Plano Safra 2018/2019 deverá ter juros menores

Há pouco de espaço fiscal em função da queda na inflação e na Selic.

O Ministério da Agricultura do Brasil prevê elevar em até 2% o volume total de recursos disponíveis para o Plano Safra 2018/2019, o qual contará com taxas de juros menores. O Plano Safra, que normalmente conta com uma boa parcela de juros subsidiados pelo governo, é sempre muito aguardado por produtores do país, que o utilizam para custeio da produção, construção de armazéns, compra de maquinários, comercialização das colheitas, entre outras atividades. Para a atual temporada 2017/2018, o plano contou com recursos totais de R$ 190 bilhões, com taxas de juros variando de 6,5% a 8,5% ao ano, a depender do programa selecionado. Já para o ciclo 2018/2019, cujo início oficial é em 1º de julho, o Plano Safra deverá ter recursos totais de R$ 193 bilhões a R$ 194 bilhões, segundo o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Neri Geller.

Há pouco de espaço fiscal em função da queda na inflação e na Selic. De acordo com o secretário, o aumento de recursos vai se dar sobre operações de custeio e programas de financiamento de investimentos agropecuários, que no Plano 2017/2018 contaram com R$ 188 bilhões. Subvenção ao prêmio do seguro rural e apoio à comercialização, como contratos de opções e o PEP, verão repetidos os R$ 2 bilhões do ciclo anterior. O setor está demandando mais crédito para investimentos. O Moderfrota tem R$ 9,2 bilhões em 2017/2018 e deve ser elevado para próximo de R$ 10 bilhões. Para armazenagem, também haverá um leve aumento de recursos, ainda indefinido. O governo considera importante acompanhar a execução do plano e, havendo necessidade, remanejar os recursos para os segmentos mais demandados.

O Plano Safra 2018/2019 terá taxas de juros menores para os principais programas, reflexo da queda da taxa Selic ao menor patamar da história, de 6,5% ao ano. O volume de recursos e as taxas de juros já estão muito alinhados com o Ministério da Fazenda, mas ainda não há data para divulgação oficial do Plano. Para Geller, as mudanças esperadas para a Esplanada dos Ministérios em abril, com muitos titulares do governo de Michel Temer deixando os cargos para disputar as eleições, entre eles possivelmente Henrique Meirelles (Fazenda), não devem influenciar as negociações em torno do Plano Safra, justamente por ele já estar alinhado. Com relação ao ministro Blairo Maggi, que optou por não disputar as eleições deste ano, seguindo à frente da Agricultura até 31 de dezembro, Geller avaliou que a permanência dele no cargo é positiva para o país. 

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