Porto Alegre recebe 3º Encontro de Produção de Soja em Terras Baixas do Sul do Brasil
Seminário debate os desafios e ajustes da integração soja x arroz
O objetivo desta terceira edição do encontro é avaliar os resultados dos primeiros anos do projeto Soja 6.000 nas diferentes regiões arrozeiras gaúchas.
Segue nesta terça-feira (11) o 3º Encontro de Produção de Soja em Terras Baixas do Sul do Brasil no Centro de Eventos Plaza São Rafael, em Porto Alegre. O seminário, iniciado na tarde de segunda (10), é promovido pelo Instituto Rio Grandense do Arroz, em parceria com a Fundação Irga e o Comitê Estratégico Soja Brasil (Cesb). Um dos destaques do segundo dia do encontro será a palestra, às 9 horas, do campeão nacional de produtividade do Cesb 2017, Alexandre Seitz, que contará como conseguiu colher 149,8 sacas de soja por hectare em sua propriedade, no Paraná.
O objetivo desta terceira edição do encontro é avaliar os resultados dos primeiros anos do projeto Soja 6.000 nas diferentes regiões arrozeiras do Estado. O Soja 6.000, na sua essência, é um projeto do Irga para transferência de tecnologia, de produtor a produtor. Entre os desafios do projeto está a obtenção de cultivares de soja mais adaptadas ao excesso hídrico no solo. No ano passado, a autarquia lançou, em parceria com a Bayer, a cultivar de soja BSIrga 1642 IPro, com melhor adaptação a áreas para rotação com arroz irrigado, com tolerância ao excesso hídrico semelhante à TEC Irga 6070 RR e apresentando excelente potencial produtivo e tecnologia Intacta RR2.
Centro de Evento do Plaza
Esse é apenas o segundo ano do Projeto Soja 6.000 e no Rio Grande do Sul já foram contabilizadas 62 áreas de lavoura de soja em várzea, número superior ao previsto para a safra 2016/2017. Dessas áreas, 15 se destacaram com uma média de produtividade de 79,5 sacas/ha.
AGRICULTURA 365 DIAS POR ANO
O seminário começou na tarde de segunda-feira, com o presidente do Irga, Guinter Frantz, agradecendo a participação dos produtores. “É gratificante ver o produtor gaúcho cada vez mais interessado. Temos que sempre buscar maior rentabilidade. Parabéns aos produtores que buscam algo mais em nome do sucesso”, comentou Frantz. O secretário estadual da Agricultura, Pecuária e Irrigação, Ernani Polo, prestigiou o encontro. “Em nome do governador José Ivo Sartori, saúdo a todos que vieram aqui hoje interessados em discutir o momento e o futuro. A agricultura gaúcha vive hoje duas realidades: a de uma grande produção de arroz e soja e da angústia de ver os preços em queda na comparação com 2016. Prova de que uma grande safra não representa necessariamente renda”, disse Polo. E complementou: “Estamos fazendo uma reestruturação na pesquisa por determinação do governador. Estamos trabalhando a ideia de trabalho conjunto entre Irga, Embrapa e universidades. Temos que trabalhar em conjunto e não mais isoladamente”.
Após, a meteorologista do Irga, Jossana Cera, fez um resumo da última safra e apresentou um uma previsão para a próxima. “O indicativo é que teremos condições de neutralidade, com condições normais em relação à média dos últimos 30 anos. A tendência é a próxima safra ter 50% de neutralidade, com os outros 50% de La Niña”, apontou. O gerente de Pesquisa do Irga, Rodrigo Schoenfeld, fez um balanço das atividades do Soja 6.000, analisando dados das 62 áreas que adotaram o projeto. “Mas o Soja 6.000 é muito mais que apenas números. Temos que atrair ainda mais produtores, pois temos na metade Sul do Estado 150 mil hectares com ótimo potencial”, lembrou Schoenfeld.
Na sequência ocorreu a entrega dos certificados do Cesb. Neste ano, receberam a distinção a Eckert Agronegócios e os produtores Jorge Schmidt e Elcio Moro, que juntos obtiveram uma média de produtividade de 94,5 sacas de soja por hectare. Cada produtor recebeu um certificado do Cesb e um prêmio do Irga. Depois das premiações, os professores Enio Marchesan e Ibanor Anghinoni, consultores do Irga, mostraram o que cada um dos três produtores fizeram para obter os excelentes resultados de produtividade.
O primeiro dia encerrou com a palestra do presidente da John Deere Brasil, Paulo Herrmann, que abordou o tema “Agricultura 365 Dias por ano – Intensificação da Atividade Agropecuária”. “Precisamos revisar conceitos”, provocou Herrmann na abertura de sua palestra. Ele apresentou números comprovando que a população mundial está crescendo bem mais do que o esperado e que será necessário produzir alimentos para essa projeção de mais de 9,7 bilhões de habitantes da terra em 2050.
“Além desse grande crescimento populacional, também temos a ciência evoluindo para vivermos cada vez mais. A expectativa de vida está aumentando. Estamos ganhando 20 anos a mais de vida. Os continentes que mais estão crescendo é a África e a Ásia. E esse povo precisa se alimentar, mas não têm capacidade de produção. Temos que nos voltar para tecnologia, gestão e intensificação e escala”, acrescentou Herrmann.
CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DESTA TERÇA (11)
9 horas – Case do Campeão Nacional de produtividade Cesb 2017 – Alexandre Seitz
10 horas – Coffee Break
10h20min – Perspectivas do Agronegócio Brasileiro – Dr. Roberto Rodrigues
11h20min – Encerramento, com o diretor Técnico do Irga, Maurício Fischer
Fonte: Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga)