Inundação destrói mais de 100.000 hectares de fazendas de arroz em Jigawa

País já foi o maior importador do arroz brasileiro, mas criou barreiras comerciais que impedem retomada dos negócios.

Alhaji Adamu Maigoro, presidente da Associação dos Produtores de Arroz da Nigéria (RIFAN), Jigawa, disse na sexta-feira que as recentes inundações no estado de JIgawa destruíram mais de 100.000 hectares de fazendas de arroz. Mais de 10 mil membros registrados da associação foram afetados. 10 mil é o números apenas dos produtores de arroz da estação seca, que foram apoiados com insumos agrícolas no início do ano.

"Se considerarmos o total de produtores de arroz afetados, os números definitivamente subirão para mais de 50.000 agricultores", disse ele. O presidente listou as áreas atingidas pela enchente para incluir; Ringim, Taura, Miga, Jahun, Auyo, Kaugama, Mallam-madori, Hadejia, Guri, Kirikasamma, Gwaram, Buji, Birnin kudu e Kazaure.

Maigoro apelou ao governo em todos os níveis para apoiar os agricultores afetados que ainda estavam lutando para lidar com a pesada perda causada pela enchente.

"Embora o governo tenha ajudado, ainda estamos apelando para que faça mais porque os produtores de arroz ainda estão lutando com o choque das piores inundações nos últimos tempos", disse.

O presidente expressou preocupação com o atraso na conclusão do Esquema de Irrigação do Vale de Hadejia pelo Governo Federal.

"A primeira fase do projeto, que começa em Auyo e termina em Hadejia, começou 30 anos atrás, mas não foi concluída. A fase dois do projeto deve continuar de Hadejia para Yobe. Embora este governo tenha mostrado interesse em concluir o projeto e até expandi-lo, há uma necessidade urgente de completá-lo, se realmente o governo quiser acabar com a importação de arroz”, avisa.

Jornalistas relatam que nada menos que 21 pessoas morreram nas enchentes de setembro, que afetaram milhares de agricultores e levaram mais de 100 mil hectares de terras agrícolas apenas neste Estado. No total, estima-se que mais de 200 mil hectares foram afetados pelas inundações, com 50 a 70 mil produtores registrando algum tipo de perda. A Nigéria é o segundo maior importador de arroz do mundo, atrás apenas da China, comprando de 2,5 a 3 milhões de toneladas anuais.

O governo local trabalhava com a expectativa de ser autossuficiente até 2018, mas na prática o clima e a tecnologia arcaica utilizada no país não permitiram a evolução produtiva. Mesmo com medidas de restrição às compras internacionais, o país passou a ser substancialmente abastecido por contrabando dos países vizinhos, graças a uma gigantesca fronteira seca. No início da década, a Nigéria chegou a ser o principal cliente das exportações brasileiras de arroz.

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