Análise da safra e mercado de arroz do 10º Levantamento da Safra de Grãos

A atual safra brasileira 2013/14 de arroz, a produção média deverá ser 3,1% superior em relação à safra 2012/13, atingindo 12.184,1 mil toneladas.

O levantamento de safra de arroz realizado pela Conab aponta para um decréscimo de área plantada brasileira de 0,7% em relação à safra 2012/13. No Rio Grande do Sul, onde se registra a maior área plantada do país, a expectativa é de que atinja os 8,11 milhões de toneladas, representando um incremento de 2,3% em relação à safra passada. O acréscimo ocorreu em função da boa disponibilidade de água nos mananciais neste ano e aos preços do produto que superaram o custo de produção.

Com relação à colheita já concluída, foi observada uma pequena perda de produtividade no terço final da operação, em virtude da ocorrência de altas temperaturas que persistiram por vários dias e amplitude térmica entre o dia e a noite. Outro fator que contribuiu para a perda foi à área semeada fora do período ideal recomendado pela pesquisa.

Em Santa Catarina a colheita também já finalizou, e o desempenho apresentado pela lavoura durante o desenvolvimento vegetativo realizou-se dentro de um quadro de normalidade, afastando um receio inicial da ocorrência de veranico associado a elevadas temperaturas. A produtividade catarinense atingiu 7.110 kg/ha, com um crescimento de 4,1% ao comparar-se com a safra 2012/13.

O destaque da lavoura de arroz neste ano fica por conta do forte crescimento observado da área plantada na Região Centro-Oeste. Foi, inclusive, a única região do país onde houve incrementos em todos os estados da região. Os estimulantes preços de algodão, soja e milho estão desde o ano passado, criando uma demanda por área agricultável, que está sendo atendida por pastagens degradadas e antieconômicas existentes em larga escala naquela região. Essas pastagens estão sendo reconvertidas para a produção de grãos, e o arroz é a lavoura que primeiro se apropria dessa mudança.

Na Região Norte o plantio da lavoura de sequeiro ocorre na sua grande maioria, associando baixos níveis tecnológicos com as adversidades climáticas frequentes e atendem mais às circunstâncias de subsistência, uma vez que os mercados locais são literalmente invadidos por produtos de melhor qualidade e preços competitivos, oriundos de outras regiões do país. Em Tocantins, principal estado produtor, a colheita já foi praticamente realizada e o desempenho do plantio realizado em terras altas, aliado à diminuição na área plantada, explicam a redução de 3,9% na produção deste ano.

Na Região Nordeste, a despeito da existência de áreas de plantio irrigado, o clima mais amigável deste ano permitiu um bom rendimento das lavouras em relação aos últimos anos. A produção regional neste ano deverá experimentar o maior incremento percentual do país – 20%.

Com esse cenário, o levantamento realizado pela Conab aponta para uma queda na área brasileira de 0,7% na área plantada com arroz, saindo de 2.399,6 mil para os atuais 2.382,4 mil hectares, gerando uma produção de 12.161,7 mil toneladas, que representa um incremento de 2,9% em relação ao resultado da safra passada.

OFERTA E DEMANDA

Nos últimos dados disponibilizados pela Secex/MDIC, em maio de 2014, foram importadas 84,1 mil toneladas de arroz, sendo apenas 0,3 mil toneladas oriundas de terceiros mercados não pertencentes ao Mercosul. Até a presente data, 07 de julho, não foram disponibilizados os dados referentes a junho e por esse motivo, maio é a proxy utilizada na análise em questão. Esses números demonstraram uma redução do fluxo de produtos adquiridos no mercado externo em relação ao último ano.

Em maio de 2013 essas aquisições foram de 114,2 mil toneladas, sendo 0,6 mil provenientes de outros países não pertencentes ao Mercosul. Acerca das exportações, estas tiveram uma expansão, passando de 39,5 mil toneladas em abril de 2013 para 120,1 mil toneladas em abril de 2014. Acerca do fluxo comercial internacional consolidado do período comercial 2013/14, obteve-se um superavit de 245,1 mil toneladas, sendo o montante exportado igual a 1.210,8 mil toneladas e o montante importado igual a 965,5 mil toneladas.

Nos três primeiros meses de análise do período comercial 2014/15, março e maio de 2014, observou-se um superavit no montante de 164,4 mil toneladas. Com estes resultados somados à recente valorização do Real, estima-se que – para o período safra 2012/13 – a balança comercial do arroz encerre com um superavit de 100 mil toneladas, sendo as exportações estimadas em 1.100 mil toneladas e as importações em 1.000 mil toneladas.

Finalmente, para a atual safra brasileira 2013/14 de arroz, a produção média deverá ser 3,1% superior em relação à safra 2012/13, atingindo 12.184,1 mil toneladas. Esse aumento de produção ocorre principalmente devido à expansão de área em face do elevado patamar de preços do produto. Sobre o estoque de passagem, na safra 2012/13, o volume consolidado em 28 de fevereiro de 2014 fechou em 1082,1 mil toneladas em face do baixo volume apurado no levantamento de estoques privados (496,1 mil toneladas) e do reduzido estoque em poder do governo federal (586 mil toneladas).

Com esses resultados, o consumo da safra 2012/13 é estimado em 12,6 milhões de toneladas. Para a comercialização da safra 2013/14, o consumo é estimado em 12 milhões de toneladas, o que, em conjunto com uma pequena redução do superavit em relação ao período anterior, resultará em uma expansão do estoque de passagem para 1.166,2 mil toneladas.

3 Comentários

  • HÁ NÃO PRECISO DESTA BOLA DE CRISTAL QUE ADIVINHA E ESTIMA TUDO, POIS ESTAMOS NA METADE DO ANO E JÁ DIZEM QUE VÃO CONSUMIR MENOS QUE O ANO PASSADO, BOM DEVE SER PORQUE O ARROZ ESTA MAIS CARO MESMO.

  • É engraçado que o papel aceita tudo, vai diminuir o consumo em 600 mil ton, dum ano pro outro, o cara que previu isso é bom.
    É muita política envolvida no meio, não precisamos desse tipo de levantamento tendencioso.
    Ninguém mais acredita nesses números tanto é que agora reviram que a safra passada o estoque de passagem não foi tão expressivo como apresentava.

  • esse pessoal da conab e seus levantamentos de safra são uns brincalhões.cada dia tem um levantamento diferente,mas pode terem certeza que a mim e a muita gente voces não enganam mais.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter