Confirmada resistência do capim arroz ao glifosato
Os pesquisadores identificaram dois mecanismos separados de resistência.
Uma nova pesquisa publicada na revista Weed Science mostra que certas populações de capim arroz (Echinochloa colona) estão agora entre um número crescente de ervas daninhas resistentes ao herbicida glifosato. Trata-se de uma planta daninha que cresce em meio às lavouras de milho, arroz e hortaliças, bem como em jardins, em estradas e ao longo de cursos de água.
Populações de capim arroz resistentes a múltiplos herbicidas já haviam sido encontradas anteriormente nos Estados Unidos, mais precisamente nos estados de Arkansas, Califórnia e Mississippi, mas o glifosato não estava entre esses defensivos. Agora, porém, novas populações resistentes ao glifosato surgiram no Mississippi e no Tennessee.
Uma equipe de pesquisa decidiu então determinar a magnitude da resistência da planta ao herbicida glifosato e identificar os mecanismos específicos dessa resistência. Seu estudo mostrou que uma população de capim arroz resistente ao herbicida mais usado no mundo, descoberta no Mississippi, era quatro vezes mais resistente ao produto do que as populações suscetíveis, enquanto uma população no Tennessee era sete vezes mais resistente.
Os pesquisadores identificaram dois mecanismos separados de resistência. Em uma população, a resistência foi atribuída em parte a uma mutação no sítio-alvo em um gene EPSPS. Já em uma segunda população, a resistência foi conferida pela translocação reduzida de glifosato.
De acordo com Vijay Nandula, um fisiologista de plantas do Serviço de Pesquisa Agrícola do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em Stoneville, Mississippi, o manejo integrado é a forma mais eficiente para se combater essa resistência. “Nossa pesquisa mostra que as estratégias de manejo integrado são fundamentais para o controle efetivo do capim. É imperativo que os produtores usem uma ampla gama de ferramentas químicas, culturais e mecânicas", comentou.