Chuva provoca prejuízos em lavouras na Campanha do RS

Grãos estão maduros mas não podem ser colhidos devido à umidade. Chove na região desde a última semana e quebra na safra já chega a 30%..

Na região da Campanha do Rio Grande do Sul, os produtores lamentam as chuvas acima do normal ocorridas no mês de abril. Isso porque chegou a chover 324 milímetros nos primeiros 20 dias do mês em uma determinada área. Isso faz com que apesar de já estarem maduros, o arroz e a soja não podem ser colhidos nas cidades de Bagé, Dom Pedrito e Candiota.

As altas temperaturas da última semana também contribuíram para agravar a situação. O calor, combinado com a umidade, fez com que muitos grãos germinassem.
A quebra já chega a 30%.

Soja está madura mas não pode ser colhida devido à umidade (Foto: Reprodução/RBS TV)

“Para a gente voltar a colher essa soja, para ela enxugar, precisa de dois a três dias de sol. O barro, a gente dá um jeito, mete máquina com esteira, tracionada, e vai embora. Mas a planta, se ela não estiver seca, de abrir a vagem, não tem como colher”, explica o produtor rural Vilson Ceolin.

Para colher o arroz, não é preciso esperar tanto. Pouco vento e algumas horas de sol são suficientes para que as máquinas possam realizar a colheita. O problema, no entanto, é o volume de chuva.

“Em 2000, eu fiquei dez dias sem colher. Agora, comecei a colher em 22 de março.Já é 22 de abril e eu consegui colher 10% da lavoura de soja e 25% da lavoura de arroz. Um ano como este não tinha visto ainda”, lamenta Vilson.

Além dos problemas nas lavouras, as estradas da região estão quase intrafegáveis. Ainda que os produtores consigam colher, os caminhões não conseguem passar para transportar os grãos.

Prefeitos se reúnem com Secretaria da Agricultura

A situação da Campanha se repete na Região Sul, onde quatro cidades já decretaram situação de emergência. Na tarde da quinta-feira (21) os prefeitos que integram a Associação dos Municípios da Zona Sul se reuniam com o secretário estadual da agricultura para discutir os prejuízos e buscar alternativas.

“Nós estaremos já imediatamente buscando um encontro com as instituições financeiras para que os recursos utilizados de financiamento possam ser alongados porque o produtor não terá condições de pagar. Também levaremos essa posição da realidade aqui da região para o Ministério da Agricultura para construirmos essas possibilidades necessárias para minimizar o problema”, afirma o secretário Ernani Polo.

Em toda região, os prejuízos são estimados até agora em R$ 400 milhões. No entanto, se a chuva prosseguir, esses números podem aumentar.

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