Entidades arrozeiras vão convocar produtores para debater gargalos

Objetivo é discutir problemas históricos e formular ideias para a construção de uma política agrícola para o setor.

As entidades representativas do setor arrozeiros vão reunir produtores nos próximos dias com o objetivo de construir uma política agrícola para o setor. A Federação da Agricultura do Rio Grande do Sul (Farsul) e a Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) devem convocar um encontro para ouvir da base os principais gargalos na orizicultura gaúcha e brasileira, e a partir deste debate formular proposta para resolver pendências históricas da lavoura.

Conforme o diretor jurídico da Federarroz, Anderson Belloli, o objetivo é minimizar problemas enfrentados pelos produtores, como o endividamento do setor, no qual a entidade se propõe a apoiar este pleito dos arrozeiros e que vem sendo capitaneado por parlamentares em Brasília. "Enfrentaremos este assunto apoiando incondicionalmente os deputados federais que se propuseram a levar adiante este assunto", salienta.

O presidente da Comissão de Arroz da Farsul, Francisco Schardong, enfatiza que é fundamental resolver os problemas crônicos da cadeia produtiva e que de longa data vem afetando a rentabilidade dos produtores. "Está na hora de dar um basta nas questões que geram nossos problemas estruturais, ou então vamos passar os próximos 20 anos fazendo o que fizemos nos últimos 20: renegociando dívidas", ressalta.

Além do endividamento dos produtores, Belloli destaca que é necessário buscar as causas e as possíveis soluções aos gargalos que afetam o setor. O ponto de partida foi uma audiência convocada pelo deputado Federal Luiz Carlos Heinze realizada em Brasília (DF) no final de julho, no qual as entidades saíram com o compromisso de levar a frente as demandas dos produtores. "Conseguimos entabular uma via sólida no sentido de tentar implementar ações tendentes a uma política agrícola aptas à produção deste alimento tão especial para o país que é o arroz. Queremos fazer um grande espelho dos gargalos que nós temos e que levam ao endividamento cada vez maior no setor", observa.

Entre os pontos destacados para enfrentamento está a alta tributação enfrentada pelo setor arrozeiro, especialmente na energia e combustíveis. "A tributação em cima do setor arrozeiro é muito alta. Temos que enfrentar esta questão como forma de minimizar custos e potencializar a sustentabilidade financeira do produtor, vez que fundamental ao desenvolvimento econômico e social do país", afirma Belloli.

Uma das maiores premissas que vem sendo defendida pela Federarroz é a redução de área para a safra 2017/2018. A estimativa da entidade é que para amenizar a crise de preços, será necessário reduzir o plantio em pelo menos 250 mil hectares em todo o Mercosul, pois os produtores de países do Uruguai e da Argentina também estão sendo afetados pela desvalorização do grão que vem sendo negociado abaixo do custo de produção.

6 Comentários

  • primeiro gargalo) Cartel… segundo gargalo) aumentar impostos mercosul… terceiro gargalo) pouca exportaçao… quarto gargalo) seguro agricola total… quinto gargalo) custos absurdos… sexto gargalo) reduzir area plantada… setimo gargalo) construçao de secadores, silos e galpões publicos para serem utilizados pelos produtores… oitavo gargalo) subsidios para garantia de preços com limitador e base os custos do Irga ou da Federarroz… nono gargalo) preço minimo de R$ 48,38 igual ao custo de produção… decimo gargalo) profissionalizar os produtores… decimo primeiro gargalo) zerar por 10 anos a tributaçao sobre os insumos e peças utilizados na lavoura… decimo segundo gargalo) fim da bandeira vermelha para os levantes e congelamento das tarifas de energia por 2 anos no minimo… decimo terceiro gargalo) diesel subsidiado para produtores rurais… decimo quarto gargalo) prorrogaçao das dividas por 25 anos com 5 anos de carência nos moldes da securitizaçao com bônus de adimplemento… decimo quinto gargalo) limitaço dos juros e garantias das CPRs… decimo sexto gargalo) produçao de sementes e novas variedades mais resistentes ao vermelho e daninhas com alta produtividade… Eis minhas sugestões!!!

  • Preço mínimo a 48 = estoque público elevado = desgraça para o produtor (a hostória recente já comprovou)
    Silos, galpões e secadores públicos = CESA – os governos do estado querem se livrar há anos e não conseguem. Nem dado querem!!

  • Bah, uma pena que dessa relação de sugestões, se aproveita muito pouco.
    Pena!

  • Seu Valter destrua, mas também construa !!!

  • Estou só tentando destruir o acho que não serve a nós produtores. Mas acho que temos que sempre estar abertos ao contraditório. Parece não ser o seu caso!

  • Boa noite a todos! Sobre este tema já publicamos vários artigos e que estão em meu livro, que também foi publicado na Agrianual 2012, no site da Planeta Arroz dentre outros, de forma tão extensa, que fica difícil de fazer uma síntese. Um deles foi denominado “A rentabilidade para o arroz do RS”, mas seguindo mais ou menos o roteiro do Sr. Schmidt, ilustre debatedor, podemos enumerar: 1) Cartel -como sair disso:a) Fomentar o surgimento de novas cooperativas num trabalho de organização dos produtores não somente para fomentar a produção, mas também o comércio, a secagem e a armazenagem. B)fomentar a integração entre produtor e indústria, com base em preços previamente estipulados e contratados com base num percentual do arroz beneficiado no supermercado; c) Estimular os atuais engenhos em transformar-se em indústria de alimentos com a elaboração de novos produtos como ração bovina e pet, farinhas, massas, biscoitos, alimentos ”glúten free”. Desse modo ao invés de reduzir a área plantada há espaço para a sua manutenção. 2 e 3)Aumentar impostos de importação e exportação, essa última tem se mostrado num grande esforço, mas que parece deveríamos concentrar estes esforços no mercado interno. Isso está em meu artigo “Arroz, exportar é o que importa?”pg.73. 4)Seguro agrícola: já existente o de lavoura, acreditando ser possível que o de preço pode ser estabelecido tendo como base o beneficiado. 5)Custos: O arrendamento é um dos principais temas, ao qual também se refere o artigo publicado abaixo do analista Carlos Cogo, salientando 25% terra e água. Aprimorar a gestão financeira, comercial, custos, investimentos, planos de negócios. C) Reduzir área: Se houver outras formas de usos do arroz não deixa de ser um contrassenso. Temos que trabalhar a diversificação, áreas de menor custo e maior produtividade, integração lavoura-pecuária. 7) Construção de secadores e armazéns através de cooperativas, condomínios ou particulares com compromisso de estocagem/secagem. 8) Preços mínimos, prorrogações, subsídios. Concordo com o Sr. Walter, pois foi o que nos deixou nessa situação bem diferente do que ocorre com a soja em que a solução é encontrada entre particulares.

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