Inundações afetam colheita de arroz dos Estados Unidos

 Inundações afetam colheita de arroz dos Estados Unidos

Enchentes: lavouras e várzeas da Louisiana ficaram embaixo d´água

Situação é mais preocupante no Arkansas, que havia colhido apenas 14 mil hectares dos 640 mil que cultivou nesta temporada quando chegaram as enchentes. O estado representa metade da safra estadunidense.

As pesadas chuvas que nas últimas semanas atingiram o Estado da Louisiana, responsável por 15% da produção de arroz dos Estados Unidos, gerou inundações recordes e vai afetar a colheita do país da América do Norte. Embora as plantas sejam produzidas sob irrigação, os alagamentos impedem o prosseguimento da colheita e geram a queda dos pés de arroz.

Com as cheias dos rios, as lavouras foram invadidas por um volume recorde de água e parte delas permanece inacessível em regiões produtoras da Louisiana e do Arkansas. Dustin Harrell, engenheiro agrônomo do Centro de Pesquisa Agrícola LSU, afirma que o volume acumulado em algumas áreas supera as cheias provocadas por furacões.

De acordo com Eric Wailes, economista agrícola da Universidade de Arkansas, a safra de 2016 deveria ser 26% maior do que a de 2015, mas já é considerada certa a perda de parte da produção. Na semana passada os preços aumentaram em 8% na região, o que poderá evitar perdas maiores de quem for parcialmente atingido ou mesmo teria que enfrentar uma queda no mercado na safra. “Cerca de 80% da área já foi colhida, e a alta da semana passada determina que estes produtores têm um arroz mais valioso no momento”, avalia.

Wailes, que tem um escritório em Fayetteville, Arkansas, considera prematuro fazer uma avaliação precisa das perdas e do comportamento dos preços a partir deste evento.

De acordo com a US Rice, organização que reúne as indústrias, a Louisiana havia colhido cerca de 145 mil hectares, dos 180 mil/ha que plantou, antes da chuvarada. O valor não inclui o crescimento da segunda época ao longo da Costa do Golfo.

Os agricultores do Arkansas, que plantam 640 mil hectares, ou metade da safra estadunidense, recém haviam colhido 2% da área, quando as chuvas, bastante incomuns em agosto, durante a safra, atingiram as suas lavouras. No mês, o volume de precipitações já supera 350% do normal. Os analistas consideram que o comportamento do clima nas próximas semanas determinará o volume a ser colhido, portanto, a situação será crítica até meados de setembro. O certo é que haverá perdas em qualidade e quantidade provocadas pelas inundações e o retardamento da colheita.

Os preços do arroz subiram de US$ 9,515 por 60kg, em 12 de agosto, para US $ 10,31 na sexta-feira, dia 19. No entanto, chegaram a US$ 10,70, na semana passada a partir das notícias das inundações. “Essa foi uma janela de oportunidades, para obter bom preço. Para que continuassem neste patamar, seria necessária a confirmação de uma quebra acentuada”, reconhece Wailes.

O arroz também é cultivado na Califórnia, Mississippi, Missouri e Texas. Metade da produção anual do país é exportada para 110 países com os maiores mercados no México, Japão, Haiti, Canadá, Colômbia e Coreia do Sul. A expectativa é de que as obrigações se cumpram, embora algumas remessas possam ser adiadas em função das dificuldades de colheita.

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