A América do Sul ameaça a dominância de exportação de arroz americano

 A América do Sul ameaça a dominância de exportação de arroz americano

Barcaça de arroz trafega pelo Mississippi rumo ao porto

Latinos impõem nova dinâmica ao mercado do Hemisfério Ocidental.

Mais de 40% das exportações de arroz dos Estados Unidos (em volume) são de arroz em casca (paddy), no que difere do comércio mundial dos principais exportadores asiáticos, que exportam quase que exclusivamente arroz branco.

Esta característica é atribuível a dois fatores: os preços do arroz estadunidense tendem a ser mais altos do que os asiáticos, dificultando a concorrência do grão dos EUA nos mercados da Ásia; e a maior parte do arroz dos EUA é dirigida aos mercados do Hemisfério Ocidental, muitos dos quais possuem indústrias que podem facilmente processar o arroz doméstico e importado, bem como existem políticas que apoiam a indústria de beneficiamento.

Uma década atrás, os Estados Unidos tinham um quase monopólio do comércio de arroz no Hemisfério Ocidental, com os fornecedores regionais como atores marginais. Enquanto os Estados Unidos ainda são o principal fornecedor, o Brasil, a Guiana, o Uruguai, o Paraguai e a Argentina estão agora adicionando maior concorrência a estes mercados.

Em 2011, condições de crescimento anormais afetaram a qualidade do arroz dos EUA e alguns compradores da América Central, insatisfeitos começaram a comprar da América do Sul, especialmente do Brasil.

Em 2014 à medida que os preços do petróleo caíram, o comércio da Guiana com seu comprador vizinho e primário, a Venezuela, caiu abruptamente. Consequentemente, a Guiana tem pressionado em outros mercados de arroz.

Mais notavelmente, desde julho deste ano, a Guiana enviou mais de 50 mil toneladas para o México, representando 7% das importações de arroz em relação ao ano anterior. Este é o maior mercado de arroz paddy no Hemisfério Ocidental, e já foi abastecido exclusivamente pelos Estados Unidos.

O mais novo exportador emergente de arroz é o Paraguai, onde a produção tem mais que quadruplicado na última década. Atualmente, suas exportações de arroz são principalmente focadas no abastecimento do Brasil através do comércio fronteiriço.

Em conjunto, esses fornecedores sul-americanos de grão longo fino representam uma nova dinâmica no comércio de arroz nas Américas, criando uma concorrência muito mais forte para o mercado que já teve o domínio quase exclusivo dos EUA.

No exterior, à medida que as exportações do Egito diminuíram, os Estados Unidos passaram a competir com a Rússia e a União Europeia para os mercados mediterrâneos de grão médio, particularmente a Turquia. (Traduzido e editado por Cleiton Evandro dos Santos – AgroDados – Planeta Arroz).

 

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