho, que é o maior problema hoje das lavouras, e promover uma melhoria da fertilidade do solo. Inclusive se espera uma aumento de 10% ou mais de produção de arroz após o cultivo da soja”, diz o produtor Geovano Parcianello.

Os pecuaristas também enumeram fatores positivos com o cultivo do grão. Segundo o presidente do Sindicato Rural de Alegrete, que possui o maior rebanho do estado, o cultivo da soja impulsiona a produção. Pois além de estimular os criadores, os animais se mantêm mais nutridos.

“O que a gente tem visto é que, com a entrada da soja nestas áreas, vai haver uma maior disponibilidade de alimento para o gado. Isso vai melhorar nossos índices que já são baixos, comparado com outros países. Hoje a gente produz uma média de 55 terneiros pra 100 vacas. Temos uma margem grande pra crescer”, destaca Pedro Píffero.

As lavouras de soja na Fronteira Oeste estão na fase de enchimento do grão. Se o tempo colaborar, a colheita deve iniciar no fim do mês de março.

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