Queda na safra de arroz será menor que o esperado

 Queda na safra de arroz será menor que o esperado

Colheita já está na fase final no RS

Ainda assim, quadro de oferta e demanda será muito ajustado.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgou nesta quinta-feira (9/5) a expectativa da colheita de arroz no Brasil. A pesquisa indica uma queda de 6,5% na produção nacional, de 12,33 para 11,53 milhões de toneladas. A produtividade média reduzirá 5,4%, para 5.888 quilos por hectare, enquanto a área será reduzida em 1,1%, de 1,981 para 1,959 milhão de hectares. Os números ainda poderão ser alterados nos próximos levantamentos de acordo com o andamento da colheita.

A expectativa da Conab é de que o Brasil tenha um déficit de 468 mil toneladas na relação entre colheita (11,53 milhão/t) e consumo (12 milhão t), que será suprida pelos estoques iniciais de 1,04 milhão de toneladas ao longo do ano. Projetando exportação e importação iguais, em 1 milhão de toneladas, o estoque final em 28 de fevereiro de 2019 será de apenas 567,7 mil toneladas, um dos mais baixos da década. Com o bom desempenho das exportações e o patamar atual do dólar, fora dos organismos governamentais, o setor opera com otimismo de um volume bem maior de embarques e menor de compras de arroz, o que tornará a balança comercial superavitária e enxugará ainda mais os estoques de passagem. Isso tudo converge para uma expectativa de preços ao produtor que cubram o custo de produção.

Atualmente o arroz é vendido no Rio Grande do Sul entre R$ 35,00 e R$ 37,00, mas o custo de produção foi de R$ 45,00, em média, para o arrozeiro que colheu 7,5 mil toneladas por hectare.
 
O arroz tem a produção concentrada na Região Sul do Brasil, fator que indica forte participação dos estados produtores do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina para a formação da receita bruta dos produtores do arroz. O maior estado produtor, Rio Grande do Sul, apresenta decréscimo na produção de 9% e para Santa Catarina 0,8%.

Além disso, quando comparados os valores de abril de 2017 a abril de 2018, verifica-se decréscimo no valor médio nacional de 13,3%, influenciado pela queda média de 15,6% nas Unidades da Federação. Esses dois fenômenos culminaram na diminuição da estimativa da receita bruta para os produtores de arroz. Ao ser comparado com o mesmo período do ano anterior, o decréscimo foi de 19%.

NORTE

O plantio de arroz sequeiro no Acre se inicia no período chuvoso, de outubro a dezembro, época favorável ao desenvolvimento da cultura visto que esse é o único sistema de plantio. O sistema de produção é fator que influência na produtividade do estado devido à utilização de baixa tecnologia e a agricultura ser familiar, cuja a finalidade da produção é para o consumo familiar e o excedente para comercialização.

Geralmente, o arroz é consorciado com outras culturas, como o milho. Após o término do ciclo é realizado o plantio de feijão-comum cores. Na safra atual, 2017/18, houve aumento significativo na produção de arroz devido ao aumento de área plantada em Epitaciolândia – AC, que se destaca no cultivo de arroz de sequeiro, com área de 450 hectares, visto que aproximadamente 400 hectares já foram colhidos.

Houve incidências de pragas e doenças no ciclo da cultura, como lagarta e ferrugem, que atingiram o Nível de Danos Econômicos (NDE), havendo necessidade de intervenção química. Verifica-se que há áreas em fase de maturação devido à semeadura em épocas distintas para facilitar a colheita e o escoamento. A colheita deverá se estender devido às diferentes épocas de plantio.

No Amazonas, a expectativa é que para essa safra sejam plantados 2,5 mil hectares de arroz, obtendo uma média na produtividade de 2.259 kg/ha, com uma produção estimada em torno de 5,6 mil toneladas de arroz de sequeiro. A área plantada em Roraima, referente à safra 2017/18 do arroz irrigado de verão, foi confirmada em 9,5 mil hectares. A colheita do arroz finalizou em abril, apresentando um rendimento médio de 7.050 kg/ha. Para a safra de inverno, estima-se o plantio de 2,8 mil hectares.

Em Rondônia, o cultivo é exclusivamente de sequeiro, safra e safrinha, não havendo cultivos irrigados. A área cultivada estimada para a implantação da cultura na safra 2017/18 é de 42,4 mil hectares. O arroz se configura como um grande desbravador para culturas anuais sucessoras, principalmente a soja. A produtividade é de 3.220 Kg/ha, já a produção é de 124.576 toneladas.

O arroz de sequeiro primeira safra já foi 100% colhido, já o arroz sequeiro safrinha está nas seguintes fases: desenvolvimento vegetativo 30%, floração 35% e frutificação 35%. O calendário agrícola segue um pouco atípico em razão do atraso das chuvas iniciais, retardando o estabelecimento de muitas lavouras no campo, no entanto, o regime atual de chuvas é considerado normal e regular, garantindo assim bom aporte de água no solo para suprimento das plantas. Boa parte da produção é consumida no próprio estado e o excedente enviado ao Acre e Amazonas, principalmente. As áreas anteriormente ocupadas com pastagem, baixo rendimento forrageiro, presença de plantas invasoras, solo com pH ácido e carente de bases, estão sendo recuperadas, recebendo insumos e convertidas em áreas agrícolas.

Em Tocantins, as lavouras de sequeiro se desenvolveram bem dado aos bons volumes precipitados durante todo o ciclo da cultura. Nas lavouras dos agricultores familiares, principalmente os assentados da reforma agrária, a colheita já está próxima do fim. O rendimento médio das lavouras deve ficar acima da média e a qualidade do produto também está melhor do que nas safras anteriores em virtude das excelentes condições pluviométricas nesta safra.

Para os agricultores empresariais, onde acultura é empregada em cultivos de primeiro ano, a colheita já se iniciou e deve se estender até o final de maio. No caso do arroz irrigado houve atraso do plantio devido aos baixíssimos níveis dos reservatórios e rios da região. Todos os produtores tiveram que esperar o retorno das chuvas para realizar o plantio com segurança de abastecimento de água para a inundação dos tabuleiros. O excesso de chuvas em fevereiro provocou inundação dos tabuleiros, deixando parte das lavouras submersas, inclusive em áreas onde as lavouras já estavam em ponto de colheita.
 
Em razão desse excesso de água, aliado a menor disponibilidade de luminosidade, as lavouras têm apresentado uma produtividade um pouco abaixo da esperada pela avaliação visual dessas. As lavouras em estágio de enchimento de grãos foram as mais prejudicadas com essa inundação, apresentado um percentual de grãos chochos acima do normal. A colheita avança normalmente e já está seguindo para a reta final.

NORDESTE

Em Alagoas, a área plantada prevista é de 2,8 mil hectares, com uma variação positiva de 1,4% em relação à safra anterior. Espera-se um aumento da produção para 16,2 mil toneladas na presente safra. O estádio da cultura é predominantemente de produção já colhida, restando cerca de 10% do grão em estádio de maturação. A cultura do arroz ainda se destaca no estado, sendo sua produção comercializada em Alagoas e Sergipe. A produção do arroz é uma das que possuem a assistência técnica adequada no estado, apresentando cerca de 80%, nos perímetros irrigados de Boacica, no município de Igreja Nova e Itiúba, em Porto Real do Colégio.

Na Bahia, o arroz é cultivado no extremo oeste, na região do Coaceral (Formosa do Rio Preto), fronteiriça com o estado do Piauí. De modo geral, o plantio é utilizado para aberturas de novas áreas em solos de baixa fertilidade. Nos últimos anos essa cultura tem perdido espaço para o sorgo e a soja. A produção do cereal ocorre em regime de sequeiro, utilizando tanto o sistema de plantio direto quanto o convencional. O cultivo de arroz ocupa a área de 7,8 mil hectares. Espera-se a produtividade de 1.200 kg/ ha (20 scs/ha) de grãos de arroz. A colheita foi iniciada e evolui em 50% da área cultivada, devendo ser concluída até o fim de maio, com a estimativa de produção em torno de 9,4 mil toneladas.

No Maranhão, as lavouras de arroz de sequeiro devem manter o cenário observado nos diversos levantamentos realizados anteriormente, principalmente no que diz respeito ao baixo rendimento médio obtido, baixos níveis de qualidade do produto, insuficiência de métodos eficazes de controle de pragas e doenças das principais unidades produtivas produtoras desse grão, fazendo com que a cultura vendo drasticamente substituída por outras lavouras consideradas mais rentáveis, a exemplo da soja e do milho e ainda pela pecuária de corte. A colheita do arroz, frequentemente ainda realizada de forma manual, encontra-se próxima de 20% do total.

Para o arroz irrigado no Maranhão, há manutenção do cenário evidenciado no levantamento anterior, com destaque para o arroz cultivado na região dos Campos Naturais do Maranhão, nos Municípios de Arari, Vitoria do Mearim e São Mateus do Maranhão, o arroz irrigado mantém os dados de área plantada e produtividade média, devendo permanecer no mesmo patamar de 2,9 mil hectares evidenciado no levantamento anterior, com uma produtividade média de 5.398 kg/ ha.

Na Paraíba, tem-se o histórico do plantio de 12 mil hectares de arroz. A impossibilidade de competitividade com os preços do produto vindo de outras regiões do país obrigou parte dos produtores a deixar a exploração da cultura do arroz. O baixo regime de chuvas nos últimos cinco anos tornou escassas as reservas d’água para irrigação de salvamento, dificultando a atividade da rizicultura. Dado ao histórico dos prejuízos sofridos na exploração dessa cultura na safra passada, para esta safra tem-se a possibilidade de área em torno de 1,1 mil hectares da cultura com produtividade de 840 kg/ha.

Em Pernambuco, em razão da alta taxa de inadimplência dos produtores e do elevado custo de produção da cultura, as instituições financeiras deixaram de ofertar o crédito de custeio para esta cultura, o que, aliado ao baixo poder de barganha dos produtores perante a única empresa de beneficiamento de arroz existente no estado, fez com que a área cultivada fosse drasticamente perdendo seu espaço para outras culturas.

No decorrer do ano, a princípio, a previsão é de que seja mantida uma área cultivada de 0,4 mil hectares, conduzida por agricultores integrados à empresa de beneficiamento de arroz da região.
A expectativa para o arroz irrigado no Piauí é de um pequeno aumento de área da ordem de 2.6% em relação a área da safra passada, com esse aumento, a área deve atingir 5,3 hectares. Para o arroz de sequeiro houve um incremento de 9,2% da área em relação à safra passada, com área de 65,5 mil hectares. Este aumento de área ocorreu na região de cerrado, referente à agricultura empresarial, e na região norte do estado, referente à agricultura familiar. 

O arroz irrigado primeira safra e o arroz de sequeiro se encontram com a área total plantada, o plantio na região sudoeste (cerrado) ocorreu entre a segunda quinzena de dezembro e a primeira de janeiro, já na região norte e centro-norte, onde se concentram as maiores áreas de arroz no estado, o plantio ocorreu entre a segunda quinzena de janeiro e a primeira de fevereiro.

Dessa forma, as lavouras se encontram predominantemente na fase de frutificação na região norte e centro-norte, já na região sudoeste a cultura se encontra predominantemente na fase de maturação, sendo que em algumas áreas já iniciou a colheita. A produtividade normal esperada para o arroz irrigado é de 4.478 kg/ha, já para o arroz de sequeiro a produtividade gira em torno de 1.416 kg/ha, representando um aumento de 2,3% em relação à safra anterior, e corresponde à expectativa atual dos produtores devido ao bom regime climático até o momento, na safra atual.

No Rio Grande do Norte predomina o cultivo do arroz vermelho, ou seja, estima-se que 80% do arroz produzido pertence ao tipo vermelho. É cultivado no Vale do Apodi – RN e se trata de uma cultura que oferece um excelente suporte econômico e social para a região. A área total de arroz a ser plantada nesta safra deverá atingir 1,1 mil hectares e se concentra, principalmente, nos municípios situados à margem do Rio Apodi/Mossoró, inseridos na região do Vale do Apodi.

A maior parte do cultivo é feito por meio de irrigação via inundação e em menor escala também é plantada em áreas de várzeas úmidas sem irrigação. A atividade é basicamente desenvolvida em pequenas propriedades rurais, utilizando-se de mão de obra do grupo familiar. A atividade é de subsistência e em torno de 80% do arroz são consumidos na própria região e o excedente comercializado em outros mercados consumidores. Estima-se para esta safra um aumento de área de 10%

CENTRO-OESTE

Em Goiás, nos municípios de Formosa e Flores de Goiás, onde a cultura é irrigada, cerca de 50% do arroz já foi colhido, alcançando uma produtividade média de 5.700 kg/ha. É previsto uma redução entre 30 a 40% na área de plantio para a próxima safra em razão do preço. Já nos outros municípios, produtores da região leste, a cultura se encontra em fase de maturação de grãos, com colheita prevista para o início de maio, com boa expectativa de rendimento devido ao bom regime de chuvas na fase mais crítica da cultura.

Em Mato Grosso, a colheita do arroz primeira safra está em ritmo lento, devido ao excesso de umidade das lavouras, atingindo 70%. Apesar de prejudicar um pouco a lavoura, com relatos de menor produtividade e qualidade em relação ao ciclo anterior, o saldo da safra é positivo. A produtividade média do arroz de sequeiro primeira safra mantém-se acima de 3.200 kg/ ha, mais especificamente 3.252 kg/ha, 0,8% superior aos 3.226 kg/ha obtidos no último período.

A entrada da nova oferta de produto, com o início da colheita a partir de fevereiro, contribuiu para a manutenção do patamar baixo dos preços do cereal, com 40% de comercialização. Nesse contexto de preços baixos, a área destinada ao cultivo do arroz apresenta retração de 9% nesta temporada, de 151,4 mil hectares para 137,8 mil hectares. O plantio do arroz irrigado e sequeiro de segunda safra está finalizado em Mato Grosso. As lavouras estão localizadas principalmente no médio-norte do estado.

O estádio da cultura está predominantemente em granação. A área plantada no estado é de 5,8 mil hectares, ante aos 10,9 mil hectares da safra anterior. A produtividade média esperada para esta safra é de 3.659 kg/ha. Assim, prevê-se uma produção de 21,2 mil toneladas de arroz segunda safra sequeiro e irrigado em Mato de Grosso.

Em Mato Grosso do Sul, a estimativa de área plantada, no estado, é de 14,3 mil hectares de arroz irrigado, com uma expectativa de produtividade média de 5.700 kg/ ha. Atualmente, aproximadamente 4% das lavouras estão em fase de maturação e 96% já foram colhidas. Com o clima favorável de dias ensolarados, a colheita avançou nos meses de março e abril.

Em algumas lavouras, houve perda de área plantada, impossibilitando a colheita devido às inundações proveniente das últimas enchentes dos rios, o que condicionou a redução da produtividade estimada em levantamentos anteriores. Em relação à comercialização, os produtores estão mantendo seus produtos estocados, aguardando melhores preços no mercado, negociando apenas o cereal para cobrir custos de produção. A baixa liquidez faz com que as indústrias mantenham pouco interesse pelo produto, visto que ainda possuem estoques da safra anterior.

Em Minas Gerais, seguindo a tendência dos últimos anos, a área de arroz sofreu redução em relação à safra anterior. Dos 5,9 mil hectares previstos para a safra 2017/18, foram plantados apenas 4,8 mil hectares, o que representa 20% a menos quando comparado com a safra passada. A redução ocorreu principalmente em área de sequeiro devido à menor competitividade dessa cultura em relação a outras mais rentáveis e de menor risco, como milho e soja; ao desestímulo provocado pelo alto custo de produção, que inviabiliza a comercialização junto ao produto do sul do país; ao risco de perdas por estiagens prolongadas, recorrentes nas principais regiões produtoras; além das restrições ao cultivo em áreas de várzea.

A produtividade média estadual deve ficar 10,2% maior em relação à safra anterior devido à predominância das áreas irrigadas, onde se obtém produtividades mais altas. As lavouras estão em fase de maturação e colheita, que deve ser finalizada em maio.

SUDESTE

O arroz é pouco cultivado em São Paulo e demonstra estabilidade na área, em torno de 9,1 hectares, e produtividade média em torno de 4.126 kg/ha. O cereal se concentra basicamente em 2 municípios: Guaratinguetá e Pindamonhangaba, ambos pertencentes ao vale do Paraíba. Os poucos produtores que se dedicam ao plantio do arroz no estado comercializam sua produção em nível de propriedade ou com finalidade de consumo doméstico.

SUL

No Paraná, a colheita do arroz de sequeiro está concluída, com produtividade média preliminar de 1.961 kg/ha, que representa uma queda de 3,5% em relação à da safra passada, atribuída às condições climáticas que favoreceram o desenvolvimento de doenças, principalmente fúngicas. A cultura é basicamente de subsistência, conduzida com baixo nível tecnológico, predominantemente por agricultores familiares e de difícil acompanhamento sistemático.

A colheita do arroz irrigado se encontra em fase final e, por enquanto, o rendimento estimado é de 6.793 kg/ ha sem contabilizar a produção da “soca”. As chuvas excessivas de janeiro, quando choveu três vezes acima do esperado para o período na região produtora, além de atrasar a colheita, comprometeu o rendimento.

Outro problema enfrentado pelos produtores é com a comercialização do produto, que concorre com a entrada de arroz do Mercosul sem barreira tarifária. As indústrias estão optando por comprar e beneficiar o produto nos países vizinhos, trazendo o produto já empacotado para venda no Brasil.
 
Em Santa Catarina, a colheita do arroz se encontra em fase final, restando cerca de 1% da área para ser colhida. O avanço da colheita evidenciou aumento nas produtividades para o estado devido ao clima favorável ao longo de toda a safra, às novas cultivares utilizadas e aos bons tratos culturais por parte dos agricultores.

A qualidade do grão também está boa. Na região norte as lavouras de soca, ou rebrota, prática comum na região, estão com desenvolvimento dentro da normalidade, visto que alguns municípios já começaram o corte, que pode se estender até junho. Apesar das altas produtividades e da boa qualidade do grão, os produtores continuam apreensivos no que diz respeito ao preço, optando por não comercializar neste momento.

A colheita de arroz no Rio Grande do Sul se aproxima do final, com 83% da safra 2017/18 colhida até o final de abril. Temperaturas altas até o momento e boa incidência de radiação solar favoreceram as áreas semeadas fora do período recomendado. Essa situação fez com que a produtividade do arroz não tivesse queda significativa com a aproximação do final da colheita. As perdas mais significativas foram causadas pela dificuldade da realização dos tratos culturais na época adequada. Devido a isso, o controle de invasoras foi deficiente, principalmente do arroz vermelho. Como consequência, ocorreu o acamamento das lavouras nessas condições. A maior parte das lavouras teve um produto com alto rendimento de grãos inteiros, mas há redução de qualidade devido ao retorno das chuvas em março, às altas temperaturas e ao atraso na colheita.

MERCADO

Em março, o Brasil exportou 193,5 mil toneladas de arroz base casca e importou 71,5 mil toneladas. Sobre os preços comercializados, o Brasil vendeu o arroz branco beneficiado em uma média de US$ 483,79 toneladas, enquanto os preços de aquisição, principalmente dos nossos parceiros de Mercosul, mantiveram em patamar inferior. Sobre as compras brasileiras de arroz internacional em novembro, o Paraguai, maior exportador para o mercado brasileiro, comercializou 64,7 mil toneladas de arroz base beneficiado em uma média de US$ 347,08 toneladas de arroz polido.

Cabe destacar que o arroz paraguaio continua sendo direcionado, em sua maioria, para os mercados do Sudeste brasileiro e Pernambuco. Sobre a Argentina e o Uruguai, o produto importado vem sendo direcionado principalmente para São Paulo e Rio Grande do Sul. Para o final da comercialização da safra 2016/17, já consolidada, a importação identificada foi de 1.042 mil toneladas e exportação de 1.064,7 mil toneladas. Cerca do consumo, este é estimado em torno de 11,7 milhões de toneladas para a safra 2016/17.

Para safra 2017/18, projeta-se um consumo levemente superior, por volta de 12 milhões de toneladas, volume semelhante à média identificada nos últimos dez períodos comerciais. Sobre a produção nacional, a safra brasileira de arroz 2017/18 deverá ser 6,4% inferior em relação à safra 2016/17, atingindo 11,4 milhões toneladas. Essa retração da produção ocorre em razão do atraso de parte das áreas no Rio Grande do Sul, do frio intenso em fevereiro, que prejudicou a formação dos grãos, e da menor capitalização dos produtores, que reduziram a quantidade de insumos nas lavouras.

Sobre a balança comercial, a expectativa é de equilíbrio na próxima safra, com uma possível valorização do arroz brasileiro no segundo semestre e, consequente, uma desaceleração das exportações. Com base no cenário descrito no quadro de suprimento, espera-se uma redução dos estoques de passagem, sendo previsto um estoque final de 1,035,9 mil toneladas para a safra 2016/17 (fevereiro de 2018) e de 570,4 mil toneladas para a safra 2017/18 (fevereiro de 2019).

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