O elo perdido

Conhecer o custo de produção é fundamental.

A lavoura gaúcha de arroz está dando os primeiros passos para tratar com a seriedade devida os custos de produção. A proposta inicial da Federarroz, de estabelecer um estudo capaz de identificar as diferenças básicas por região, é o pontapé inicial de um processo mais longo, mais complexo, que às vezes estabelece dois custos absolutamente divergentes em lavouras que são separadas apenas por um canal ou por uma taipa.

Para saber se tem renda ou não, para precificar o seu produto, o arrozeiro precisa ter o seu custo de produção na ponta do lápis, o que geralmente acontece com produtores capitalizados ou com lavouras pequenas a ponto de utilizar mão de obra familiar e contratar operações como o plantio e a colheita. É tão raro encontrar um produtor que saiba exatamente o que gasta para produzir uma saca de arroz quanto uma lavoura isenta de arroz vermelho no Rio Grande do Sul. E isso é apenas parte da complexidade do processo.

Proprietário ou arrendatário? Irrigação por declive natural ou com levante? Diesel ou energia elétrica? Um, dois, três ou quatro levantes? Pré-germinado ou cultivo mínimo? Em linha ou a lanço? Semente certificada ou salva? Secagem e armazenagem própria ou na cooperativa ou na indústria? Faturamento comprometido com o pagamento de dívidas ou não? Estas são apenas algumas das perguntas que precisam ser respondidas num gigantesco questionário, para se ter ideia do tamanho da complexidade.

A regionalização do custo não é a solução, mas já é um passo para identificar realidades diferentes. É muito mais do que “custos de produção” dissonantes, fixados por instituições diversas, sem atender a realidade média dos produtores. A realidade integral, nem cogitamos. Mas, é um primeiro passo. E esse esforço deve ser reconhecido.

Boa safra, e uma boa leitura!

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