Dia de Campo movimenta Zona Sul do Estado

 Dia de Campo movimenta Zona Sul do Estado

Cerca de mil produtores circularam pelo evento

As estações foram instaladas em lavouras com arroz e soja em várzea.

Lavouras de soja e de arroz contornam a BR 471, via que dá acesso à Granja do Salso, onde aconteceu o segundo Dia de Campo Regional do ano no Estado, no município de Santa Vitória do Palmar. O evento foi organizado pela Coordenadoria Regional da Zona Sul do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga), autarquia vinculada à Secretaria da Agricultura, Pecuária e Irrigação (Seapi-RS). Cerca de mil produtores arrozeiros circularam pelo local. “É fundamental para a lavoura arrozeira que o Irga consiga fazer a pesquisa e consiga validar os manejos, mas é também muito importante que a gente consiga levar isso a todos os produtores, por isso, temos realizado dias de campo por todo Estado e esta região é muito importante e vem crescendo muito”, esclareceu o presidente do Irga, Guinter Frantz.

Mais de dez ônibus lotados transportaram os participantes

Durante a manhã da quinta-feira (26), mais de dez ônibus lotados faziam o serviço de transportar os produtores pelas cinco estações técnicas distribuídas nos mais de 10 mil hectares da propriedade. Quem abriu a porteira para receber os participantes foram os proprietários Erico Ribeiro e o filho Fernando Ribeiro. Erico enalteceu o trabalho do presidente Guinter Frantz à frente do Irga e falou sobre os problemas em relação ao preço pago pelo arroz “Nós dependemos da indústria, do nosso fornecedor de insumos, e temos que vender o nosso produto também para pagar nossas contas. Nós temos que fazer um esforço muito grande de venda para aguentar a pressão baixista”; e acrescentou: “Aqui na Zona Sul, todo mundo faz um sacrifício imenso para produzir arroz, a nossa vida é o arroz”. A produção de soja é realidade no local desde 2001 e ocupa 3,5 mil hectares enquanto a de arroz ocupa 7.000 ha. A relação com a orizicultura começou há 50 anos.

A propriedade tem 3,5 mil hectares de soja

As estações foram instaladas em lavouras com duas culturas, destacando os projetos propostos pelo IRGA para altas produtividades, ressaltando o portfólio de cultivares da Instituição e as práticas de manejo mais adequadas aos diversos estádios da cultura do arroz. Em cada estação, engenheiros agrônomos e técnicos do Irga abordaram os fatores destacados pela Regional na safra 2016/2017, como a velocidade de irrigação, o controle de plantas daninhas e suas resistências, rotação de arroz e soja e o Projeto 10+, que é uma iniciativa das pesquisas da autarquia para altas produtividades.

A preparação do evento começou há quase um ano. Mais de 20 pessoas se envolveram na organização e quem comandou os trabalhos foi o coordenador da Regional André Mattos. “A divulgação, o tema técnico com uma mensagem definida sobre plantas daninhas e irrigação, a mobilização de toda equipe do Irga Zona Sul que, desde segunda- feira, literalmente se mudou para Granja do Salso, todos esses fatores foram decisivos para o êxito do evento. Além de, claro, dividir sempre com a granja a realização do evento”, explicou o coordenador.

O município é o terceiro maior produtor de arroz do RS

Participantes de outros países também estiveram no local, como Gonzalo Zorrilla, pesquisador do Instituto de Pesquisa Agropecuária do Uruguai. “Nós viemos acompanhar os avanços, tanto na produção, como na pesquisa das lavouras, e vimos parte das experiências enfrentadas pelos proprietários da granja para produzir arroz e soja e, consequentemente, como eles fazem para produzir mais. Acredito que foi uma ótima jornada para vermos o que está acontecendo nesse aspecto aqui em Santa Vitória do Palmar”, afirmou o pesquisador.

O presidente da Federarroz, Herique Dornelles, participou do evento. “Eu vim aqui como produtor, me informar, buscar conhecimento para levar para a Fronteira Oeste, onde eu planto”, contou.

Santa Vitória do Palmar é o terceiro maior produtor de arroz do Estado, com 70 mil hectares cultivados com o cereal. O município é conhecido pela área plantada e por sua capacidade de irrigação, por ser cercado de lagoas. A produção de arroz em Santa Vitória do Palmar começou há 90 anos. Em cerca de 90% da área, o arroz é cultivado no Sistema Crearfield, desenvolvido pela Basf em uma parceria com o Irga. O cultivo de soja ocupa 18 mil hectares. Na última safra, a produção média com a oleaginosa foi de 50 sacas por hectare. A agropecuária corresponde a 50% do Produto Interno Bruno (PIB) do município. A cidade conta com um complexo eólico que deverá ter 12 parques com capacidade para produzir 207 MW de potência, suficientes para abastecer cerca de 400 mil residências.

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