Queda no preço abala arrozeiros
A safra de arroz foi muito boa, mas o preço preocupa produtores.
Os produtores de arroz do Rio Grande do Sul, que nesta safra plantaram 1,13 milhão de hectares e obtiveram boa colheita, estão preocupados com a queda no preço do produto. A saca de 50 quilos está sendo paga a R$ 33,00 quando o custo de produção é de R$ 38,00. Em relação ao mês passado, o preço caiu 6,5%.
“Enquanto praticamente todos os preços crescem, o do arroz diminui, estrangulando a capacidade de custeio e de endividamento do produtor, os preços praticados pelo mercado nem de longe compensam o custo de produção”, diz o presidente do Sindicato Rural de São Gabriel, Tarso Francisco Pires Teixeira.
As sucessivas prorrogações de financiamentos inflacionaram o custo financeiro e os novos aumentos de insumos — luz, óleo, herbicidas, adubo — estão ameaçando a lavoura, “sob um silêncio quase surpreendente das representações que falam em seu nome”, acrescenta.
O produtor Geraldo Pereira de Souza, que sempre foi uma excelente fonte sobre o agronegócio da Campanha gaúcha, confirma que a situação dos arrozeiros é muito difícil e “dá vontade de abandonar a atividade”. Tarso acrescenta que “os desafios passam por tomar decisões e pela unidade dos produtores”.
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As vezes o remédio tem que ser amargo, um xarope docinho nunca aplacou uma gripe. Quando o preço do cereal esteve em alta no último trimestre do ano passado, o governo entrou no mercado com seus leilões para acalmar o dragão. Assim o preço foi sendo estancado e a percepção do consumidor foi a de que o preço do produto não estava subindo. Naquela época, se deixassem o preço se acomodar em um nível um pouco mais justo, agora o consumidor já saberia que a realidade do produto é um pouco mais elevada e talvez o produtor pudesse pagar seus compromissos e ainda retirar o que merece. O grande problema é que a mentira reina por aqui, os preços não são reais, mas os custos são embebidos de realidade. Hoje, temos promoções de marcas a rodo no mercado, cedemos aos mercados as migalhas que eles nos cobram, e assim o consumidor nunca entra em contato com a verdade. Querem remunerar o arroz, digam ao consumidor o quanto vale ele. Quanto mais rápido melhor!
Apagaram!
Mals!