Entregas de fertilizantes seguem atrasadas

O setor atenderá as necessidades do mercado e as empresas farão o possível para assegurar o abastecimento, apesar do atraso nos pedidos.

Após o início de ano de maior atraso, as entregas de fertilizantes estão se recuperando nos últimos meses e não há como projetar se as estimativas de redução, feitas por consultorias, irão se concretizar. A avalição é do presidente do Conselho de Administração da Associação Nacional para Difusão de Adubos (ANDA), George Sousa, durante o 5º Congresso Brasileiro de Fertilizantes.

Segundo o diretor-executivo da ANDA, David Roquetti, entre janeiro e março o atraso nas entregas entre 2015 e 2014 era de 0,2%. Já em julho, este número passou para 0,1%. "Com isso, algumas consultorias já reduziram as suas expectativas de queda de 5% para 3%", lembrou Roquetti, acrescentando que as estimativas giram em torno de 31 milhões de toneladas, contra 32 milhões no ano anterior.

O diretor lembra ainda que os meses de agosto, setembro e outubro marcam o período sazonal de maior demanda por parte dos produtores, o que torna ainda mais difícil saber se os efeitos da crise econômica terão impacto nos números do setor.

O presidente da ANDA lembrou que não é possível ainda avaliar se a recuperação das entregas nos últimos meses é uma melhora na demanda ou apenas um movimento de entregas que foram postergadas em meses anteriores. "Ainda é prematuro trabalhar com corte nos volumes. Há dificuldades na concessão de financiamentos. Alguns grupos de maior porte estão procurando alternativas. Outros aguardam o crédito oficial", afirmou.

Sousa garantiu, no entanto, que o setor vai atender as necessidades do mercado e que as empresas estão fazendo o necessário para assegurar o abastecimento. Mas o presidente alerta para possíveis problemas resultantes da concentração das entregas nos próximos meses. "Ainda assim não vemos problemas de abastecimento. Pode haver problemas com a logística, mas tudo deve ser equacionado".

George Sousa acredita que a situação poderia ser pior, caso a desvalorização cambial não estivesse ajudando o produtor. "Se o dólar não estivesse do jeito que está e com os atuais preços externos, atingir a casa de 31 milhões a 32 milhões nas entregas de fertilizantes seria uma tarefa muito difícil".

A morosidade na liberação de crédito por parte do governo fez com os produtores buscassem mais operações de barter junto às empresas. Mas, neste caso, as empresas se mostram cautelosas. "Nos últimos anos, o produtor deixou o barter em um segundo plano, já que havia crédito suficiente. Com o financiamento mais enxuto, o produtor voltou ao barter, mas as empresas estão mais criteriosas".

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