Brasil tem que focar em acordos internacionais para exportar

 Brasil tem que focar em acordos internacionais para exportar

Del Villar: a política precisa fazer sua parte para que o Brasil cresça no mercado mundial

Conselho é do analista de cenário internacional do arroz, Patrício Méndez del Villar.

O Brasil tem crescido sistematicamente para a condição de um dos grandes exportadores mundiais de arroz, mas ainda precisa alcançar o respaldo político necessário se quiser seguir evoluindo. Este é o entendimento do pesquisador Patrício Méndez del Villar, do Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), da França, que palestrou nesta sexta-feira à tarde em Tapes (RS), durante programação da Abertura da Colheita do Arroz.

Para o analista, o Brasil ainda não consolidou suas posições no mercado internacional e isso passará, obrigatoriamente, pela ação do governo brasileiro na formalização de acordos comerciais com outros países, que deverão ser seguidos de acordos fitossanitários e de garantias de qualidade do produto e certificação. Lembrou que atualmente 50% das exportações norte-americanas se dirigem para a América, o Caribe e o Oriente Médio que o Brasil não terá vida fácil para operar nestes mercados, que são os principais do país no momento. “É muito difícil concorrer com os Estados Unidos diante da gama de acordos e das condições que eles têm para produzir e exportar”, informa.

O diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Tiago Sarmento Barata, concordou com a posição do palestrante e enfatizou que há um esforço da cadeia produtiva no sentido de que o Brasil consolide acordos comerciais, especialmente com os mercados já cativos do arroz brasileiro, e anunciou que o Irga está apoiando um projeto que criará um sistema de certificação do arroz gaúcho para a exportação.

O diretor técnico da Expoarroz, Rubens Silveira, também comentou o assunto e chamou a atenção para o fato de o Brasil, em 10 anos, tornar-se um exportador com volumes superiores ao Uruguai, por exemplo, que opera no mercado internacional há 50 anos. “Paulatinamente o País vai agregando novos avanços. Há 10 anos importávamos 1,7 milhões de toneladas, hoje já exportamos 1,3 milhões. Estamos crescendo com grande esforço da cadeia produtiva, dos operadores, do porto, das tradings, da indústria. Os acordos comerciais acontecerão ao natural, mais cedo ou mais tarde, mas é importante que a cadeia produtiva trabalhe para que ocorram o mais cedo possível. É uma questão de sermos competitivos”, destacou.

Patrício Méndez del Villar também afirmou que o mercado mundial deve dobrar de tamanho em 20 anos, passando para 80 milhões de toneladas. Entende, porém, que este crescimento não preocupa, pois o mundo atualmente tem um estoque mundial de 181 milhões de toneladas, o mais alto do século e equivalente a 36% das necessidades de consumo do planeta. “O arroz não tem risco de desabastecimento, exceto por questões políticas ou econômicas muito localizadas. O mundo tem arroz de sobra”, avisa.

4 Comentários

  • O palestrante estava arguindo bem até lançar esta linda “perola”: o mundo tem arroz de sobra, nos poupe, estamos lutando contra intempéries, custos astronômicos, governo achatando preços, importações paraguaias e do Tio Ratalino, Vá fazer este tipo de comentário la na África onde contingentes humanos ainda morrem de fome, não aqui para nós, que no desdobramos para produzir.

  • Em primeiro lugar, gostaria mais uma vez de parabenizar o trabalho do Patrício o qual respeito e acompanho a mais de uma década.

    Gostaria de contribuir complementado as informações da reportagem acima:

    O consumo mundial é de aproximadamente 480.000.000.000 de kg (480 milhões de toneladas), enquanto a população mundial é de aproximadamente 7.212.000.000 (7 bilhões de pessoas), por tanto temos que o consumo, mundial , de arroz é de 66,83 kg/habitante/ano, isso significa dizer que o estoque mundial de arroz abasteceria o planeta por 4 meses e meio.
    Sendo que somente a China e a India consomem respectivamente 148.000.000 Ton e 99.000.000 Ton somando 247.000.000.000 (247 milhões de toneladas) por ano, quase uma vez e meia o estoque de reserva mundial de arroz.

  • Como deverá ficar o mercado do arroz no final de 2015? Haverá tendência de valorização significativa nos preços?

  • SE o mundo tem arroz sobrando cabe AOS GOVERNANTES de cada pais DISTRIBUIR aos pobres que são milhares PASSANDO FOME NESSE MUNDO. A QUESTÃO É QUE SE FALE QUE ESTE ESTOQUE NÃO ESTÁ 100% DISPONIVEL PRA CONSUMO IMEDIATO PORQUE BOA PARTE É REPRESADO PRA SEGURANCA MUNDIAL NO CASO DE GUERRA.

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