Nigéria deve derrubar tarifa para importação de arroz brasileiro

Negociação ocorreu durante missão de representantes do setor nesta semana.

Um dos principais entraves das exportações de arroz para a Nigéria está com os dias contados. Na missão ao país africano realizada nesta semana, o diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), Tiago Barata, participou de negociações sobre as taxas de importação impostas pelo governo local.

Os nigerianos sinalizaram que as barreiras de 110% devem cair, reabrindo o mercado para o produto brasileiro. O presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Henrique Dornelles, comemora o resultado da missão à Nigéria.

Afirma ainda que a conquista se dá especialmente pelo fruto do trabalho integrado das entidades do setor – além da Federarroz e do Irga, a Farsul teve participação neste processo.

"Desde o final de 2012 o Brasil não exportava mais para a Nigéria por causa do aumento das tarifas de importação. Este mercado chegou a comprar mais de 300 mil toneladas de arroz brasileiro naquele ano. Para nós é um grande fato, principalmente porque foi construído por várias entidades. Tínhamos uma sintonia no que pedir e o que oferecer", salienta.

Em setembro, durante encontro das lideranças do setor com o embaixador do país africano no Brasil, Adamu Azimeyeh Emozozo, foi iniciada a negociação, com a ideia de reduzir as taxas mediante a troca de tecnologia e a intermediação de produtores brasileiros para que plantem na Nigéria.

Dornelles ressalta a liderança do Irga, que teve sua diretoria escolhida pelos produtores nesta gestão, nas negociações para a reabertura do mercado nigeriano. "O Irga está abrindo fronteiras e teve uma mudança de postura, mostrando profissionalismo.

A cadeia está trabalhando unida, mostrando sintonia para buscar novos mercados", observa. Para o presidente da Federarroz, o caminho do arroz brasileiro passa pelo fortalecimento das relações com o continente africano, que é grande demandador do grão e com a alta do poder aquisitivo da população em algumas regiões da África, inclusive já existe interesse de outras nações em buscar a troca de experiência e tecnologias com os brasileiros.

"Já temos um convite de Gana de trabalhar no mesmo objetivo de selarmos acordos comerciais e de desenvolvimento agrícola", informa.

A Nigéria é um dos países mais populosos do mundo, com 181 milhões de pessoas. Até 2012, antes da implantação das barreiras tributárias, o país africano era um dos principais compradores do arroz brasileiro. Naquele ano, foram embarcadas 316 mil toneladas do grão, o que gerou uma receita de US$ 3 bilhões ao setor arrozeiro do Brasil.

12 Comentários

  • A Nigeria compra Arroz de Boa Qualidade ou apenas Quebrados de Arroz ??? Alguem sabe Informar ??

  • Arroz em casca de todas variedade

  • Parabéns a todos os envolvidos nessas negociações para abertura e/ou retomada de mercados para o nosso arroz. É assim que se faz!

  • A exportação é fundamental, seja quebrados, arroz de qualidade, quebrado, quirera, canjicão, arroz com casca ou até casca moída. Toda ela se reflete nos preços internos.
    Temos que trabalhar o MERCOSUL para arrumar o eventual fato de num cenário cambial diferente, não se altere toda a posição conquistada no mercado internacional.

  • Sr. Diego porque não se muda para a Nigéria? Assim não precisa exportar arroz, vende direto lá…….TEMOS QUE EXPORTAR ARROZ BENEFICIADO POIS GERA EMPREGO E RENDA DENTRO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL…..

  • Sr. Antonio, não perca Tempo…Ja me informei do Tipo de Produto os Nigerianos vão Comprar (Arroz Beneficiado e Quebrados de Arroz)..Nosso Produtor acima correu e ainda me passou a Informação Errada..Bom Trabalho para o SR..

  • Eu até concordo que precisaríamos exportar arroz beneficiado, somente tem o outro lado da moeda, se colocarmos todo arroz na mão da indústria, aqui, vamos ter sempre o mesmo problema, o cartel jogando o preço do arroz para baixo, a indústria capitalizada como sempre vai ganhar e muito e o produtor vai chupar o palito. Se exportarmos mais em casca, vamos forçar a indústria correr atrás do nosso arroz e vai ter de pagar melhor, melhor para quem sempre fica com a carne de pescoço quando fica, pois faz tempo que tá comendo da própria carne. Agora se falarmos de geração de renda acho que a industria não colabora com aumento de renda per capita, muito pelo contrário, o Rio Grande produz 170 milhões de sacas, estamos deixando de ganhar, por causa do cartel e industria perto de 20 reais por saca, são 3,4 bilhões de reais que não circulam na metade sul, metade que produz arroz, nosso fator de multiplicação da economia é 5 o que se pode afirmar que deixam de circular na economia da metade sul 17 bilhões de reais, dividido por uma população de 2,5 milhões, população da metade sul, temos uma perda de renda per capita, veja vem per capita de R$6.800,00. Qual o estrago que isso representa na economia do estado e da metade sul, será que o cartel e a indústria provocam semelhante acréscimo na renda per capita?. Duvido muito pois essa renda seria adicional ao que já é gerado quando produzimos arroz e a indústria já processa todo nosso arroz. Esse é o estrago que a industria cartelizada provoca no nosso estado e no meio orizícola. Considero que nosso governantes são muito burros quando não protegem o produtor, promovendo uma tremenda perda de arrecadação afinal dos 17 bilhões se arrecadariam perto de 7 bilhões adicional em impostos já que nossa carga tributária anda perto ou maior que 40%.

  • Senhor Benvindo não podemos generalizar. Eu não faço parte do Cartel e não posso sofrer por isso. É a mesma coisa que dizer então que TODO O PRODUTOR É QUEBRADO E NÃO PAGA CONTA…..Temos que ter cuidado em dizer que por causa da industria não circula dinheiro na Zona Sul….Se não tivesse industria certamente teríamos muitas casas passando fome e muito município vivendo somente do Bolsa Família!!!!

  • Eu não sou contra a industria ela é necessária, ela vai continuar a processar a quantia de arroz que for necessário para abastecer a nação, mas não venham querer dizer que se exportarmos nosso arroz vamos deixar de gerar renda aqui, muito pelo contrário, como está hoje grande industria, essa do cartel é que é responsável pela perda de renda, ela que manipula os preços para ganhar cada vez mais.. Ela não vai gerar essa renda adicional que estamos perdendo se vendermos somente para elas, se exportarmos nosso arroz de maneira que falte arroz, as industrias serão obrigadas a tomar o preço do arroz do mercado internacional como base, o arroz aí vai virar commoditie, o arroz terá um valor como patamar, como balizador para negócios. Bem hoje a grande indústria, talvez algumas, tenham tanto capital que mantém estoques para quase todo o ano, se o arroz subir para eles faz pouca diferença, vão lucrar e muito seu estoque será corrigido na hora. A pequena, essa industria sofredora que precisa comprar no mês o que processa no mês, vai sofrer, mas também aos poucos se adequara pois o preço ao consumidor deverá ser corrigido. A pequena tem uma margem menor, sofre a concorrência do cartel poderoso, mas com a correção dos preços aos poucos adequa também seus preços a medida que o produto sobe. Mesmo a pequena indústria tem uma margem, e a margem do produtor ,nenhuma, olhe lá quando chega no custo como agora. O arroz está defasado e muito, se fosse corrigido conforme a inflação estaria hoje superior a R$70,00 por saca e o pior a nossa carga tributária subiu tanto que tornou nosso custo quase inviável. Recebíamos mais por nosso produto, tinhamos margem maior, tinhamos menos carga tributária embutida. O cartel só contribuiu para o aumento da miséria. Não contribuiu em nada com o aumento de renda das cidades onde se produz arroz, nossas cidades estão diminuindo a população porque a miséria aumentou, migraram para onde tem trabalho e emprego, vejam as estatísticas das cidades da metade sul. O arroz foi o boom do desenvolvimento de muitas de nossas cidades, hoje distribui miséria e concentração de renda. Nesses 15 anos do cartel muitos que eram grandes produtores proprietarios, perderam as suas terras para esses mesmos cartelistas que os financiam, viraram capatazes sem carteira assinada, estão plantando ainda para somente comerem, olhe lá. Alguns cartelistas lutam para ter hegemonia política nessas cidades, não entendem porque muitos da população quase nunca os apoiam ou seus candidatos, acontece que pode-se enganar muita gente muito tempo mas não se consegue enganar todos sempre, um dia as pessoas passam enxergar a realidade. Não me interessa saber se vou dar chance para a orizicultura paraguaia, argentina ou uruguaia, se exportar e faltar arroz, me interessa se vou ter ganho com a minha lavoura, se não der lucro vou parar para não perder todo o patrimônio, fruto de anos de trabalho, a galinha dos ovos de ouro está morrendo, estão matando ela a míngua, a lavoura orizicola não tem mais sustentabilidade econômica se continuarmos assim ela vai quebrar todo mundo, a industria vai ter de importar tudo que precisar ou implantar o modelo de produtor cooperado em que somente se ganha um valor percentual sobre o que produz e a industria paga tudo. Eu particularmente estou parando de plantar arroz, não vale o risco e tem outras alternativas com rentabilidade superior ao arroz na mesma área, 3 a 4 vezes mais, porque vou continuar numa atividade que não dá retôrno, errar é humano mas permanecer no erro é burrice e grande, quem não se adapta está fadado a morrer, ainda é tempo de mudar PLANTEM MENOS, PLANTEM MENOS COM MAIOR TECNOLOGIA, mas tem de ser parelho, todo mundo.

  • Eu concordo em partes do vocês, mais dou a dica. Se o CARTEL é o problema, porque ainda vendem arroz ao cartel? Se plantar é o problema, porque ainda Plantam?
    LAMENTÁVEL….UM LADO PUXA PARA A DIREITA E O OUTRO PARA A ESQUERDA….triste fim para nós industrias pequenas Sr. Eduardo…

  • Porque ainda vendem arroz para o CARTEL e ainda PLANTAM?

  • É simples vendem para a industria, porque estão tão atrelados a indústria que não tem outra alternativa. Devem tudo a Indústria que o financia, se a industria que o financia não o financiar, está totalmente quebrado. Desse jeito eles vão quebrando devagarinho e sempre, quando se derem conta estão mortos. Outro detalhe outros vendem ao cartel porque o cartel compra e paga grandes quantias, tem garantia de receber, mas com prejuízo. Quantos fazem isso, para poderem pagar o que devem e tem vergonha na cara, mas isso leva a quebradeira. O lavoureiro que está atrelado a indústria está tão amarrado que quando está para colher, os olheiros da industria já avisam e os caminhões da industria estão lá para primeiro receberem. O acerto é em Abril, quando o cartel joga o preço para baixo para acertarem as contas. Não tem perdedor para a industria, só que o preço tabelado da industria sempre é muito menor que o preço de custo real. O produtor está atrelado a industria da mesma maneira que o seringueiro na amazônia estava atrelado ao dono do seringal, não pode escapar nunca esta sempre em dívida. O associado da industria na maior parte das vezes é um doente terminal, êle vai a industria, entra na UTI recebe um soro na veia e vai se preparar para receber outra paulada. No caso dos seringueiros isso era considerado trabalho escravo hoje, dêem o nome que quiserem.
    Agora Antonio Paulo, a grande industria pode acabar com os pequenos quando quiserem, tem estoque imenso, adquirido a preço baixo, podem manter preço baixo no mercado para quebrarem a concorrência se quiserem, isso chama-se dumping, Os pequenos tem muito pouca chance, teem de comprar todo mes e sofrem demais com as flutuações do mercado, acabam pagando mais que o cartel.
    Outro detalhe, Antonio Paulo, se tabelam o teu produto e tens necessidade de vender não tem outra alternativa. Eu estou parando, cansei de transferir renda para a industria capitalizada, aqui na minha região já são muitos que fizeram isso e se deram muito bem.
    A maioria do produtor entrou num cassino, está perdendo feio, mas aposta que na próxima rodada vai dar a sorte grande. Já viu a maioria ganhar nos cassinos?

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter