Cuiabanos consomem 78 quilos de arroz e feijão por ano; nutricionista responde se está certo

 Cuiabanos consomem 78 quilos de arroz e feijão por ano; nutricionista responde se está certo

São 55 quilos por ano de arroz e 31 de feijão

Pesquisa em Cuiabá e Várzea Grande mostra que o consumo médio diário de arroz por pessoas é de 75 gramas – e de feuhçaim 31g.

Cuiabanos consomem 78 quilos de ‘arroz e feijão’ por ano; nutricionista responde se está certo

Uma dupla bate ponto quase todo dia na mesa do brasileiro. A frase “feijão com arroz” é usada até para se referir sobre algo ser muito habitual. Rico em proteínas, carboidrato, vitaminas e minerais, o “casal perfeito” continua sendo o prato preferido da população cuiabana – especialmente o arroz polido e o feijão carioca, acompanhado da famosa farofa de banana.

Uma pesquisa realizada em Cuiabá e Várzea Grande mostra que o consumo médio diário de arroz por pessoas é de 75 gramas – um total de 55 quilos por ano –, e o de feijão é de 31 gramas diários, totalizando 23 quilos ao ano, em refeições feitas em casa.

Realizada pela Embrapa, no fim do ano passado, a pesquisa teve os resultados apresentados neste mês ao Sindicato das Indústrias de Arroz de Mato Grosso (Sindarroz-MT). Segundo o responsável pelo estudo, o analista da Embrapa Carlos Magri, o objetivo foi identificar os hábitos dos consumidores, o que servirá de base para campanhas nacionais de incentivo ao consumo do arroz e do feijão. “Pretendemos mostrar os aspectos nutricionais e funcionais dessa dieta que faz bem para a saúde”, afirma Magri.

A pesquisa traçou um perfil dos consumidores, explorando aspectos como modo de preparo, importância da marca, preço, selo de qualidade. Segundo a pesquisa, mais de 90% dos entrevistados acham o arroz de fácil preparo, sendo que a maioria dos entrevistados (96,7%) evita o congelamento. Já o hábito de congelar o feijão é mais comum, adotado por 68,9% dos entrevistados.

“Em todas as classes sociais, o arroz com feijão ainda é a base da alimentação. O desafio é manter isso, com tantas tentativas recentes de desqualificar os valores nutricionais desse tradicional prato brasileiro”, acrescenta o analista. Mesmo com informações desencontradas envolvendo dietas com arroz e feijão, a maior parcela da população – cerca de 75% – se mantém fiel à combinação e acredita que o arroz com feijão não pode ser substituídos por outros alimentos nas principais refeições.

Quadro nutritivo

O típico prato brasileiro, além de famoso, também revela uma alta carga nutritiva. De acordo com a nutricionista esportiva, Bárbara Pacheco, o cereal isoladamente, é rico em carboidrato, e a leguminosa é fonte de proteína vegetal. “O feijão tem muitos benefícios em relação às vitaminas do complexo B. Ele é muito rico em proteína e minerais, como ferro, fósforo, potássio, cálcio e magnésio. Além das fibras, que ajuda no funcionamento do intestino”, explica sobre os nutrientes do feijão.

“Já o arroz, ele é rico em carboidrato, então ele gera uma fonte de energia. A combinação dos dois gera uma fonte de energia que aumenta a saciedade, também por ter uma combinação de fibras. Porém, quando o arroz é integral, ele acaba tendo mais benefícios, no que diz respeito às fibras”.

Portanto, a dupla funciona muito bem quando combinada. Inclusive, é mais saudável comê-los juntos do que separadamente. “É melhor por conta da combinação da saciedade. Por o arroz ser rico em carboidrato e o feijão em proteína, associando os dois, geram uma fonte de energia maior e dá mais saciedade”.

Mas a nutricionista adverte: o prato é equilibrado, mas não completo. É preciso associar proteínas e vitaminas vindas de legumes e verduras. “Você precisa adicionar uma fonte de proteína animal ou outra fonte de proteína vegetal, no caso dos vegetarianos. A proteína animal pode ser uma combinação por meio de carnes vermelhas, brancas ou ovos, associando com uma porção de legumes e verduras, pra atingir o valor nutricional do prato”.

A proporção recomendada é de uma parte de feijão para duas de arroz, o que está bem próximo do consumo verificado na Grande Cuiabá.

Para não cair no “feijão com arroz” de sempre

Manter uma alimentação diária com os dois ingredientes ajuda a prevenir certas doenças, como a anemia e diminui riscos de problemas cardiovasculares. Além disso, a dupla é uma aliada no funcionamento do intestino, pela carga de fibras que contém.

Pra quem não quer cair na rotina, existe uma infinidade de tipos de leguminosas e cereais disponíveis – com variações calóricas e nutritivas. Aliás, o arroz integral seria a melhor opção no dia a dia. “O arroz nós encontramos no integral, preto, arbóreo, vermelho e selvagem. Há ainda o orgânico. E no caso do feijão, existe o carioca, carioquinha, feijão vermelho e preto, que você pode ir diferenciando também no dia a dia”, comenta Bárbara.

Cortar o arroz e o feijão é o primeiro passo que muitas pessoas que começam uma dieta tomam. Entretanto, a nutricionista esportiva explica que não necessariamente deve-se cortá-los do prato, mas sim, reduzir a quantidade. “O que influencia é a questão da quantidade que você consome. Então 100g de arroz e feijão, equivale a 151 calorias, o que você vê que não é uma quantidade grande de caloria por refeição. Se você tem 100 g de arroz, associado ao feijão, você não está comprometendo sua perda de peso”.

De olho no prato

Não se pode descuidar também dos outros complementos do prato. É muito comum os brasileiros adicionarem no feijão gorduras saturadas, como o bacon e linguiça – também conhecida como feijoada. A nutricionista explica que esses embutidos são prejudiciais para a saúde cardiovascular, principalmente. Para os vegetarianos e veganos, o prato pode ser composto também com o quadro dos “verdes escuros”, ou seja, rúcula, couve, brócolis e espinafre.

A famigerada farofa de banana, prato típico de Cuiabá, também corresponde a um alto nível calórico, por conta das gorduras saturadas da banana frita. A dica saudável de Bárbara seria assá-las no lugar de frita-las, e usar preferencialmente farinha de mandioca.

Modo de preparar

Deixar o feijão de molho e congelar? Lavar ou não o arroz? Segundo Bárbara, o modo de preparo dos dois faz toda a diferença no quadro nutricional, sim. A nutricionista confirma que não é preciso lavar o arroz, e que o método de deixar o feijão de molho torna o alimento mais benéfico – o ideal é deixar na água de 6 a 12 horas.

“O arroz realmente não precisa ser lavado, ele pode ser cozido da forma que ele vem. Agora o feijão, a orientação é deixá-lo de molho, justamente para tirar toda a fermentação que ele causa, até mesmo para melhorar na questão da digestão do alimento, diminuindo a produção de gases”, aconselha.

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