Planejamento é fundamental para rotação de soja em áreas de arroz

Conforme dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a área de soja nesta região cresceu cinco vezes em cinco anos e alcançou 300 mil hectares, mas enfrenta os desafios de ter uma expansão ainda maior..

Debate realizado durante a Expointer, na tarde desta segunda-feira (31), em Esteio (RS), durante o "Dia do Arroz" apontou os desafios envolvendo a expansão do cultivo de soja em áreas originalmente ocupadas com arroz na Região Sul do Rio Grande do Sul. Conforme dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a área de soja nesta região cresceu cinco vezes em cinco anos e alcançou 300 mil hectares, mas enfrenta os desafios de ter uma expansão ainda maior.

De acordo com o produtor rural de Mostardas (RS), Geraldo Azevedo, que cultiva soja há cinco anos fazendo rotação com áreas de arroz, para que haja um avanço nas áreas de cultivo da oleaginosa é preciso um planejamento, trabalhando com os custos na ponta do papel. "O custo da soja por hectare na região gira em torno de R$ 2.700,00 por hectare, bem abaixo do verificado para o arroz, mas é preciso que o produtor escolha bem as áreas nas quais pretende implantá-la. Uma dica é evitar áreas de várzea, buscando terras mais altas e ir avançando nas áreas gradativamente", detalha.

O produtor rural de Pelotas (RS), Gustavo Lara, que em suas áreas têm obtido produtividades de 10.000 quilos por hectare no arroz e 3.000 quilos por hectare na soja, entende que a rotação é fundamental tendo em vista a alta nos custos de produção, que giram entre R$ 6.000,00 e R$ 6.400,00 por hectare para o arroz e entre R$ 2.500,00 a R$ 2.800,00 por hectare na soja. "O produtor precisa adotar um planejamento financeiro se quiser atingir grandes
produtividades, visando uma boa lucratividade", comenta.

Para o engenheiro agrônomo da Proatec Consultoria, Rafael Ramos, a rotação melhora a qualidade do solo e garante uma sustentabilidade na lavoura. "Penso que a monocultura para o cultivo de arroz é algo decadente e a soja é uma boa alternativa para a melhoria da rentabilidade", afirma.

O comentarista financeiro do Canal Rural, Miguel Daoud, ressalta que a busca por maiores produtividades é algo salutar para sustentabilidade da cadeia produtiva de arroz, especialmente para superar os entraves ambientais, os desafios da demarcação de terras indígenas, a influência das políticas agrícolas, entre outros fatores.