Em outubro, os preços mundiais marcaram novamente tendências mistas

No geral, os mercados asiáticos devem seguir tendências baixistas, pelo menos até o início de 2018, segundo informativo mensal do mercado mundial do arroz – InterArroz.

A queda de preços na Tailândia, Índia e Paquistão contrasta com a firmeza dos preços nos Estados Unidos e no Vietnã, onde as disponibilidades exportáveis seriam mais escassas. No geral, os mercados asiáticos devem seguir tendências baixistas, pelo menos até o início de 2018, com a chegada progressiva da nova colheita principal. As colheitas serão satisfatórias, exceto na Índia, onde a produção pode baixar 1,4%.

No Vietnã, também a produção pode cair em função do excesso de chuvas.

Ainda assim, as disponibilidades exportáveis mundiais devem ser satisfatórias e os estoques mundiais podem registrar novo aumento em 2018. As perspectivas de comércio mundial foram elevadas, marcando um aumento de 8,5% em 2017.

Em outubro, o índice OSIRIZ/InfoArroz (IPO) se manteve estável em 199,3 pontos (base 100 = janeiro 2000) contra 199,7 pontos em setembro.

No início de novembro, o índice IPO seguia estável.

Produção e Comércio Mundiais

Segundo a FAO, a produção mundial em 2017 alcançaria 754 milhões de toneladas de arroz em casca (500,8 Mt base beneficiado), em relativa estabilidade em relação a 2016. A produção arrozeira será menos abundante do que o previsto na Índia e no Vietnã. Em troca, a produção deve aumentar nos demais países exportadores asiáticos, especialmente na Tailândia, graças a uma extensão das áreas semeadas e de recursos hídricos suficientes.

Na África, as colheitas continuam melhorando, sobretudo nas regiões ocidentais do continente, onde a produção poderia crescer 4% em 2017. Em contraste, más condições climáticas continuam afetando as colheitas na África Oriental e Austral, especialmente em Madagascar, onde a produção teria baixado 8% em 2017.

Na América do Norte, as colheitas também baixaram 20% devido a uma redução das áreas arrozeiras. Já na América Latina, a produção cresceu, sobretudo no Brasil, graças a bons rendimentos. No entanto, as colheitas em 2018 podem se contrair por causa de plantios tardios, devido ao mau tempo.

Em 2017, o comércio mundial se reativaria, subindo 8,5% para 45 Mt contra 41,5Mt em 2016. O aumento se concentrará sobretudo na Ásia, onde os grandes países importadores têm reconstituído suas reservas de arroz, limitando assim tendências inflacionistas. Na África, a demanda de importação africana deve incrementar apenas 1,4% contra 3% em 2016.

Nos demais países do mundo, as importações devem baixar, graças a boas disponibilidades internas. Pelo lado da oferta, todos os exportadores verão suas vendas subirem, exceto o Paquistão. Os líderes do mercado (Índia, Tailândia e Vietnã) têm consolidado suas posições, representando um total de 65% das exportações mundiais contra 60% em 2016.

Os estoques mundiais de arroz terminando em 2016 baixaram 1% a 166,5 Mt. A contração afetou principalmente a Tailândia, onde as autoridades públicas praticamente liquidaram seus antigos estoques. Em 2017, as reservas mundiais podem aumentar 1,3% a 168,6 Mt, se estabelecendo em um nível considerado confortável, um terço do consumo mundial.

Atualidade do mercado mundial 

 

 

 

Na Tailândia, os preços de exportação cederam entre 2 e 3%, segundo as categorias, devido às novas disponibilidades exportáveis que começam a chegar ao mercado. Em outubro, as exportações progrediram 3% em relação ao mês anterior. Estas marcaram assim um avanço de 18% comparado a 2016, na mesma época. As previsões de exportação em 2017 foram elevadas e podem alcançar cerca de 11 Mt. Em outubro, o Tai 100%B marcou US$ 386/t Fob contra $ 396 em setembro. O Tai parboilizado se manteve estável em $ 408. Já o arroz quebrado A1 Super baixou 1,5% a $ 325 contra $ 330. No início de novembro, os preços seguiam fracos.

No Vietnã, os preços do arroz subiram 3% em função de menores disponibilidades exportáveis. Em outubro, as vendas externas baixaram novamente, alcançando carca de 400.000 t contra 516.000 t em setembro. Ainda assim, as exportações vietnamitas continuam marcando um avanço de 15% em relação a 2016, na mesma época. Em outubro, o Viet 5% marcou $ 394/t contra $ 381 em setembro. O Viet 25% também subiu a $ 371 contra $ 364 em setembro. No início de novembro, os preços se mostravam firmes.

Na Índia, os preços externos baixaram novamente, influenciados pela contração dos preços internos. Em 2017, a produção deveria ser menor do que o previsto por causa de más condições climáticas durante o ciclo vegetativo da cultura. Mesmo assim, as exportações continuam aumentando a um ritmo de 1 Mt por mês. Estas ultrapassaram 10 Mt, marcando um avanço de 20% em relação ao ano anterior na mesma época. Em 2017, as exportações indianas poderiam alcançar 11,5 Mt. Em outubro, o arroz indiano 5% foi cotado a $ 397/t contra $ 404 em setembro. O arroz indiano 25% também baixou a $ 361 contra $ 365 em setembro. No início de novembro, os preços tendiam ainda a cair.

No Paquistão, os preços de exportação caíram entre 2 e 3%. As exportações crescem a um ritmo mensal de 250.000 t, acusando um atraso de 13% em relação ao ano passado, na mesma época. No total, as vendas externas podem cair 20% a 3,2 Mt contra 4 Mt em 2016. Em outubro, o Pak 5% foi cotado a $ 375/t contra $ 388 em setembro. No início de novembro, os preços tendiam ligeiramente a subir.

Nos Estados Unidos, os preços de exportação subiram uma vez mais e se mantêm firmes devido a disponibilidades exportáveis mais escassas em relação ao ano anterior. As vendas externas diminuíram, alcançando cerca de 185.000 t contra 230.000 t em setembro. O México segue sendo o principal cliente com 26% das vendas estadunidenses, seguido pelo Haiti (15%) e Venezuela (8%).

O preço indicativo do arroz Long Grain 2/4 foi cotado a $ 560/t contra $ 553 em setembro. No início de novembro, o preço se mantinha estável. Na Bolsa de Chicago, os preços futuros do arroz em casca diminuíram 4,7% em um mês, marcando uma média de $ 264/t contra $ 277 em setembro. Início de novembro, eles continuavam fracos a $ 253/t.

No Mercosul, os preços externos se mantêm firmes, subindo 1,5% em outubro. Em 2017, a produção arrozeira aumentou, especialmente no Brasil. Já as perspectivas de produção em 2018 indicam incertezas devido ao atraso no plantio, o que poderia impactar negativamente na produtividade. No Uruguai, problemas de rentabilidade poderiam também afetar a produção. No Brasil, as exportações se mostraram ativas, apesar de uma contração em relação a setembro. Essas teriam alcançado 63.000 t (base beneficiado) contra 75.000 t em setembro. As vendas externas registram, todavia, um atraso de 16% em relação a 2016, na mesma época.

Em outubro, o preço indicativo do arroz em casca brasileiro baixou 4,4% a $ 228/t contra $ 238 em setembro. No início de novembro, este seguia baixando a $ 226/t.

Na África subsaariana, os preços internos se mantêm estáveis, especialmente nas regiões ocidentais, graças a boas disponibilidades de arroz importado. No entanto, os preços devem começar a declinar nas próximas semanas com a chegada da nova colheita. Na África ocidental, a produção deve aumentar graças à extensão das áreas arrozeiras e a uma boa pluviometria. Já as colheitas serão menores na África Oriental e em Madagascar, devido às más condições climáticas.

De qualquer modo, as disponibilidades domésticas serão, em geral, mais abundantes nos próximos meses, o que deve diminuir novamente o progresso das importações em 2018..O relatório, na íntegra, está em nossa área de downloads 

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