Alta do custo preocupa arrozeiros gaúchos às vésperas do plantio da nova safra

Para representante do setor no município de Itaqui, mercado atual não é lucrativo.

O aumento dos custos de produção é a principal preocupação do produtor de arroz do Rio Grande do Sul neste momento. A afirmação é do presidente da Associação dos Arrozeiros do município de Itaqui, um dos principais municípios produtores no estado, Ronaldo Busatto.

“O custo está muito alto e as previsões não estão boas. Fala-se em aumento de energia elétrica e nossa lavoura é totalmente irrigada. Impacta muito o nosso custo. Nossa produção é boa, altamente tecnificada, mas não dá lucro”, reclama o rizicultor, demonstrando preocupação também com uma eventual alta dos preços dos combustíveis.

O preço mínimo estabelecido pelo governo federal é de R$ 28,50 por saca. No entanto, o mercado neste momento opera em patamares maiores, em torno dos R$ 36. De acordo com os indicadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base no mercado gaúcho, o produto encerrou agosto com uma valorização de 2,48%. Nestes primeiros dias de setembro, acumula alta de 0,30%, com indicador a R$ 36,89 nesta terça-feira, dia 2.

Apesar disso, Ronaldo Busatto afirma, com base na região de Itaqui, que o preço está ajustado ao custo de produção, com pouca margem para o produtor. Produzir arroz está em torno de R$ 33 a saca. “Demanda muito dinheiro e nós estamos muito sujeitos às intempéries. Precisamos de um preço de, no mínimo R$ 35 na colheita. Se entrarmos com preço baixo e cair ainda mais, não vai sobrar lavoureiro”, diz ele.

A preocupação dos rizicultores ocorre às vésperas do plantio da nova safra, que deve começar ainda neste mês. Em todo o estado, o Instituto Riograndense do Arroz prevê o plantio de 1,21 milhão de hectares, um aumento de 0,11% em relação à safra 2013/2014. A expectativa é de uma produtividade em torno de 7,6 toneladas por hectare.

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