Farsul negocia dívidas de produtores rurais com sistema financeiro

Ficou muito clara a impressão de que a pior situação para o agronegócio é a inadimplência do produtor rural.

O endividamento dos produtores gaúchos foi tema de reunião realizada na sede da CNA, nesta quarta-feira (23) em Brasília. O encontro foi solicitado pela Farsul e contou com a presença do presidente do Sistema Farsul, Gedeão Pereira, do presidente da CNA, João Martins, representantes do Ministério da Fazenda, Banco Central, Bndes, Brde, Caixa Econômica Federal, Banco do Brasil e parlamentares do Rio Grande do Sul, que discutiram alternativas para a solução dos problemas enfrentados principalmente pela cadeia orizícola no estado.

Gedeão faz uma avaliação positiva desse início de negociações. “São bastante promissoras as informações, no sentido de que iremos conseguir dar mais prazo aos produtores rurais. Principalmente para aqueles que já estão inadimplentes, na tentativa de resgata-los para o sistema financeiro. Ficou muito clara a impressão de que a pior situação para o agronegócio é a inadimplência do produtor rural. É ruim para o setor e para o sistema financeiro”, explica.

As tratativas envolvem, especialmente, os arrozeiros gaúchos, mas não está descartada a inclusão de outros produtores. “Achamos que vamos incluir outros alguns outros nichos da produção. Notadamente na metade sul do Rio Grande do Sul nós tivemos problemas pontuais muito sérios, como há dois anos ocorreu o excesso de chuva com perdas na soja e neste ano situação repetida pela falta da chuva”, avalia. Serão agendados encontros técnicos para o ajustes das condições dessa renegociação.

5 Comentários

  • Esta celeuma do endividamento e da sua prorrogação é recorrente no tempo. Acompanho a cerca de trinta anos e sempre as soluções são as mesmas, e que acabam onerando a população como agora está se vendo na retirada dos impostos para reduzir o preço do diesel, que impactará as políticas públicas, maiores ou menores, segundo o governante de plantão.
    Acredito, no caso dos produtores, que deva ser chamado a participar da renegociação os que efetivamente ganharam no plantio, armazenamento e beneficiamento de insumos. Como assim? Vai financiar um trator, adubo ou agrotóxicos? Chama para assinar “na ponta esquerda” o agente vendedor do trator ou do adubo, transformando o valor em kg de arroz beneficiado do dia para pagamento em quilos de arroz beneficiado do dia do vencimento. O compromisso da compra é do agente comercial e os recursos podem ser emprestado pelo agente financeiro. Na soja é comum o sistema “barter” por isso não há quase problemas neste setor, pois o mercado se ajusta sem a intervenção do governo!

  • Retirar/reduzir impostos que foram majorados no ano passado por um governo composto por eminentes corruptos está errado então? Quer dizer que uma vez aumentados não podemos rebaixá-los porquê este governo de corruptos iria deixar de aplicar recursos para o bem da população? Mais impostos e mais governo (deste tipo, em especial) é a nossa saída? Por favor! Sds

  • Se compararmos o preço do arroz de 2003 para cá veremos que há uma defasagem em geral de 542%. O preço do arroz era R$ 40 em 2003 e óleo diesel custava R$ 0,70… Em 2018 o arroz vale R$ 35,00 e o diesel R$ 3,80!!! Depois os idiotas vêm aqui dizer que quando falamos aqui é tudo “mimimi”… Dá nojo gente!!! A quebradeira é geral… Espero que o pessoal aprenda a respeitar os que tentam produzir nesse país!!!

  • Sou totalmente contra ao modelo defasado e ineficiente de tratar a questão do endividamento, uma CPI para apurar os reais motivos do endividamento caso a caso e quem realmente tem direito, seria a saída mais justa para o problema.
    Conheço produtores que vivem renegociando com as instituições de crédito, mas não falta dinheiro para investir em compra de terras e máquinas.

  • Em nenhum momento está sendo contrariada a defasagem do preço do arroz que o comentarista num termo meio estranho, denomina “mimimi”. No entanto, porque há esta defasagem de preços há quinze anos? Este é o fulcro da questão? Adianta renegociar dívida para seguir vendendo com o preço defasado? Ou é apenas empurrar com a barriga para uma nova renegociação daí a pouco, como as muitas que já houve?
    Acima tem uma informação muito boa, que o sujeito renegocia para investir em compra de terras e máquinas. Ganhou ele por comprar terras com juros do crédito rural e o fabricante de máquinas que vendeu mais uma num setor de preços defasados. Então, tem gente que está ganhando neste sistema de renegociação , que ocorre de forma cíclica, que, seguramente não é o produtor em geral.
    O que fazer para que a prorrogação seja solucionadora efetiva de um endividamento rural? Essa é que deve ser a preocupação básica, pois “se fazermos da mesma forma vamos ter o mesmo resultado” e logo ali teremos nova renegociação.

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