Alta do diesel pesará mais sobre o custo dos produtos agrícolas

O arroz será impactado, pois o diesel representa 10% do custo operacional efetivo da cultura.

A alta do diesel deve ter impacto direto no custo de produção de arroz, milho e soja, segundo estuado do Núcleo Econômico da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). A cultura mais prejudicada pelos dois aumentos sucessivos no preço do diesel nas refinarias, de 6,1% em janeiro e 9,5% em dezembro, é o arroz, porque o diesel representa 10% do custo operacional efetivo da cultura, que significa as despesas de uma propriedade na atividade agrícola ao longo do ano-safra. Conforme a CNA, esse percentual chega a 5% no milho e 3% na soja. Os aumentos anunciados pela Petrobras acabam corroendo a rentabilidade do produtor, segundo a CNA. Considerando os últimos três anos, 2014, 2015, 2016, é um aumento acumulado de 30%.

Segundo a CNA, só com o aumento de 6,1% do combustível em janeiro, a perda de rentabilidade para o produtor equivale a meia saca de arroz. Para o milho e a soja, a rentabilidade tem redução de 1/3 de saca por hectare. Além do custo de produção, a CNA também vê reflexo do aumento do diesel no frete. Deve ser repassado o aumento para o custo do frete das três culturas. A CNA prevê que o aumento do frete deve ficar em 7%. Os aumentos têm reflexo direto nos impostos. Quando se tem 6% de aumento na refinaria, tem também o repasse referente ao ICMS sobre o óleo diesel. Se a refinaria estiver aumentando 6,1%, a distribuidora pode aumentar mais e o posto também, para aumentar a margem. A conta é maior que os 6,1% da refinaria.