Sólida liderança
O Rio Grande do Sul representará 68,4% da safra nacional, segundo
levantamento de
janeiro da Conab
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O Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) e a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) estimam a colheita de 8,2 milhões de toneladas. A Conab indica que o Rio Grande do Sul obterá produtividade média de 7.570 quilos por hectare, com crescimento de 1,8% sobre o obtido na temporada 2012/13, que foi de 7.438 kg/ha. A alta é mais expressiva pela expansão de 4,7% na área semeada para a temporada 2013/14, passando de 1,067 para 1,117 milhão de hectares.
O plantio de maior superfície está associado a dois fatores: melhores preços no ano comercial 2013/14 e o inverno chuvoso que assegurou reservas de água para a irrigação. O setor ainda vive problemas com o arroz vermelho resistente a herbicidas e voltou a ter ocorrência de brusone, doença que triplicou os custos com fungicidas nas lavouras. Em geral, o clima ajudou a produção e a alta produtividade, apesar de um ligeiro atraso na semeadura.
O presidente do Irga, Cláudio Pereira, considera que o Rio Grande do Sul é referência para as Américas não só pelo pioneirismo, mas pela competência com que desenvolve e aplica as tecnologias nas lavouras, obtém altos rendimentos e um grão de qualidade superior, a ponto de representar quase 100% da exportação brasileira e a preferência do consumidor doméstico. “É agulhinha o arroz que o brasileiro quer no prato. Referência em qualidade e escala”, diz.
Cláudio Pereira destaca que o arrozeiro, que mostra excelência na produção de alimentos, está se tornando um produtor mais completo: utilizando tecnologias desenvolvidas e adaptadas pelo Irga, os arrozeiros plantaram 300 mil hectares de soja em várzeas, o que traz benefícios para o arroz com a quebra de ciclos de doenças, pragas e invasoras, proporciona recuperação das condições químicas e físicas do solo e também gera alternativa de renda. “Quem planta soja a negocia antecipadamente, se rentabiliza e segura o arroz para não gerar um pico de oferta na safra, o que derrubaria preços. O fluxo de vendas é gradual, sem pressão ou brusca queda das cotações”, afirma.
Segundo ele, as pesquisas com milho em várzea e pastagens, para a integração lavoura-pecuária, também avançam. “Os resultados são excelentes”, alerta. Para o dirigente, os preços em 2014 devem se manter acima da média de 2013. “Os estoques estão mais ajustados, o câmbio é bom para exportar e desfavorece a importação, o governo gaúcho reduziu as assimetrias com o Mercosul, a safra é boa, apesar de problemas pontuais de clima, a soja em terras baixas vai bem. Temos tudo para ter um ano comercial 2014/15 muito bom”, atesta.
O presidente da Câmara Setorial Nacional do Arroz, Francisco Schardong, acredita numa safra cheia, similar à da temporada passada, e preços também firmes. “Está na hora do produtor obter alguma renda com o suor do seu trabalho. Produzir alimento é uma missão, mas com o bolso vazio ou endividado o produtor não sobrevive nem investe numa lavoura melhor e mais produtiva”, comenta.