Por que a safra de grãos do RS ficará menor em 2018

Primeiro levantamento da Conab aponta redução de até 7,9% no volume total produzido no Estado, alinhada a outras estimativas que também preveem recuo na produção gaúcha.

Duas variáveis estão por trás da projeção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) de recuo na safra de grãos no Rio Grande do Sul no ciclo 2017/2018. A primeira é o elevado patamar de comparação. Os números do verão passado foram um ponto fora da curva e dificilmente serão repetidos. A segunda é o fato de o início da semeadura ter sido problemático em mais de uma cultura – caso do trigo e do arroz.

Soja é a única cultura com perspectiva de aumento de área, embora também deva ter produção e produtividades menores do que em 2017

No primeiro levantamento deste ano-safra, o órgão trabalha em cima de médias dos últimos cinco anos e de intenção de plantio. Por isso, estabelece um limite superior e um inferior para os dados – algo como um cenário mais otimista e outro mais pessimista. A colheita, neste caso, ficaria entre 5,6% e 7,9% menor, entre 33,36 milhões e 34,22 milhões de toneladas.

– Esses prognósticos ainda estão muito incipientes. Com exceção do trigo, que está no fim do ciclo, e o milho, com boa parte da lavoura plantada – pondera Carlos Bestetti, superintendente da Conab no Rio Grande do Sul.

O que o superintendente quer dizer é que ainda há muita água para rolar até uma definição mais concreta da produção, mas, por enquanto, esses são os indicativos. Vai depender muito do clima. Bestetti diz que os próximos três meses devem ser bons para a soja, com chuva entre a média e um pouco acima da média. Não se sabe, no entanto, como será lá na frente, na fase crítica de desenvolvimento do grão, que ocorre em fevereiro.

O que já se sabe é que a área de milho irá encolher – a diminuição, pelos números da Conab pode chegar a até 16,4%, embora a estimativa na superintendência regional fique na casa dos 12%.

– O que chama a atenção é a redução da área de milho irrigado. E isso preocupa – observa o superintendente.

Outra preocupação vem do arroz, que está com a semeadura bastante atrasada, o que pode impactar a produtividade. E mesmo na soja, com previsão de leve acréscimo na área, o rendimento por hectare não será o mesmo do ciclo passado.

O resultado previsto está longe de ser ruim. Apenas será diferente, porque a produção 2016/2017 extrapolou as apostas mais otimistas.

1 Comentário

  • Realmente o plantio do arroz q está atrasado é preocupante, na nossa região de agosto até agora já são quatro enchentes, q levam em média de cinco a onze dias pra baixar e mais uns dez dias de sol pra poder entrar. Portanto áreas baixas não existe nada plantado até agora. E quem tem terras altas , ou tem pré-germinado ou planta no barro mesmo. E se esta situacão adentrar novembro, aí teremos reducão drastica de área, q só resta plantar soja se der uma parada boa, pq pro arroz já fica tarde. Apostava num ano normal, mas tá complicado. Lanina não chegou aqui ainda, está mais no centro do País, o el nino ainda esta meio ativo, só resta aguardar pra ver.Sds.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter