Granizo e enchente podem prejudicar o encerramento da safra de verão
Chuvas de março têm preocupado setor
Enchente em áreas arrozeiras começa a preocupar produtores e entidades.
O final da safra 2016/2017 poderá ser seriamente prejudicado pela ocorrência de granizo e de enchente. A preocupação maior é com o arroz, já que parte das lavouras ainda está em fase de floração, um período em que a planta não pode ficar submersa.
Estimativa do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) aponta que há cerca de 2 mil hectares de lavouras debaixo d’água em Cachoeira do Sul devido ao aumento do nível das águas do Rio Jacuí e seus afluentes. O coordenador regional do Irga, engenheiro agrônomo Pedro Hamann, explica que cerca de 20% das lavouras arrozeiras do município estão na fase de floração.
“Para essas áreas, o efeito de uma enchente é catastrófico”, afirma Hamann, acrescentando que as lavouras em fase de maturação e enchimento de grãos não são tão prejudicadas, desde que não fiquem submersas por muito tempo.
GRANIZO
A ocorrência de granizo na noite desta quarta-feira (15) nas regiões do Geribá e do Capané, no interior de Cachoeira, é monitorada pelo Irga, que já deu início ao levantamento dos prejuízos. Na manhã desta quinta-feira, o 4º Núcleo de Assistência Técnica (Nate) já começou a receber dos produtores dessas duas regiões as primeiras solicitações de vistoria para que possam ter acesso à indenização por granizo, garantida pelo próprio Irga.
A autarquia ainda não possui um número preliminar dos prejuízos ocasionados pela queda de granizo no município. “Geralmente, o granizo atinge uma faixa mais restrita das áreas. Temos tanto relatos de pouco quanto de muito prejuízo”, afirma o agrônomo Pedro Hamann.
O chefe do escritório da Emater em Cachoeira do Sul, agrônomo Luciano Mazuim, recomenda que os produtores rurais prejudicados pelo granizo acionem as instituições financeiras para que estas encaminhem solicitações de vistoria. A Emater também faz encaminhamentos de indenização através do Proagro.
Além da Emater e do Irga, os produtores com seguro podem acionar também as seguradoras.
ORIENTAÇÕES DO IRGA
No site do Irga, os produtores de arroz também podem preencher um formulário com comunicação do fenômeno climático e solicitação de vistoria para indenização por queda de granizo. O endereço é o http://www.irga.rs.gov.br/conteudo/6171/. O do 4º Nate é o (51) 3722-3411.
Após a comunicação, o Irga entrará em contato para agendar a vistoria, emitindo posteriormente um laudo.
O próximo passo é protocolar no Irga, até o dia 31 de maio do ano de ocorrência do sinistro, a entrega dos seguintes documentos:
– Comunicação do sinistro (formulário físico ou protocolo de envio no formato digital).
– Laudo de vistoria da lavoura sinistrada elaborado por técnico do Irga.
– Mapa da lavoura sinistrada, com as coordenadas geográficas da área da lavoura sinistrada, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART).
– Licença de operação da lavoura sinistrada, emitida pela Fepam ou órgão ambiental competente (nos casos em que a licença ambiental não for deferida dentro dos prazos estabelecidos neste Decreto, pode ser entregue o protocolo emitido pelo órgão ambiental responsável ou documento similar, desde que protocolado em data anterior a da ocorrência do sinistro, válidos para a safra em curso).
– Cópia de contrato de seguro de seguradoras e/ou agente financeiro para a lavoura, ou declaração de que não possui seguro da lavoura, esta com firma reconhecida em cartório.
