Arroz e soja na várzea – Uma via de duas mãos

Engenheiro agrônomo, diretor da Porteira a Dentro Consultoria, empresa sediada em Pelotas, Eduardo Muñoz participou do Seminário da Soja, em Bagé.

JM – Arroz e soja, duas culturas tão diversas em tratos culturais semeadas na mesma área. São cultivos complementares?
EM – Sim, a rotação de culturas (gramíneas x leguminosas) além de ser um preceito básico da agronomia, é uma ferramenta extremamente importante para a longevidade e a sustentabilidade dos sistemas de produção agrícola em terras baixas. É ela que vai manter a viabilidade econômica e produtiva das áreas. Não só pelo incremento de produtividade que geram uma para a outra, como também, pela quebra de ciclos de pragas e doenças e, pela possibilidade que temos de rotacionar mecanismos de ação dos defensivos agrícolas, tornando assim a lavoura cada vez menos exposta ao surgimento e/ou aumento de possíveis resistências, principalmente de plantas daninhas.

JM – Alguma delas se sobrepõe a outra? Por quê?
Economicamente, não. Conforme já foi mencionado, são cultivos complementares. São “Uma via de duas mãos”, como o tema da palestra assinala. Por mais que as margens de lucro sejam diferentes, uma depende da outra para a sustentabilidade do negócio.
No entanto, há a possibilidade de uma sobreposição temporal em caso de um erro de planejamento no que diz respeito às cultivares escolhidas para ambas as culturas em relação aos seus ciclos, aos grupos de maturação selecionados para a semeadura. Uma proporção mal calculada entre materiais de ciclo precoce, médio ou longo, pode acarretar numa colisão de colheita de arroz e soja, ocasionando perdas na lavoura ou onerando o processo pela necessidade de terceirizações.

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