Inflação oficial em janeiro é a mais alta para o mês em 13 anos

A chuva dos últimos meses afetou as lavouras e deve obrigar o governo a importar a mistura mais comum na mesa dos brasileiros: o arroz e o feijão.

A inflação oficial de janeiro foi a mais alta para o mês em 13 anos: 1,27%. E dois grupos foram responsáveis por 70% dessa inflação: o de transportes, porque as passagens de ônibus ficaram mais caras, e o de alimentos. A chuva dos últimos meses afetou muito as lavouras e deve obrigar o governo a importar a mistura mais comum na mesa dos brasileiros: o arroz e o feijão.

São paneladas produzidas e consumidas, diariamente. Um prazer para apaixonados pela mistura mais brasileira de todas. Segundo pesquisa do IBGE, sete em cada dez entrevistados comem feijão pelo menos cinco vezes por semana. E o brasileiro come, em média, 25 quilos de arroz por ano.

A paixão é tão grande, que a dupla é a base, os dois forram o prato e depois vêm: a carne, a salada. E quando a inflação atinge o pasto e também a horta, tem muita gente que se contenta só com um prato de arroz e feijão e uma farofinha, no máximo. O problema é quando o preço alto ameaça também o básico nosso de cada dia.

“Eu não peguei o feijão, porque eu achei o preço um pouco elevado”, diz uma mulher.

“Antes eu pagava R$ 2,70; R$ 3. Hoje, está R$ 5, quase R$ 6 o quilo”, afirma outra.

A origem do problema é a chuva nos estados do Sul do país. A região, principal produtora nacional de arroz e feijão, foi castigada no último trimestre do ano passado. A chuvarada acabou com lavouras e produções inteiras dos grãos. E fez subir o preço das sacas.

“Os preços subiram muito. Mostram que realmente nós temos um desabastecimento. Nós vamos ter uma regularização desse abastecimento a partir do mês de abril, quando entra a nova safra”, diz o presidente do Instituto Brasileiro do Feijão, Marcelo Lüders.

A Conab – Companhia Nacional de Abastecimento – anunciou que a alternativa é comprar arroz e feijão de outros países. E em quantidade grande. No ano passado foram pouco mais de 500 mil toneladas. Agora, a estimativa é de um milhão de toneladas. O reflexo dos produtos importados em dólar, deve ir direto para o bolso do consumidor brasileiro.

“Havendo necessidade de importação, a gente vai pagar mais caro, porque o real se desvalorizou muito frente ao dólar. Então, fatalmente isso vai favorecer o repasse de preço para os produtos no supermercado”, diz o economista do IBRE/FGV Andre Braz.

O preço do feijão carioca, o mais consumido no Brasil, já tinha subido mais de 30% no ano passado. E o quilo do arroz, ficou cerca de 10% mais caro. Um susto atrás do outro para quem gosta do prato recheado pelos dois.

“Arroz e feijão têm que simplesmente, você procura uma promoção, uma oferta melhor no mercado, mas não tem como trocar”, diz um homem.

“Está no prato da gente, está no hábito da gente, né?”, diz outro.

“E como é que você vai tirar um hábito de 75 anos, assim, de repente da sua vida?”, questiona uma mulher.

2 Comentários

  • E o combustível , a luz a água, o gás ? os juros estratosféricos ? a mídia não dá relevância a estes itens que pesam violentamente no bolso do Brasileiro.
    Náuseas é pouco ao ao ler este tipo de matéria, em que arroz e feijão são citados como alimentos inflacionários.

  • Poois é …E o mais critico de tudo é que o arroz e o feijão subiram de preco porque estão faltando e não porque subiu o combustivel, a energia eletrica e os insumos pela alta do dólar, isso porque nos governo anterior assaltaram os coreios e agora foi a vez da PETROBRAS , agora com barril pouco mais de U$30,00 dolares tivemos os combustiveis reajustados pra cima, pq na fizeram isso qdo o barril estava mais de U$120,00 dolares? Porque AGORA nos teremos que TAPAR o ROMBO da PETROBRAS. ALGUÉM JÁ DESCOBRIU ONDE TÁ TODO O DINHEIRO DESVIADO PRA DAR UMA CALMADA NA TAL INFLACÃO E TBÉM PRA QUEM SABE O PAIS DAR UMA ENGRENADA E VOLTAR AUMENTAR O EMPREGO.SDS.

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