Até maio a Tailândia quer zerar estoques antigos

 Até maio a Tailândia quer zerar estoques antigos

Boa parte do arroz armazenado é impróprio para consumo humano

Ministério do Comércio prepara leilão com oferta de até 2 milhões de toneladas dos estoques oficiais.

A Tailândia planeja realizar um leilão de venda de 2 milhões de toneladas de arroz de seus estoques oficiais no máximo até o próximo mês de maio, informou o Ministério do Comércio do país asiático. A Junta Militar da Tailândia herdou 18,7 milhões de toneladas construídas sob regime de subsidio direto do governo anterior. Os militares depuseram, em um golpe de estado, a então primeira-ministra Yingluck Shinawatra – que fugiu do país durante o seu julgamento por corrupção e irresponsabilidade fiscal envolvendo um mal sucedido plano de aumentar os estoques internos para reduzir a oferta internacional e forçar a alta dos preços de exportação. 

Desde que assumiram o poder, em maio de 2014, os militares realizaram vários leilões para liberar os excedentes armazenados. Estima-se que mais de 50% do volume era de baixa qualidade ou não tinham condições para consumo humano. Este volume foi comercializado em leilões internacionais para produção de etanol ou ração animal. O último leilão dos estoques públicos ocorreu em julho de 2017.

Adul Chotinisakorn, diretor-geral do departamento de comércio exterior do Ministério do Comércio, informa que a decisão já está tomada e baseia-se na manutenção da demanda por grão tailandês no comércio internacional e também no mercado doméstico. 

Serão ofertadas 40 mil toneladas de arroz para consumo humano e 2 milhões de toneladas de arroz impróprias para consumo humano ou animal e destinadas a uso industrial (produção de energia). Se o valor vendido estiver dentro ou próximo do objetivo, um novo leilão poderá ser realizado no início do segundo semestre, segundo o dirigente.

Mesmo com perspectiva de retração no volume de vendas este ano, a Tailândia já exportou 2 milhões de toneladas de arroz em 2018, um aumento de 4,17% em relação ao mesmo período do ano passado. O valor arrecadado é de quase US $ 1 bilhão. A Tailândia, o maior exportador de arroz do mundo após a Índia, pretende exportar 9,5 milhões de toneladas este ano. O país enviou um recorde de 11,63 milhões de toneladas de arroz a outros mercados em 2017 e projetava, até novembro, liderar o mercado global. A liberação de estoques indianos a preços baixos, porém, subverteu esta tendência no último bimestre.

O Ministério do Comércio informou que a Tailândia recebe demandas de arroz da China, Indonésia, Malásia e Japão até agora, em 2018, razão pela qual suas cotações se mantêm firmes no mercado externo. O governo tailandês também anunciou que enviará 100 mil toneladas de arroz em um acordo de governo para governo com a empresa estatal chinesa COFCO Corporation em março e abril. Também anunciou que está em tratativas avançadas um novo acordo de exportação para a China.

Além disso, o país planeja participar de uma concorrência de arroz aberta pelas Filipinas, que procura importar 250 mil toneladas ainda neste semestre para garantir sua segurança alimentar. Alguns projetos pontuais do governo tailandês estão buscando incentivar a produção de outros grãos – entre eles o milho – e de peixes em áreas tradicionalmente arrozeiras. A meta é manter a estabilidade da oferta do grão, elevando sua qualidade. O alto custo da política de estoques estipulada entre 2011 e 2014, a falta de estrutura de armazenagem para manter a qualidade dos altos volumes do produto colhido e a necessidade de manter a gradativa elevação dos preços internacionais incentivam o governo a disseminar esta prática.

Deixe um comentário

Postagens relacionadas

Receba nossa newsletter