Identificação de arroz sintético causa pânico na Indonésia

O dono do armazém onde o produto foi comprado alegou tê-lo adquirido de um fornecedor tradicional, mas surgiram suspeitas de que o produto fosse originário da China, uma vez que são recorrentes notícias sobre este tipo de falsificação no comércio chinês.

A identificação de um tipo de “arroz sintético” produzido com massa alimentar a base de batatas, PVC, usado em tubos e canos, e uma substância química plastificante normalmente encontrada em ferramentas hidráulicas e capacitores elétricos, que poderia causar danos nos rins, fígado, pulmão e câncer, se consumido, por uma dona-de-casa na Indonésia está causando polêmica na Ásia. Os grãos, comprados em um mercado tradicional de Bekasi, derreteram na panela o que gerou a suspeita da cozinheira. O tema ganhou as redes sociais do país, passou aos noticiários e agora é alvo de uma profunda investigação das autoridades policiais e do governo indonésio.

O dono do armazém onde o produto foi comprado alegou tê-lo adquirido de um fornecedor tradicional, mas surgiram suspeitas de que o produto fosse originário da China, uma vez que são recorrentes notícias sobre este tipo de falsificação no comércio chinês e de outros países da Ásia. A notícia gerou ainda mais polêmica porque a Indonésia nega ter importado oficialmente um só grão do gigante asiático, dentro de um plano de incentivo à produção interna.

Nesta semana mais de 100 amostras de arroz foram colhidas em grandes mercados públicos tradicionais no país, bem como em modernas redes supermercadistas. A Polícia da Indonésia informou que pelo menos duas amostras de arroz falsificado foram encontradas, mas não confirmou a presença dos mesmos produtos químicos. Com um consumo anual próximo a 300 quilos de arroz por habitante, a população da Indonésia vive um estado de pânico, o que tem acirrado os debates entre comerciantes, consumidores e governo.

O governo chinês entrou na discussão e anunciou que disponibilizará todas as informações que dispõe sobre a existência de arroz sintético e os testes realizados em seus laboratórios. Também assegurou que seria economicamente inviável produzir um grão sintético com tais características para fins comerciais porque seu custo seria maior do que o do próprio grão. Além do mais, a China também alega não ter exportado arroz para a Indonésia.