Recursos superam expectativas, diz presidente da SNA

Diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Hélio Sirimarco alerta que a parcela com juros controlados aumentou de R$ 87.9 bilhões para R$ 94.5 bilhões, ou 7,55%. A SNA também considera que a elevação dos juros é compatível por acompanhar a inflação e a variação da Selic.

"O montante dos recursos disponibilizados para o Plano Safra foi superior às expectativas do setor, que receavam por uma redução ou, no máximo, um valor equivalente ao que foi disponibilizado no ano passado." A opinião é do presidente da Sociedade Nacional de Agricultura, Antonio Alvarenga, sobre o anúncio do Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2015/16, feito na terça-feira, 2 de junho, pela ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Kátia Abreu, durante encontro que contou com a presença, entre outros, da presidente Dilma Rousseff.

Ao todo o governo federal vai disponibilizar recursos ao crédito rural na ordem de R$ 187,7 bilhões, para as operações de custeio, investimento e comercialização da agricultura empresarial. O volume destinado ao financiamento do segmento teve alta de 20% em relação ao período anterior, que foi de R$ 156,1 bilhões.

"O agronegócio foi preservado dos cortes de recursos e da política de austeridade (ajuste fiscal), que está sendo conduzida pelo Ministério da Fazenda. Isto reflete o reconhecimento da importância do setor para a economia brasileira, sobretudo para o equilíbrio da balança comercial do País", ressalta Alvarenga.

JUROS

Para os empréstimos de custeio da agricultura empresarial pelo PAP (ou Plano Safra), a taxa de juros será de 8,75% ao ano e para os demais programas de investimentos vai variar de 7% a 8,75% ao ano, para faturamento de até R$ 90 milhões.

"A elevação nos juros das linhas de financiamento acompanha o aumento da inflação e é compatível com a variação da Selic (taxa básica de  juros), nos últimos 12 meses", comenta o presidente da SNA. Diretor da Sociedade Nacional de Agricultura, Hélio Sirimarco alerta que a parcela com juros controlados aumentou de R$ 87.9 bilhões para R$ 94.5 bilhões (+ 7,55%).

"Esse percentual é inferior ao IPCA (Indice de Pesquisa ao Consumidor Amplo) de abril (8,17%) e a inflação dos custos de produção no período abril/14 – abril/15 (10,43%). O volume de recursos com juros livres aumentou de R$ 27 bilhões para R$ 57 bilhões (R$ 30 bilhões)", ressalta.

SEGURO RURAL

Ele ainda destaca que "o Plano Safra traz também alguns as avanços no seguro rural, que faz muita falta aos produtores". De acordo com o Mapa, já está aprovado o orçamento para este ano do Plano de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR), que inclui a criação do sistema integrado de informações do seguro rural (SIS-Rural) e a formação de grupos de produtores para negociação com as seguradoras. Ainda prevê a padronização das apólices de seguro agrícola, medida que começou este ano, quando foi definido o nível mínimo de 60% para sua cobertura.

CELEIRO DO MUNDO

Segundo Alvarenga, "a ministra Kátia Abreu está de parabéns por ter conseguido demonstrar, aos ministros da área econômica, a importância de se continuar investindo no agronegócio, garantindo o aumento da produção e da produtividade do setor".

"Ano a ano, a agropecuária brasileira avança em direção ao seu destino de tornar-se o celeiro do mundo. Há 40 anos importávamos alimentos. Hoje, fornecemos comida de qualidade, com preços adequados para 200 milhões de brasileiros e ainda exportamos US$ 100 bilhões por ano."

3 Comentários

  • Falar é muito fácil, queremos ver é estes recursos chegarem efetivamente aos produtores.
    Sabemos por antecipação que serão exigidas muita contra partida ( “produtos bancários” ) e garantias fora da realidade do produtor, bem como pagamento do atual custeio para liberação de verba nova, o que dá no linguajar do gaúcho, ” o cuspido pelo lambido ” ou seja noves fora nada.
    Desde quando o preço de nossos produtos acompanham a inflação e taxa Selic ? Só na cabeça de um imb…il, a falar asneira.

  • Qdo é que vocês políticos vão deixar de demagogia, porque não se sabe se chega a chegar 50% nas mãos do agricultor , por causa das dificuldades impostas, como a licenca ambiental e muitas outras contrapartidas. Muitos casos é as cooperativas que tem acesso a esse dinheiro e repassam a 30% ao ano pro produtor. MAS O PAPEL ACEITA TUDO E, A MENTIRA É UMA DELAS E, ASSIM QUEM DESCONHECE O ASSUNTO ACHA QUE O PRODUTOR TEM ACESSO A TODO ESSE DINHEIRO, E AINDA BEM QUE NÃO TEM SENÃO IRIA PRODUZIR MUITO MAIS E PREJUDICAR AINDA MAIS OS PRECOS DOS PRODUTOS AGRICOLAS.SDS.

  • Aqui meu amigo Charlie Brown a vida continua igual… Isso que se chama armar uma arapuca para pegar 20.000 pombas duma só vez !!! Arroz a R$ 30 – 33, juros em alta, garantias reais e hipotecárias, redução de limite, risco de importações, exportações calmas, etc… Mercado congelado… O estouro está por vir ainda… Como é bom lavar as mãos e dizer fizemos a nossa parte… Dinheiro tinha… Não pegaram porque não quiseram… Acontece meu irmão Charlie Brown que aqui nem tudo se plantando dá… LUCRO !!! Aliás, talvez a soja, talvez… De dentro de um gabinete com ar condicionado ligado no máximo é fácil fazer estimativas, perspectivas, conjunturas, traçar um futuro surreal… A lavoura de arroz mais uma vez chegou numa sinuca de bico… Se plantarmos continuaremos a nos endividar… Se pararmos perderemos o nosso patrimônio… Então o que a maioria fará… Com certeza plantará… Empurrará as dívidas com a barriga o que já fazemos há 10, 20, 30 anos… Talvez um El Niño cruze pelo nosso caminho ano que vem… Produção fraca… Preços compensadores… E seguirá o ciclo… Quem não tem acesso ao crédito oficial plantará com as CPRs trabalhando quase que exclusivamente para as indústrias… É isso que o governo espera… É isso que governo, varejo, indústria adoram !!! E vamos levando a vida Charlie Brown afinal o que nos resta senão assoviar e chupar cana… Tem outra saída ??? Eu acho que tem mas falta vontade e força política, falta gente comprometida com o setor… Gente batalhadora… Gente com visão… e uma classe mais unida (não só em épocas de crise) empenhada em buscar novos mercados… Enquanto não exportarem 20% da produção nacional e o arroz não estiver valendo R$ 50 não vale a pena plantar… Sem uma margem de no mínimo 20% não se paga dívidas antigas, não se recupera o imobilizado, não tem como investir em galpões, secadores e silos, não tem como modernizar a frota, não tem como comprar insumos mais baratos, não tem como produzir com os custos atuais… Gostaria de saber quem consegue o milagre de produzir e lucrar 20% com o preço em R$ 30 – 33 ???… Faz 30 anos que a situação do arroz reverteu em lucro para os bancos e a política do fome zero (arroz com feijão)… De lá para cá só piorou… Poucos ganharam dinheiro (os produtores-engenho), aqueles que emprestam dinheiro via CPRs, os bancos e só… A grande maioria dos produtores plantam para sobreviver ou se manterem na atividade e pagar as contas dos anos cruéis (1990-1996)… (1999-2001)… (2004-2007)… (2010 até hoje)… É muito prejuízo em muito pouco tempo… Dai o motivo que nos chamam de CHORÕES… Mas o governo precisa que continuemos chorões para que o arroz chegue na mesa do povão a R$ 1,50 o kilo… A pergunta que eu deixo: – Vocês continuarão a colaborar para que essa arapuca seja desarmada de 4 em 4 anos ???… É seu Alexandre muitos terão que ficar pelo caminho… É seu Walter a lei da oferta e da procura vencerá mais uma vez… Quando os produtores entenderem o significado da palavra cautela, principalmente os descapitalizados talvez e, digo mais uma vez, talvez, teremos um setor orizícola mais justo, mais dinâmico e rentável… Abraço à todos e peço desculpas se estou falando alguma besteira.

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