Compras públicas podem favorecer mercado de derivados de arroz

Audiência Pública, em Brasília (DF) abriu caminho para discussões sobre os usos dos derivados do cereal.

Formas de ampliar o consumo de derivados de arroz no Brasil, a exemplo do que acontece em outros países, principalmente na Ásia, pautaram audiência pública que a Comissão de Agricultura, Pecuária, Abastecimento e Desenvolvimento Rural realizou nesta quinta-feira (24), na Câmara Federal, em Brasília (DF). O secretário de Segurança Alimentar do Ministério do Desenvolvimento Social e Agrário, Caio Rocha, defendeu que os produtos derivados de arroz sejam incluídos nas compras realizadas pelo governo para atender programas sociais.

Segundo o Ministério da Agricultura, o arroz está entre os cereais mais consumidos do mundo, e o Brasil é o nono maior produtor mundial, com uma safra de quase 11 milhões de toneladas em 2015. Mesmo assim, o consumo de produtos derivados de arroz, como farinhas e bolachas, ainda é pequeno.

A representante da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz) no debate, Andressa Silva, concorda com o representante do governo. Para ela, é preciso intervenção federal para alavancar a indústria dos derivados de arroz. "A demanda pelo produto derivado tem que surgir pelo poder público, como essa iniciativa de tentar inserir na cesta básica e em programas da merenda escolar; também tem que haver um estímulo por parte dos supermercados", disse.

BOM COMEÇO

O deputado Alceu Moreira (PMDB-RS), que indicou a realização da audiência, afirmou que a ampliação do mercado para os produtos derivados do arroz pode garantir empregos no País. "Os derivados do arroz têm uma lógica de consumo que está fora da nossa cultura. Do beneficiamento até o supermercado há uma longa caminhada. Se estruturarmos o modelo de produção pelas compras públicas, o que assegura viabilidade econômica para o empreendimento, teremos um bom começo", disse Moreira.

Os produtos de arroz são muito utilizados por pessoas com intolerância ao glúten ou portadores de doença celíaca que não podem se alimentar com derivados de trigo. Segundo dados da Federação Nacional das Associações de Celíacos do Brasil, dois milhões de brasileiros têm a doença, que só pode ser tratada com a completa retirada do glúten da alimentação.

A audiência pública acabou ofuscada pela agitação dos deputados e lideranças em torno da proposta de alterações e votação da lei anticorrupção, o que acabou esvaziando a discussão, especialmente entre os integrantes da comissão.

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