Preço do arroz em casca só acompanha a inflação

 Preço do arroz em casca só acompanha a inflação

Cogo: alta nominal

Fatores como o aumento do índice de desemprego, maior endividamento das famílias, redução da massa salarial e a própria inflação (muito acima do teto da meta de 6,5%) podem explicar a dificuldade que alguns segmentos do setor alimentício têm em repassar altas de preços ao consumidor, do atacado para o varejo.

O ano-safra 2014/2015 – que iniciou em 1º de março de 2015 e se encerra em 29 de fevereiro de 2016 – registrou uma alta nominal acumulada de 14,62% para o preço do arroz em casca, FOB produtor, no Rio Grande do Sul. O ano-safra abriu com média de R$ 36,11 por saco de 50 Kg em março de 2015 e encerra com cotação média de R$ 41,39 por saco de 50 Kg, alta de 14,62%, diante de uma inflação de 10,71% neste mesmo período. Entretanto, em um horizonte de 24 meses (março de 2014 a fevereiro de 2016), a alta acumulada do preço do arroz em casca, de 20,46%, apenas acompanha a inflação do período, que foi de 19,23%, segundo o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). O IPCA é o indicador oficial do Governo Federal para aferição das metas inflacionárias.

Fatores como o aumento do índice de desemprego, maior endividamento das famílias, redução da massa salarial e a própria inflação (muito acima do teto da meta de 6,5%) podem explicar a dificuldade que alguns segmentos do setor alimentício têm em repassar altas de preços ao consumidor, do atacado para o varejo. Com altas expressivas de itens como as carnes, feijão, óleo de soja, batata e tomate, por exemplo, o consumidor migra de uma marca para outra, reduz o volume de itens adquiridos e procura promoções para adequar o orçamento apertado, diante da disparada da inflação. No varejo, considerando a média do arroz tipo 1, em São Paulo, a alta acumulada do preço ao consumidor nos últimos 24 meses é de 20,97%.

No entanto, nestes últimos 24 meses, outros produtos da cesta básica acumularam altas expressivas e muito acima da inflação de 19,23% (medida pelo IPCA). Como exemplo, considerando a mesma referência do varejo (São Paulo), destacamos, entre as maiores altas nestes últimos 24 meses, carne bovina/acém (+40,54%); açúcar (+34,74%); batata (+66,78%); cebola (+93,68%); feijão carioca (+40,37%); e tomate (+98,84%). Abaixo da inflação do período, por exemplo, ficaram a farinha de trigo (+10,18%) e o leite longa vida (+14,29%). São exceções em um movimento de alta dos alimentos no varejo, que está ligado a questões climáticas, câmbio, espiral inflacionária e outros fatores já citados anteriormente.

1 Comentário

  • Nem a alta do dólar ele acompanhou. Se voltar no histórico das cotacoes, o arroz quando estava R$ 33,00 por 50kg valia mais (em dólar) que a RS$42,00 e dólar 4-1.
    A meu ver, se dólar baixa, arroz vai baixar junto.

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