Que arrancada!

 Que arrancada!

Frete tabelado aumentou os custos da logística

Exportações arrancam
bem no ano comercial graças à demanda
por arroz em casca.

 Por uma conjuntura que reuniu preços internos baixos, câmbio favorável, cotações internacionais em alta e baixa concorrência dos países do Mercosul, além do esforço de tradings e agentes de mercado, o Brasil teve na transição do ano de 2017 para 2018 um dos melhores anos de sua história em exportação de arroz. As vendas de arroz em casca fizeram a diferença. Estes embarques são importantes para a balança comercial do país, movimentam o mercado e reduzem a pressão de oferta doméstica e também têm sido fundamentais para a recuperação dos preços.

No ano comercial, que vai de março de 2018 a fevereiro de 2019, o país exportou 671.377 toneladas e importou 323.553. O saldo positivo da balança comercial do arroz é 347.824. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que o Brasil exporte 1,2 milhão de toneladas e importe 1,05 milhão, com saldo de 150 mil toneladas.

Pércio Greco, diretor-presidente da trading RiceBrazil, reconhece que a nova tabela de frete regulamentada pelo governo federal após a paralisação dos caminhoneiros atrapalhou, “mas o próprio mercado tratou de equalizar esta situação”. Para ele, além da qualidade do produto brasileiro ter ótima aceitação nas ações promocionais realizadas pelo setor, o cenário de demanda nas Américas, o câmbio e, em especial os preços internos, foram fatores decisivos na hora de exportar um volume mais significativo de casca. A safra 20% menor nos Estados Unidos também.

“Desde setembro do ano passado aumentou a demanda pelo grão longo fino e em casca nas Américas, e isso foi determinante para estabelecer embarques que estão programados até novembro”, revela. Com a evolução dos preços internos, inclusive
em dólar, queda das cotações mundiais em junho e julho, o cenário mudou.

“As vendas reduziram nitidamente com os importadores, em parte, já comprados e aguardando o comportamento de preços a partir da safra norte-americana e no próprio mercado brasileiro e do Mercosul”, revela o analista da AgroDados/Planeta Arroz, Cleiton Evandro dos Santos. Segundo ele, o volume das vendas brasileiras desde o final de 2017 praticamente já supriu boa parte da demanda regional. “A América Central compra pouco, mas a Venezuela tem sido o diferencial”, registra. Para ele, o cenário comercial indica uma balança comercial de agosto a fevereiro mais ajustada, com volume crescente de vendas do Paraguai, do Uruguai e da Argentina, nesta ordem, para o Brasil.

“Nossos preços internos subindo e as cotaçõesinternacionais baixando nos aproximam da paridade. A tendência é de que o arroz seja ainda mais valorizado no mercado doméstico, a ponto de tornar o grão do Mercosul mais atrativo. Com isso, São Paulo e Minas, em especial, comprarão mais do Paraguai pela via rodoviária, e o Nordeste, dos países platinos, via cabotagem”, resume, Santos. A paridade gira entre 12 e 12,50 dólares, dependendo do câmbio.

Arroz gaúcho chegando na Costa Rica

FIQUE DE OLHO
Depois de consolidar-se como mercado fornecedor de arroz quebrado para a África, em volumes médios de 400 mil toneladas por ano, o Brasil se viu numa situação nova em 2018. As compras africanas reduziram com a entrada de oferta indiana muito competitiva em alguns países clientes. Além disso, uma das três tradings exportadoras deixou de operar e outra reduziu a estrutura. A boa nova é que surgiu uma nova empresa para trabalhar na área. Enquanto isso, houve retração nos preços dos quebrados, mesmo que a indústria tenha retido a comercialização à espera do reaquecimento das vendas internacionais.

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