De modelo a toda a terra
Rotação de culturas em várzeas é uma das tecnologias de exportação
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Penso que os produtores precisam responder ao mercado, e instituições como o Irga e a Embrapa estão aptas a oferecer alternativas, como o sistema de rotação de culturas mostrado aqui. E isso pode ser feito com soja, milho ou trigo, dependendo da região e da cultura que mais se adapta”, observou.
Bouman disse também que o setor orizícola, de uma maneira geral, pensa muito e apenas em produzir arroz. “São arrozeiros e não produtores de grãos, por exemplo. Creio que isso precisa mudar. Assim, se durante um determinado período a opção mais lucrativa em termos de mercado for plantar arroz, vamos plantar arroz. Se for a soja, muda-se para a soja.
Neste processo de transição, no entanto, leva de quatro a cinco anos para adaptar a lavoura a uma nova cultura, pois demanda uma mudança de tecnologia. Mas o Irga conseguiu encurtar essa distância e o que vemos hoje no Rio Grande do Sul são produtores alternando estas duas culturas com sucesso”, comparou.
O diretor-executivo do Fundo Latino Americano de Arroz Irrigado (Flar, na sigla em espanhol), Eduardo Graterol, da Colômbia, disse considerar o desenvolvimento do setor arrozeiro no Rio Grande do Sul um modelo para a América Latina. “Estamos aprendendo há muitos anos sobre o manejo no cultivo de arroz e agora estamos vendo estas novas tecnologias e variedades mais produtivas, além deste sistema de rotação com soja e milho.
Acredito ser possível adotar este sistema em outros países, segundo o modelo desenvolvido pelo Irga. É uma coisa nova no contexto da América Latina. Já temos alguns países trabalhando a cultura do arroz em rotação com o milho, mas a soja precisa de mais pesquisa, adaptação e manejo. E neste sentido, o Irga já tem um trabalho muito mais adiantado em relação a outros países”, observou o dirigente.