Arroz de Mato Grosso precisa atingir mercados de fora para produção aumentar
Mato Grosso possui cerca de 35 indústrias de arroz. A maioria está concentrada em Cuiabá e Várzea Grande.
Mato Grosso na safra 2014/2015 registrou uma produção de 612,6 mil toneladas de arroz, um aumento de 5,8% ante a safra anterior. O Estado já chegou a produzir em torno de 2 milhões de toneladas, contudo, segundo especialistas, não conseguia vender o seu excedente, uma vez que o consumo interno é de aproximadamente 300 mil toneladas.
Estudiosos e setor industrial revelam que a logística é o principal entrave do segmento, além da necessidade de organização da indústria para se alcançar novos mercados (outros estados e o exterior).
Pesquisa realizada recentemente pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) Arroz e Feijão, com sede em Goiás, mostra que 87% do arroz consumido em Mato Grosso é embalado e envasado no estado.
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“Mato Grosso consome metade do que produz”, comenta o analista da Embrapa Arroz e Feijão, Carlos Magri, que participou do ‘V Seminário Cultura do Arroz de Terras Altas’, realizado em Cuiabá, nesta quinta-feira, 24 de setembro. Conforme Magri, Mato Grosso é um caso diferente dos demais estados quanto à produção de arroz.
“Em alguns locais o sistema de produção está consolidado. Em Mato Grosso o clima não muda, mas os produtores estão sempre inovando para intensificar o uso de uma mesma área ao longo do ano”.
No estado o arroz de terras altas é o mais utilizado, revela o analista da Embrapa, pois ele depende das chuvas. “As cultivares precisam ser adaptadas ao tempo de plantio e época desejada pelo produtor. Quando Mato Grosso chegou a 2 milhões de toneladas não conseguiu vender para fora do estado.
A qualidade era baixa. Hoje, a soja tomou conta, porém o pouco de arroz que se produz tem mais qualidade, pois investiu-se em tecnologia. O estado possui capacidade para produzir mais, porém o excedente precisa sair de Mato Grosso.
A indústria tem de se organizar para conquistar novos mercados, o que a partir daí fará com que a demanda aumente e consequentemente a produção”, frisou Carlos Magri ao Agro Olhar.
Produção atende a demanda interna
A cadeia produtiva do arroz foi discutida em Cuiabá, nesta quinta-feira, durante o ‘V Seminário Cultura do Arroz de Terras Altas’.
De acordo com o presidente do Sindicato Estadual das Indústrias do Arroz no Estado de Mato Grosso (Sindarroz-MT), Lázaro Modesto, a produção de arroz no estado encontra-se, praticamente, estável nos últimos 5 anos.
Além disso, ela vem se deslocando de regiões, visto a utilização do cereal para a recuperação de áreas degradadas e rotação de culturas.
“Hoje, nossa produção atende a demanda do consumo e não temos mais casos de ter de trazer de fora. A logística é o nosso principal entrave para a comercialização do excedente para fora do estado e outros países”, comenta o presidente do Sindarroz.
Mato Grosso possui cerca de 35 indústrias de arroz. A maioria está concentrada em Cuiabá e Várzea Grande.
Questionado sobre como está o consumo interno o presidente do Sindarroz revela que nos últimos anos tem se percebido que o consumo per capito caiu devido às mudanças de hábitos alimentares do consumidor, pois hoje há quem cozinhe o cereal uma vez ao dia.