1º Dia de Campo Regional da Região Central tem presença maciça de produtores
Região mais afetada pelos eventos climáticos compareceu em peso ao Dia de Campo
Apesar de todos os problemas ocorridos pelos eventos climáticos na safra atual, os produtores da região Central encontraram motivação para participar do evento.
Nesta quinta-feira (21), ocorreu na Estação Regional de Pesquisa, localizada em Cachoeira do Sul, o 1º Dia de Campo Regional da Região Central. Apesar de todos os problemas ocorridos pelos eventos climáticos na safra atual, os produtores da região Central encontraram motivação para participar do evento, que registrou público de 720 participantes oriundos de 34 municípios que compõe a Região Central. O foco do evento “Tecnologia para produtividade e Rentabilidade da lavoura arrozeira”, foi contemplado com apresentações de seis estações técnicas, na parte da manhã, e quatro oficinas técnicas, na parte da tarde.
As estações técnicas enfocaram questões fundamentais para o sucesso da lavoura orizícola, como manejo de doenças e de invasoras, fertilidade do solo, sistema pré-germinado e enfoque no manejo das novas cultivares do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), a Irga 424 RI e Irga 429. Além disso, foi dado enfoque ao novo projeto sobre rotação de culturas, o Soja 6000, apresentado em duas estações técnicas, com os princípios básicos para o cultivo de soja em várzea, apresentados pelos extensionistas e pesquisadores do Irga e da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM).
Segundo o engenheiro agrônomo José Fernando de Andrade, que abordou o tema “Manejo de Plantas Invasoras” o evento teve como objetivo “a integração de toda a cadeia produtividade do arroz, desde produtores e seus colaboradores, técnicos da região, estudantes, revendas e empresas do ramo, além da troca de experiências entre todos os participantes. Andrade considera que o ponto forte do Dia de Campo foi a abordagem dos principais problemas ocorridos nesta safra.
As inscrições iniciaram às 7h30min, e servido café da manhã aos produtores. Foram arrecadados 400 quilos de alimentos não-perecíveis que serão doados a instituições de caridade de Cachoeira do Sul. Ao meio-dia, foi realizada a abertura do evento pelo coordenador Regional, engenheiro agrônomo Pedro Hamann, e contou com a participação do presidente do Irga, Guinter Frantz e dos diretores Técnico, Maurício Fischer e Administrativo, Renato Rocha.
Após os pronunciamentos, foi servido o tradicional carreteiro do Irga com arroz de leite sobremesa. Às 14h, foram iniciadas as oficinas técnicas com a demonstração de atividades práticas realizadas rotineiramente nas propriedades rurais como regulagem de colhedoras, pulverização, aplicações terrestres e aéreas, utilização de equipamentos de GPS, Secagem e Armazenagem e uma oficina de culinária direcionada às produtoras. As atividades foram encerradas às 16h.
Também participaram do evento, os representantes do Fondo Latinoamericano para Arroz de Riego (Flar), o doutor Eduard Pulver, o melhorista Yamid Sanabria e o engenheiro agrônomo Luciano Carmona, representante do Flar no Brasil. Pulver e Sanabria estão no Estado para uma Gira Técnica, quando irão visitar lavouras em 15 municípios das diversas regiões produtoras do Estado.
O objetivo é desenvolver um trabalho em conjunto Flar/Irga para fortalecer o programa de transferência de tecnologia, desenvolvido ao longo das últimas safras. Eles irão fazer uma avaliação das regiões arrozeiras e dos principais entraves tecnológicos para implantação deste trabalho conjunto, que vai envolver tanto a área da pesquisa quanto a transferência de tecnologia do Irga. Durante todo o roteiro, o gerente da Divisão de Assistência Técnica (Dater), Athos Gadea, e os pesquisadores da Divisão de Pesquisa, Danielle Almeida, Alencar Junior Zanon e Filipe Selau Carlos acompanham os visitantes.
À tarde, à sombra das árvores junto à sede da Estação Regional de Pesquisa, os diretores do Irga se reuniram com os conselheiros da Região Central para uma avaliação do trabalho realizado neste primeiro ano e também para discutir alternativas aos problemas enfrentados pelos municípios da região, uma das mais afetadas com as enchentes ocorridas nos meses de outubro e dezembro do ano passado. De acordo com o último levantamento realizado pelo Irga, a Região Central semeou 143.206 hectares dos 145.210 hectares inicialmente pretendidos.
Destes, 51,8% (74.197 hectares) foram alagados pelas enchentes em 1.481 lavouras. A perda estimada é de 10,4% o equivalente a 14.889 hectares. Os demais 128.317 hectares estão em produção.
