Dívidas dificultam acesso de produtor de arroz ao crédito

Apesar dessa dificuldade de crédito, Brandalizze não acredita em redução de área de arroz neste ano, mas em aumento de 30 mil a 50 mil hectares no Rio Grande do Sul.

O endividamento de parte dos produtores gaúchos está dificultando o acesso deles ao crédito de custeio oficial. Os mais afetados são exatamente os que tiveram perda de produtividade, devido ao clima adverso na última safra, segundo Vlamir Brandalizze, da Brandalizze Consulting.

A dificuldade na obtenção de crédito ocorre na boca do plantio, quando os produtores necessitam comprar os insumos. Apesar dessa dificuldade de crédito, Brandalizze não acredita em redução de área de arroz neste ano, mas em aumento de 30 mil a 50 mil hectares no Rio Grande do Sul.

Mas esse crescimento deverá ocorrer em áreas de produtores com uso de tecnologia e que conseguem produtividade maior. Alguns poderão deixar a atividade, diz ele. O Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada) constata uma permanência da saca de 60 quilos do arroz em casca em R$ 50 nos últimos dias.

Essa estabilidade dos preços ocorre porque os compradores estão retraídos e só adquirem o cereal quando têm necessidades pontuais. Já os produtores não demonstram muito interesse em negociar, segundo os analistas do Cepea.

O preço do arroz estabilizou no campo, mas continua pesando no bolso do consumidor. Pesquisa da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) indicou evolução de 4% nos preços do cereal nas últimas quatro semanas na cidade de São Paulo.

E deverá vir mais pressão pela frente no varejo. O arroz entrou na lista das cinco maiores altas dos produtos do agronegócio no atacado. A pesquisa é do IGP-10 e foi divulgada nesta quarta-feira (17).

O aumento de preços no atacado sempre resulta em novos reajustes para os consumidores. Apesar dessa participação maior do arroz em agosto na inflação, a média dos preços dos produtos agropecuários teve evolução menor neste mês do que em julho.

Neste mês, a evolução média acumulada em 12 meses é de 28,2%, abaixo dos 31,2% de julho.

Esse recuo se deve ao feijão, que começa a cair de preços. A leguminosa, após alta de 45% em julho, está com queda de 10% neste mês, segundo o IGP-10 da FGV

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