Produtores gaúchos resgatam tradição de plantar arroz sequeiro

Produção tem se tornado mais expressiva em Venâncio Aires .

Até há alguns anos, era comum quase todas as famílias rurais terem uma área pequena onde produziam arroz sequeiro, sem o uso de insumos externos e defensivos agrícolas, visando o seu sustento.

O chefe do escritório da Emater/RS-Ascar em Venâncio Aires, no Vale do Taquari, engenheiro agrônomo Vicente Fin, lembra que o plantio ocorria em função de que praticamente em todas as localidades do interior havia os descascadores. As famílias produziam, colhiam, armazenavam e à medida que iam consumindo, levavam para descascar. Em virtude da legislação sanitária, na sua quase totalidade, os descascadores encerraram as atividades e a consequência foi a redução do plantio das variedades crioulas. Com isso, observa Fin, as famílias também mudaram o hábito do consumo e passaram a adquirir o produto nas mercados da cidade ou nas casas de secos e molhados ainda remanescentes no interior.

Fin frisa que caso semelhante ocorreu com o trigo e a farinha de milho, pois as famílias também perderam o hábito em função do enceramento das atividades dos moinhos existentes.

PRODUTORES

Com uma área de cinco hectares localizada na Linha Estrela, os irmãos Vanderlei, Antônio e Jader, junto com o pai Jorge Moraes, estão entre os produtores que investiram na produção de arroz sequeiro nesta safra. Eles plantaram a variedade Esmeralda, cuja semente adquiriram do Mato Grosso, devido à pouca oferta de sementes de arroz sequeiro nos mercados locais e pelo fato desta variedade proporcionar uma menor quebra durante a colheita. Eles colheram o arroz nesta semana e obtiveram um rendimento que entre os 80 a 100 sacos por hectare, com um percentual de 62% de grão inteiro. ‘É um índice muito bom, pois tradicionalmente, é uma variedade que tem uma acentuada quebra do grão na hora da colheita’, observa Antônio.

Esta é a terceira safra – as duas primeiras foram mais em forma de experimento, que os irmãos Moraes investem no arroz sequeiro e afirmam que ele tem um custo de produção bem abaixo do irrigado, pois não demanda de irrigação e depende somente das condições favoráveis do clima para se desenvolver normalmente. ‘Porém, é uma cultura mais sensível que o irrigado, principalmente na durante a floração e na hora da deposição de grãos, quando não pode faltar chuva. Se isto ocorrer, a produção é muito pequena’, observa Antônio. Ele acrescenta que tanto o preço por saca quanto o mercado, são os mesmos do arroz irrigado.

Além do sequeiro, os irmãos Moraes plantam 100 hectares de arroz irrigado e colheram nesta safra, em média, 170 sacos por hectare e mais 70 sacos de soja, com um rendimento de 50 sacos por hectare.

100 é o número de hectares produzidos de arroz sequeiro.

5 são os produtores que produzem em escala comercial.

300 era a quantia de hectares produzidos até há alguns anos.

300 é o número de famílias que produzem arroz sequeiro para consumo próprio.

3,6 mil quilos é a produtividade média por hectare nas lavouras de Venâncio Aires.

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