Terminal arrozeiro volta à pauta no RS
Estrutura de exportação de arroz em Rio Grande é vital para o equilíbrio dos preços internos do arroz e a renda do setor.
Representantes do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), da Superintendência do Porto de Rio Grande (SPRG), Companhia Estadual de Silos e Armazéns (CESA) e Secretaria Estadual de Agricultura e Pecuária (Seapa) visitarão o terminal da Cesa no Porto de Rio Grande na próxima segunda-feira, 23 de março.
A visita está programada dentro de uma análise do Governo do Estado sobre o destino que será dado ao terminal portuário público, que vinha operando exclusivamente com arroz e está desativado por conta das obras de reforma e ampliação do cais do Porto Novo.
Um grupo de trabalho chegou a propor a reforma do terminal ainda na gestão do governador Tarso Genro, mas a mudança de governo e as restrições econômicas acabaram exigindo um reestudo do caso. Na última semana, dirigentes do Irga, do porto e das demais instituições setoriais do Estado, além de representantes da Farsul, se reuniram com o secretário da Agricultura e Pecuária, Ernani Polo, para debater o assunto e dar continuidade aos estudos.
Uma das possibilidades analisadas pelo conjunto das entidades estaduais é a de o Irga assumir o terminal, modernizá-lo, ampliá-lo e torná-lo capaz de concentrar os embarques de arroz do Rio Grande do Sul, que em 2014/15 alcançou volume próximo de 1,2 milhão de toneladas.
Com a instalação de um ship loader, tombador automatizado, novo sistema de armazenagem no retroporto para até 60 mil toneladas, ampliação da capacidade da estrutura existente – por modernização – para até 60 mil toneladas, e do espaço de manobra, carga e descarga, o setor espera ter condições de exportar até 4 milhões de toneladas por ano.
Embora o mercado atualmente exija os embarques de 1 milhão a 1,5 milhão por ano para manter o equilíbrio doméstico entre oferta e demanda, a ideia é assegurar uma estrutura que permita ao Brasil avançar em sua posição de fornecedor internacional de grão longo-fino de alta qualidade.
Um investimento através do Irga – que precisaria retomar uma maior participação nos volumes de recursos da Contribuição Para o Desenvolvimento da Orizicultura (CDO), hoje alocada para a o Caixa Único do Estado para realizá-lo – depende ainda de que algumas estapas sejam vencidas: o convencimento da diretoria, o debate e aprovação pelo conselho e a realização de estudos de viabilidade técnica e econômica.
O certo é que o Irga considera fundamental que os arrozeiros e as indústrias gaúchas tenham um canal próprio de escoamento de arroz para o mercado mundial. E ele passa obrigatoriamente por Rio Grande.
O desafio, agora, é encontrar o meio de tornar essa demanda num terminal concreto, uma vez que a CESA acumula um passivo gigantesco e está no rol das empresas que o governador José Ivo Sartori pretende extinguir para evitar a sangria dos cofres públicos.
2 Comentários
Terminal para exportar (defino em uma só palavra): FUNDAMENTAL !!! Com o dólar nas alturas, só o setor tritícola aumentou em 2000% as exportações de trigo no mês passado. Só a Tailândia comprou U$ 69 milhões em trigo do RS… IMAGINEM O QUE PODEREMOS VENDER DE ARROZ E SOJA PARA FORA ESSE ANO… A China diminui as importações de soja, mas a CORÉIA DO SUL está importando mais do que nunca… Os europeus estão importando mais do que nunca aqui do Brasil… O oriente médio… Provaram o melhor ARROZ do mundo… O IRGA tem o dever moral de atuar junto ao governo do nosso Estado e mostrar a que veio… Não podemos vender arroz a R$ 35… Não tem como… Ajudem os produtores… A safra está sendo muito boa e teremos um grande excedente a ser escoado para fora já que sempre absorvemos arroz de fora (argentina, uruguay, paraguay e tio ratalino)… O MOMENTO É DE PRESSÃO POLÍTICA PESSOAL… NÃO VAMOS NOS ACHICAR… PROMETERAM NO PASSADO E VÃO TER QUE CUMPRIR NO PRESENTE SOB PENA DE OMISSÃO… A MESMICE É O QUE CARACTERIZA BONS E MAUS GOVERNANTES… OS VISIONÁRIOS É QUEM FAZEM OS BONS GOVERNOS… TE MEXE ARROZEIRO… TE MEXE IRGA… TE MEXE FEDERARROZ… TE MEXE FARSUL… E ME OUVE SARTORI !!! É por essas e outras que eu queria o Juarez Petry na direção do Irga… É um homem de visão mercadológica e batalhador pelo setor… Vai atrás e não desiste enquanto as coisas não estão definidas… e o arroz embarcado… Não importa aonde vão embarcar esse arroz… Porto Alegre, Guiaba, Barra do Ribeiro, Praia do Laranjal, Rio Grande… O importante é que embarquem esses 2 ou 3 milhões de toneladas que vão empatar nosso mercado até outubro… Sugiro também pressionar o governo federal pelo fim da Lei Kandir… Obrigado pela paciência !!!
Caríssimos; Não resta dúvida que a agilização deste problema é de suma importância. O nó górdio passa pelo grande passivo da CESA e pela correta destinação da taxa de CDO, há muito desviada do IRGA para o caixa único do Estado também falido. Neste governo em que o vice é empresário, nada mais razoável em que haja empenho em separar logo o terminal de R.G. do restante e organizar talvez uma PPP pra viabilizar este canal de exportação. Sds.