Maior concentração

 Maior concentração

Dornelles: números ajustados

Rio Grande do Sul terá
safra maior, com atraso
e aumento dos custos
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Apesar do atraso na implantação das lavouras, por conta de fortes chuvas na primavera, o Rio Grande do Sul terá um pequeno aumento de produção na temporada 2014/15 e representará 67% da produção nacional de arroz, ou seja, para cada três quilos produzidos no Brasil, dois ocorrem em território gaúcho. No quarto levantamento de safras da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado na primeira quinzena de janeiro, a projeção é de que o Extremo Sul brasileiro produza 8,17 milhões de toneladas de arroz em casca, com uma produtividade média de 7,3 mil quilos por hectare (0,8% ou 57 quilos a mais por hectare), por conta do clima mais favorável ao longo de janeiro e fevereiro.

Na temporada passada, temperaturas acima da média – com sensação térmica acima de 45 graus – na época de floração afetaram significativamente a produtividade. Com isso, a produção total será 0,7% maior do que na temporada anterior apesar de uma perda de 0,1% de área, que passou a ser de 1,119 milhão de hectares frente a 1,120 semeados em 2013 para colher em 2014.

O diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Tiago Sarmento Barata, considera as projeções da Conab “dentro do razoável”. No entanto, destaca que o excesso de chuvas no Rio Grande do Sul, que até então era considerado administrável, começou a ser tratado como uma preocupação real pelos produtores e operadores dos demais elos da cadeia produtiva a partir da segunda quinzena de janeiro. Na região da Fronteira Oeste, em janeiro, 17,6 mil hectares foram atingidos pela enchente do Rio Uruguai, sendo 5,8 mil hectares com danos irreversíveis. “O atraso do plantio, o alongamento do ciclo produtivo em razão da reduzida soma térmica e a perda de áreas com enchentes devem ter como consequências o atraso da entrada da nova safra e redução de produtividade”, avalia o dirigente.

O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul, Henrique Dornelles, crê que uma projeção de produtividade média mais próxima de 7,1 toneladas por hectare estaria mais próxima do que é esperado pelos produtores. “Mas, até o final da safra terão outros levantamentos e esse número ainda poderá ser ajustado na medida em que os técnicos verificarem o agravamento de algumas situações”, revela. Contudo, a expectativa do setor é positiva no sentido de ter uma safra igual ou muito próxima à passada, com volume suficiente de grãos para atender a demanda nacional.

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