Parem de comer o arroz importado, diz governador nigeriano

 Parem de comer o arroz importado, diz governador nigeriano

Aregbesola: volta às raízes

Devemos voltar aos tempos em que consumíamos produtos nativos, da terra, da nossa terra, disse o líder político.

O governador Rauf Aregbesola, do Estado de Osun, na Nigéria, exortou os nigerianos a pararem de comer arroz importado e defendeu a ingestão de alimentos nativos como arroz ofada, mandioca, banana e inhame, entre outros, como forma de reduzir a pobreza e a fome no País. Os preços do arroz importado estão altos e, apesar do governo nigeriano prometer autossuficiencia para 2017, os cultivos não evoluem no país. A Nigéria importa perto de 3 milhões de toneladas de arroz por ano, segundo maior comprador do mundo, vencido apenas pela China.

Boa parte destes volumes entram pelas fronteiras terrestres, na forma de contrabando, pois a importação pelos portos é sobretaxada e restrita a poucos grupos empresariais. Com a crise nos preços do petróleo nos últimos anos, a Nigéria viu reduzir suas receitas em moeda estrangeira e seu lastro econômico está sendo reduzido gradualmente – causando uma situação ainda mais preocupante – pela alta demanda por alimentos. Nos últimos 30 anos o arroz tornou-se o alimento básico da população.

O governador Aregbesola, disse nesta terça-feira, durante um evento para marcar o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza 2016, que se todos trabalharem e orarem, a pobreza será banida de sua sociedade. Lembrou que o arroz não era um alimento básico do País antes de 1980. "Devemos voltar aos tempos em que consumíamos produtos nativos, da terra, da nossa terra", incentivou.

"Temos mandioca, banana, feijão e inhame. Devemos voltar ao tempo em que estávamos comendo nossos alimentos ", disse Aregbesola.

Ele também defendeu o planejamento familiar, observando que os nigerianos devem abandonar a crença errônea de que estariam doentes se não gerarem todos os filhos que estão em seus corpos. "Precisamos adotar com seriedade o planejamento familiar de maneira a superar essa crença que está equivocada", reforçou.

Para ampliar a produção interna, a Nigéria vem buscando parcerias com outros países, em busca da transferência de tecnologias. Emperra nas negociações no momento em que trava o acesso do grão estrangeiro ao seu mercado. Representantes do Irga já estiveram na Nigéria propondo um acordo de cooperação técnica em troca de redução ou isenção das sobretaxas aplicadas ao arroz brasileiro naquele país, mas a instabilidade das decisões e a complexa organização política interna dos africanos torna a operação praticamente impossível.

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