Clima pode atrasar plantio de arroz

Áreas prontas para cultivo não ultrapassam 60%; máquinas do RS só devem começar a operar entre cinco e dez dias, em função do excesso de chuvas.

O excesso de chuvas causado pelo El Niño no Rio Grande do Sul – maior estado produtor de arroz – tem deixado os rizicultores receosos sobre um possível atraso no plantio do grão, fato que pode acarretar perda na qualidade do produto para esta safra.

Em entrevista ao DCI, o presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, conta que as áreas prontas para semeadura estão entre 50% e 60%, visto que, em outros anos, este percentual já representava quase 100%.

"Esta safra é uma incógnita e vai depender de bom clima. O El Niño pode nos levar ao atraso no plantio e acarretar baixa qualidade na produção. Ainda temos tempo para dar uma resposta positiva mas os produtores estão receosos", enfatiza o presidente.

Por conta das chuvas, as máquinas só começarão a operar na região entre os próximos cinco ou dez dias.

De acordo com o último levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), para a safra 2013/2014 de grãos, das 12,1 milhões de toneladas de arroz produzidas no Brasil, 9,3 milhões de toneladas estão na Região Sul, sendo 8,1 milhões de toneladas provenientes do Estado do Rio Grande do Sul.

Dornelles estima que a área plantada seja mantida na safra 2014/2015, na média entre 1,13 e 1,15 milhão de hectares.

Custos

Dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) mostram que os preços do grão atingiram os maiores patamares do ano, a R$ 36,90 por saca. "Há meses, o produtor vem conseguindo organizar a venda de sua produção para que não ocorra pressão sobre os valores. A boa liquidez no mercado de arroz e a possibilidade de negociar outros produtos, como soja e gado, também vêm favorecendo a decisão de orizicultores", avalia o instituto.

Entretanto, os custos de produção pressionam a rentabilidade do produtor.

"Se nossa produtividade for de 7,2 mil quilos por hectare, o custa fica em R$ 29,50. Se cairmos para 6,7 mil quilos, o valor aumenta em R$ 2 e o inverso acontece se a produtividade crescer para 7,7 mil quilos por hectare – o mais provável que deve acontecer", explica o presidente da federação.

3 Comentários

  • Muito cuidado quem vai começar a plantar ou já está plantando em áreas de várzeas próximas de grandes rio… No Uruguay (país) choveu 400 mm segundo o Metsul e as enchentes são violentas… Há previsão de chuvas de até 200 mm para os próximos dias nas cabeceiras do Rio Uruguai aqui no estado e em SC… Parece que a tradicional enchente de São Miguel não vai nos poupar esse ano… abraço e cautela !!! Entre Itaqui e Uruguaiana o Rio Ibicui está de barranco a barranco o que geralmente faz as enchentes do Rio Uruguai represarem…

  • Pode atrasar? Já está atrasado, e o preparo de solo? Quando vai parar de chover??? Mais um ano que vamos ter que nos desdobrar para vencer as adversidade climáticas, se alguém que ache o arroz caro tivesse a mínima noção dos riscos que passamos e dos altos custos, ia estar pagando 3,00 o Kg e dando risada pois a coca cola e muito mais cara.
    SOJA NA VÁRZEA NELES!!!

  • simples amostragem:

    1) arroz… máximo R$ 2,50 o kg.
    2) erva-mate… R$ 14,50 (aumentou 300% nos últimos anos)… Tá liberado.

    Argentina e Venezuela aprovaram leis para o governo controlar diretamente os preços dos itens da cesta básica… Aqui sempre é o “The day after”…

    Sinceramente, mas sejam sinceros mesmo, alguém acredita que o governo vai deixar o preço do arroz com feijão subir ??? Alguém espera ganhar muito dinheiro plantando arroz sem estar capitalizado e não poder vender na entre-safra para pagar as contas?

    Faço essa pergunta porque quem acha que vai ganhar, mesmo assim estará perdendo… Quem acredita que vai ter lucro vendendo a R$ 45,00 no ano que vem, pois saibam que já estão perdendo, porque a inflação real é tão irreal quanto a inflação projetada… Argentina já beira os 40%… Aqui já passou os 2 dígitos há muito tempo…

    E se tivermos chuvarada agora na plantação (torço para que seja um ano normal)? E seca e excesso de calor no verão?

    Pergunto isso, porque será que vai valer a pena aumentar área para vender a R$ 30,00 na colheita se colhermos 14 milhões de toneladas + importações???

    Pergunto isso porque com a crise se agravando e o consumo diminuindo não haverá superoferta ano que vem??? E com indústrias e cooperativas pedindo recuperação ou falindo não haverá risco de calote no setor orizícola??? Em quem cairá a bomba de suportar esse ônus???

    Ou vivemos no mar de rosas que tentam nos passar nos programas eleitorais… Será que somente eu sou pessimista??? Será que os maus resultados da Expointer e da nossa economia são frutos de um processo de aumento de poupança e redução de consumo em apoio a política do governo para contenção da inflação???. Será que a “marolinha” está passando e que ano que vem vamos crescer de novo, que os impostos serão reduzidos, que a produção baterá recordes em cima de recordes??? Que não precisaremos pagar mais R$ 200 bilhões de juros da nossa dívida mobiliária pública e 50% desse recurso será investido na agricultura??? Será que descobriremos uma forma de plantar arroz dentro dos supermercado para reduzirmos custos e não prejudicarmos o meio ambiente como querem os ambientalistas??? e chega de Será…

    Que futuro nos espera meus colegas e amigos??? Vocês já pensaram nisso??? Me dirijo aos que acreditam que o arroz é um grande negócio e que vão aumentar a área nesse ano… Reflitam… Analisem o que vem acontecendo ano após ano… Falo em termos de macroeconomia e políticas governamentais… Falo em termos de rentabilidade… Quem continua ganhando dinheiro com o arroz???

    É chegada a hora da reflexão… E falo isso porque sei que tem muita gente indecisa tendendo a plantar mais arroz e menos soja… Ou não aumentar a área de soja em função da redução do preço nesse momento… Pois bem, analisem quanto vocês ganharam só em não ter que vender o arroz em abril e maio nesse ano… Analisem qual cultura dá a opção de planejar os custos em função de uma receita futura pré-determinada… Além das facilidades de manejo e menor risco em caso de frustração de safra por problemas climáticos…

    Peço desculpas se mudei a discussão para outro caminho diferente da matéria… Mas clima e planejamento estão intimamente ligados…

    É chegada a hora da indústria que deseja investir em exportação sentar com os produtores e criar mecanismos de sustentabilidade de preços e garantias de rentabilidade e mercados futuros…

    Reduzir nossas incertezas é a única forma de incremento na produção… Para as incertezas climáticas sugiro a implantação imediata de seguros mais acessíveis, subsidiados e desburocratizados(controlados por gps pois já tem tecnologia para isso)… Para as incertezas comerciais é preciso que as indústrias garantam aos seu produtores/fornecedores um preço médio de mercado (independente da lei da oferta e da procura e do preço mínimo do governo) que garanta rentabilidade e sustentabilidade… Sem exploração e sem exageros… Fim das famigeradas CPRs e outras formas de agiotagem em cima dos produtores… 2×1 é uma vergonha…Uma espécie de PACTO PELO ARROZ NACIONAL….

    Até parece conversa de político o que foi dito acima… De sonhador talvez… Sei que é difícil mudar a “velha política” do arroz… Que os grandes (produtores e indústrias e atacado e varejo e governo e bancos) não vão querer se adaptar… Que está tudo muito tranquilo para eles… Só que a partir de agora eles tenham que contar com uma variável que não estão preparados… DESABASTECIMENTO… E mais uma vez os produtores serão os “vilões”, seja por não produzirem em quantidades suficientes, seja por esconder matéria-prima… seja por manter o desejo de poder pagar as contas e salvar seu patrimônio… seja por querer ter lucro e ser taxado de capitalista e rotulado de “grande” produtor (ou simplesmente Burgues de Camionetão)…

    Perdoem a minha prolixidade… Perdoem a minha sinceridade… mas as vezes me indigno com o que vejo e ouço… E sinto que nossas riquezas estão indo embora sem te que tomemos proveito sequer de parte dela.

    Abraço a todos…

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